quinta-feira, 5 de setembro de 2013

0903 C PALISSY o método experimental e pioneiro da louça esmaltada artística

03 DE SETEMBRO. Bernard Palissy:   fosseis marinhos como carcaças animais petrificadas

BERNARD PALISSY
(nasceu em 1510, no Perigord, França; morreu em 1589, em Paris)

SÁBIO E ARTISTA FRANCÊS FAMOSO POR ARTE E EXTENSA CULTURA TEÓRICA E PRÁTICA

A INDÚSTRIA MODERNA
Nos últimos anos da idade média foram libertados os servos da gleba, trabalhadores rurais ligados à agricultura do feudo e a seu barão.
FORMAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO DO CAPITALISMO
A atividade nos burgos pelos artesãos libertados do trabalho agrícola no feudo produzia o que era de necessidade imediata. Desse modo foi iniciada a organização inicial da indústria e do comercio.
A partir do século XI, a partir do ano 1001, na Europa católica já foi reconhecida a indústria moderna, instituída no sistema econômico do capitalismo. Que a seguir foi empregado com sucesso em todo mundo ocidental. Desde antiguidade no comércio a troca era feita em liberdade pelos proprietários das mercadorias que ficavam com os lucros e as perdas do negócio. Tentar a eliminação do capitalismo é um atraso de mais de mil anos. É um erro bárbaro totalitário que empobrece a sociedade em todos os países.
Nesta quarta semana do mês o chefe é Montgolfier, com biografia no domingo que encerra a semana. Aqui são lembradas as descobertas industriais que nos tempos modernos se desenvolveram com fecundidade. A partir desses trabalhos o homem aprendeu a voar, os rios passaram a ser usados para muitas tarefas, as plantas e os animais foram sistematicamente estudados e modificados e as técnicas foram muito aperfeiçoadas. A tecnologia progrediu pelo desenvolver da ciência e com sua aplicação permitindo a submissão às leis naturais. Resultou da aplicação das leis abstratas, das regras e das normas sucessivamente estabelecidas pela leitura do livro da natureza, isto é, pelas lições da experiência obtida pelos sentidos.
O aparente domínio da natureza foi na realidade uma submissão às leis abstratas infalíveis que governam cada categoria de fenômeno  observado  nos seres concretos. A submissão é sempre a base do aperfeiçoamento. O progresso permanente não resulta do conflito, da luta ou da guerra. Resulta da cooperação entre as gerações e da solidariedade entre os vivos, movida pelo sentimento social, sentimento gregário, que Augusto Comte batizou de altruísmo.
Ver em 0813 01 C   Quadro do Mês de Gutenberg, A Indústria Moderna, com os grandes tipos representantes do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

PALISSY (1510-1589) nasceu no Perigord, província central da França. Aprendeu com seu pai a pintar sobre vidro. Aos 18 anos viajou vários anos pela maior parte da França. Visitou também os Países Baixos e Alemanha.
Palissy fez da pintura em vidro seu principal meio de sobrevivência. Mas seu conhecimento de geometria, que aprendera para aplicar na pintura e que cultivara por conta própria, lhe serviu para trabalhar também na medição de terras, como agrimensor, em Saintes, perto de La Rochelle. manteve contato com os humanistas.
Uma bela cuba esmaltada, de fabricação italiana ou alemã fez com que ele se interessasse em descobrir o segredo da fabricação da louça esmaltada. Sempre perseguido pelas necessidades da família, ao ponto de quase perder a coragem, ele estudou o problema por 16 anos. Enfrentou grandes dificuldades, a ponto de usar os próprios móveis como lenha para o seu forno.
Seu sucesso e renome vieram pouco a pouco. Mas suas desgraças tomaram outra forma.
Ele era protestante huguenote e foi perseguido por sua fala corajosa e foi considerado como perigoso. Em 1562 foi detido e posto em prisão em Bordeaux. Mas seu grande gênio artístico era muito apreciado para ser perdido dessa maneira. Um decreto do rei lhe valeu a liberdade e ele foi para Paris, sob a proteção de Catarina de Médicis, onde produziu suas obras principais. Em 1565 foi designado artista do rei e da rainha mãe.
Em 1570 ajudado por seus filhos, construiu uma gruta de louça para Catarina de Médicis no jardim das Tulherias.
Palissy tirava sua inspiração da mãe natureza, nossa mãe comum. Tirava seus modelos da vivacidade do lagarto, de seu amor pelas árvores e de suas viagens nos lugares rochosos. Desde a infância mostrou-se um observador incansável da natureza.
Ele moldava suas peças de louça em relevo, quase do mesmo modo que seu predecessor Luca Della Robbia. Ele adornava seus pratos, suas cubas, por ele chamados de RUSTIQUES FIGULINES, mostrando peixes, serpentes, rãs, conchas, folhas, frutos e plantas copiados dos fósseis da bacia pluvial de Paris. A reprodução era feita com tal fidelidade que se podia facilmente identificar as suas espécies.
Mesmo aos olhos dos sábios da época essas petrificações fossilizadas pareciam simples caprichos da natureza. Fontenele (Bernard de Fontenele 1657-1757) disse, de Palissy:
“estava reservado a um oleiro, sem saber latim nem grego, ter a coragem de declarar em Paris e na face dos
 doutores, que as conchas fósseis eram carcaças animais reais depositadas ali pelo mar, no lugar onde estavam.
E que os animais tinham dado à pedra suas diferentes formas, desafiando toda a escola de Aristóteles a atacar
suas provas.”
Mas a superioridade de Palissy como artista não pode esconder seus talentos outros. A arte é apenas um dos ramos a que se dedicou em sua longa e operosa carreira. Ele escreveu e lecionou História Natural e Física, Jardinagem e Agricultura, sobre terremotos e suas causas; sobre fortificações, água e as fontes; e até sobre fontes medicinais.
A sua obra Discursos Admiráveis da Natureza contém uma grande parte de seus escritos. São diálogos, nos quais a teoria ou o método A PRIORI, sem experimentação, é mostrado como oposto ao método científico ou prático, com demonstração.
A partir de 1575, em paris, Palissy fazia palestras públicas de História Natural. Seus escritos tornaram-se muito populares, revelando-o como um escritor e cientista. Ele é um dos criadores da agronomia moderna e um pioneiro do método experimental.
Palissy já era idoso quando uma nova crise de fanatismo religioso na França motivou a sua prisão, novamente. Encarcerado na fortaleza da Bastilha, ele morreu em 1589, com 79 anos de idade, em Paris.

AMANHÃ: O grande estudo sobre a formação dos cursos dágua e dos rios: Guglielmini.


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