14 DE
SETEMBRO. Lessing: grande dramaturgo das fraquezas e vícios humanos
LESSING
Gotthold Ephraim
Lessing
(nasceu em 1729, em
Kamenz, Alemanha; morreu em 1781, em Brunswick, Alemanha)
FAMOSO ESCRITOR
TEATRAL ALEMÃO POETA FILÓSOFO DO ILUMINISMO
Estética
parte da Filosofia para a
idealização, para a emoção
O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o
conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se
a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada
da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo
da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim
como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar,
estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de
classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos
simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos
complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou
individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos
respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A
sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais
estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização
medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de
revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico
independente.
A primeira semana do mês do Drama
Moderno compreende os autores dramáticos puros, os grandes sucessores de
Shakespeare, desde Lope de Vega a Goethe. Nessa classe se encontram criadores
do drama de imaginação que nos representam um mundo ideal povoado de seres
fictícios. O chefe de semana é Calderon.
Ver em 0910 C O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama
Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
LESSING (1729-1781) era filho de um
respeitado pastor luterano, com uma família numerosa. Foi educado para seguir a
profissão de seu pai. Mas quando estudava em Leipzig, manifestou a paixão pelo
teatro, para tristeza de seus pais. Aos 20 de idade entrou na carreira
literária, que no fim da vida se tornou uma luta desesperada contra a miséria.
Em 1741 Lessing foi para a conhecida
escola Fürstenschule em Meissen, onde tornou-se um leitor habitual. Ele era
dedicado e inteligente, aprendendo a língua grega, o latim e o hebraico. Sua
admiração pelas peças teatrais dos autores latinos Plautus e Terênce estimulou
sua ambição de também escrever comédias.
Em 1746, aos 17 anos, entrou para a
Universidade de Leipzig para o estudo da teologia. Mas seu grande interesse era
em literatura, filosofia e arte.
Logo em 1748 Lessing escreveu a comédia
O Jovem Estudante, Der Junge Gelehrte, uma sátira contra os intelectuais
arrogantes, superficiais e inseguros. Com ela ele fazia rir de sua própria
mania livresca. Logo escreveu outras comédias sobre as fraquezas humanas como o
preconceito, a intolerância, a incerteza, a avareza, o jogo, a intriga,
hipocrisia, corrupção, frivolidade.
Numa das comédias, Die Juden, Os
Judeus, Lessing elogia a nobreza de caráter, num choque a favor da tolerância
em relação aos judeus, que ainda eram obrigados a viverem separados em guetos.
Ele foi para Berlin em 1748, onde
passou a fazer traduções para o alemão do francês e do inglês de livros
históricos e filosóficos. Também se dedicou à crítica e à revisão do lançamento
de livros.
Como crítico, sua grande contribuição
foi livrar o teatro das noções artificiais francesas que dominavam, então, a
dramaturgia alemã. Lessing se apresentava como um “Atleta Sagrado”, que gostava
de entrar em luta contra os intelectuais arrogantes. Seus ensaios estimularam a
literatura alemã e combateram o dogmatismo conservador. Defendeu a tolerância
em tudo e a procura permanente da verdade.
De fato ele era apaixonado pela
liberdade, pela verdade e seu enérgico caráter era orientado pela lógica e
disciplinado pelo estudo inteligente da literatura antiga e moderna, no desejo
de resultados sólidos comprovados pela razão.
Os escritos de Lessing são de um seu
estilo incisivo e simplicidade de argumentação. Em suas Rettungen,
Reivindicações, ele, em quatro ensaios, procura defender a liberdade de
pensadores como Cochlaeus e Cardano, que foram injustamente acusados e
perseguidos.
Possuindo uma larga erudição, ele não
deixava de se apoiar em regras naturais e humanas. Sempre manteve o hábito de
trocar opiniões com todos os seus compatriotas, em especial com os atores e os
militares.
Lessing ao se esforçar para tirar da
nova literatura alemã a dominação estrangeira, não era movido por um sentimento
de patriotismo estreito. Ele fazia apelo a seus companheiros não só como
alemães, mas também como seres humanos. Ele foi um dos primeiros a revelar o teatro
do inglês Shakespeare no país.
Mas não havia razão de acusá-lo de
sentimentalismo exagerado, numa época de revolução de costumes e independência
religiosa, com o fim do feudalismo e com a secularização. Lessing foi o
precursor dos grandes poetas clássicos da Alemanha, embora se recusasse a usar
o nome de poeta.
No seu drama Nathan der Weise ele
coloca em cena o islamita, o judeu e o cristão numa peça teatral que contém
noções de teologia e de filosofia, combinando seriedade ética com toques
cômicos. Nela Lessing torna clara a igualdade ética das três grandes religiões.
E mostra que a verdadeira religião humana é a religião do amor, sem
preconceitos e devotada ao serviço da humanidade.
AMANHÃ: Os dolorosos enganos e sofrimentos da
dúvida na modernidade: GOETHE.
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