16 DE ABRIL. VARRO: tratados de agricultura, língua latina
e antiguidades históricas
VARRO
Marcus Terentius
Varro
(nasceu no ano 116
antes da nossa era, em Reate, na Itália; morreu em 27 antes da nossa era)
SÁBIO ESCRITOR E
PATRIOTA INFLUENTE NO IMPÉRIO ROMANO
AS BASES DA CIÊNCIA ABSTRATA INFALÍVEL. INFALÍVEL
Os gregos antigos
tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores
passaram ao estudo das ciências particulares.
O que tornou os gregos
antigos célebres foi que descobriram as
primeiras leis abstratas infalíveis
dos fenômenos dos seres, por suas propriedades, seus acontecimentos. Mas só com
Tales e aqueles que o sucederam tiveram o mérito de, por meio de sua
imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que se formam nos
objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos concretos
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade
da inteligência humana. O psicólogo Jean Piaget (1896-1980) confirmou pela
experiência que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da
idade de sete anos. O mesmo ocorre nos povos primitivos só após a astrolatria.
A quarta e última semana
do mês de Arquimedes apresenta a comemoração dos tipos humanos, principalmente
romanos, que, sem fazer descobertas científicas, aplicaram as ciências abstratas às artes úteis da vida. Plínio o Velho é o representante principal desses
antepassados, entre os quais estão autores de tratados sobre agricultura,
arquitetura e geografia. Plínio é o chefe de semana, no domingo que a termina.
Ver o Quadro 0326 01 C
do mês de Arquimedes Ciência Antiga.
O quadro mostra os grandes homens representantes da criação
dos fundamentos do conhecimento cientifico na antiguidade.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade
que prepararam a
civilização do futuro.
VARRO (116-27 aC) foi educado nas antigas tradições romanas de
simplicidade e de coragem sem arrogância, recebendo a melhor instrução grega e
latina de seu tempo. Foi o maior sábio dos romanos na opinião de Cícero e de
Santo Agostinho.
Serviu ao seu país na terra e no mar, foi pro-questor, um
magistrado do tesouro para Pompeu nas guerras contra os piratas e contra o rei
Mitridate, de Pontus, na Ásia Menor; uniu-se ao partido aristocrático na guerra
civil e foi tenente de Pompeu na Espanha. Com a derrota do partido do senado e
de Pompeu na luta contra César, submeteu-se ao vencedor. César o recebeu com
bondade e o encarregou de dirigir a formação de uma grande biblioteca pública.
A partir de então se retirou da política, consagrando-se ao trabalho
intelectual. Morreu no ano 28, antes da nossa era, com 89 anos de idade.
Varro foi ao mesmo tempo o mais fecundo e o mais sábio dos
romanos. A ele são atribuídos mais de 490 volumes escritos. O número exato
seria de 620 volumes, formando 74 obras em vários volumes. Suas obras foram as
mais variadas e suas vastas pesquisas originais sobre todos os assuntos formam
uma enciclopédia romana completa no ponto de vista prático, histórico,
filosófico e religioso. Além de sátiras e ensaios, suas mais importantes obras
tratam da agricultura, da língua latina e das antiguidades históricas.
Os três livros sobre agricultura são de fato manuais práticos e
apresentam em detalhe as tarefas da fazenda, da criação e da economia rural,
retiradas de seus conhecimentos e de suas observações pessoais.
O seu tratado sobre a linguagem constitui o tratado mais completo
e mais científico que os romanos puderam dar de sua própria língua, o latim.
Mas a obra capital de Varro foi sua obra em 41 livros sobre a
antiguidade tanto humana quanto religiosa. Foi por meio de santo Agostinho que
nós a conhecemos quase inteiramente, por ter ele se servido como um manual dos
deuses da religião do politeísmo, chamada de paganismo pelos cristãos.
Varro nessa obra começa na origem do homem, depois trata do povo
primitivo da Itália antiga e finalmente expõe a origem, a história dos primeiros
tempos e a cronologia de Roma, em que fixa sua fundação no ano 753 antes da
nossa era. Ele discute a política e as instituições de Roma desde o seu começo.
Nenhuma obra dos tempos de Roma antiga seria tão inestimável. Mas foi destruída
quase inteiramente pelo receio do fanatismo dos primeiros tempos do
cristianismo em relação ao efeito do principal manual da teologia da religião
do politeísmo.
De maneira rudimentar e preliminar, Varro fez três ensaios que só
a ciência moderna poderá levar ao termo:
1 o uso da ciência aplicada à indústria prática;
2 o estudo científico da linguagem;
3 o esboço da evolução humana, desde as eras mais primitivas, sob
a influência de uma crença religiosa.
Por sua obra Disciplinae,
Disciplinas, do ano 30 antes da nossa era, sobre todos os assuntos, em nove
livros, Varro é tido como o primeiro enciclopedista romano.
AMANHÃ:
A agricultura científica de Roma por Columela.
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