quinta-feira, 30 de junho de 2011

0630 BAYARD

30 DE JUNHO: Cavaleiro sem medo e sem pecado: Bayard no calendário histórico.

BAYARD
Pierre Terrail, Senhor de Bayard, Baiardo
(nasceu em 1473, no Castelo Bayard, Pontcharra, França; morreu em 1524, na Itália)
O CAVALEIRO SEM MEDO E SEM MÁCULA MODELO DE VIRTUDE DE CAVALHEIRISMO

Quais foram as grandes contribuições da Civilização Feudal para o progresso da sociedade humana?
Duas forças coordenadas caracterizam a história da Idade Média: uma católica ou religiosa e a outra feudal ou cavalheiresca. De sua atuação resultou:
1. Purificar e disciplinar as mais fortes paixões do homem, sobretudo a desumanidade, o orgulho e os apetites sensuais.
2. Teve como conseqüência elevar a condição da mulher.
3. Fez a proteção do fraco, honrar a nobreza do caráter, elevar a natureza humana.
4. Suprimiu a guerra universal e transformou a guerra de conquista em guerra defensiva.
5. Estabeleceu os governos verdadeiramente locais com o acordo do dever recíproco, em vez da submissão a um império centralizado.
6. Suprimiu a escravidão geral na população e fundou o trabalho livre.
Os três primeiros resultados foram principalmente tarefa da Igreja Católica, com a Cavalaria participando na elevação das mulheres.
Os três últimos progressos foram principalmente obra do feudalismo junto com a religião.
Foram nove séculos de avanços, desde cerca dos anos 400 até 1300. Com muita confusão, crueldade e crimes; mas também com um heroísmo e uma dedicação admiráveis.

As duas primeiras semanas estão representadas por militares.
Na segunda semana o tipo principal é Godofredo de Bouillon, herói da primeira cruzada. Sua biografia está no domingo que termina a semana.

Ver em 0618 1   O QUADRO DO MÊS CARLOS MAGNO  A CIVILIZAÇÃO FEUDAL  com todos os grandes tipos humanos do mês.


PIERRE DU TERRAIL nasceu numa família nobre de guerreiros no castelo de Bayard, de seus pais, perto de Grenoble, em 1476.
Todos os seus ancestrais de parte de seus pais perderam a vida nos campos de batalha, um deles em Azicourt, outro em Poitiers. Assim sendo, foi destinado à carreira das armas e aos 13 anos serviu como pajem do duque de Sabóia. Depois passou ao serviço de Carlos VIII e, aos 18 anos, já tinha a fama de ser um dos mais perfeitos cavaleiros de seu tempo. Acompanhou o rei de França na campanha da Itália e se distinguiu na batalha de Fornovo em 1495. Depois dessa luta Pierre foi sagrado cavaleiro pelo rei. Serviu em seguida a Luiz XII na campanha de Milanais e defendeu a ponte de Garigliano sozinho contra um corpo de tropa espanhol.
Nas guerras que se seguiram, decidiu a vitória em Agnadel. Ele foi gravemente ferido em Brescia. A proteção que ofereceu à dama que cuidava de seus ferimentos e às suas filhas durante seu tratamento, é célebre como raro exemplo de generosidade.
Bayard combateu bravamente e foi feito prisioneiro na batalha de Guinegate. Suas qualidades galantes e cavalheirescas fizeram com que fosse libertado sem pagamento de resgate e ainda recebeu as homenagens do rei Henrique VIII.
Quando Francisco I foi posto como rei, Bayard serviu na campanha da Itália e se destacou na batalha de Marignan. O rei considerou que o principal autor da vitória tinha sido Bayard.
Em 1522 Bayard cortou a marcha de Carlos V fazendo a defesa de Mesieres. Em 1524 ele serviu de novo na Itália contra os imperiais comandados pelo traidor chefe de armas de Bourbon. Foi então, que Bayard na batalha de Sésia, recebeu um ferimento mortal. Tinha então 48 anos.
Bayard ferido estava na sombra de uma árvore na frente de batalha. Os chefes inimigos deram ordem de retirada de suas tropas e pararam à frente do cavaleiro famoso. O chefe de Bourbon, que estava entre eles, dirigiu a Bayard palavras de compaixão.
“Senhor, lhe disse Bayard, eu vos agradeço. Não tenho necessidade de piedade, eu morro como um homem honesto, eu morro ao serviço do meu rei; mas é de vós que devemos ter pena, vós, que toma as armas contra vosso príncipe, contra vossa pátria e vosso juramento.”
Em seguida se pôs a rezar e morreu invocando o Cristo.
Bayard foi, durante trinta anos, o modelo da cavalaria medieval e considerado, em toda a Europa, como o tipo do perfeito cavaleiro. Embora ele nunca combatesse como comandante em chefe, seu valor irresistível e sua criatividade na ação tática decidiram várias batalhas,
Francisco I declarou que ele o estimava mais do que a cem capitães e já se disse que ele valia por todo um exército. Assim, foi chamado
       “o cavaleiro sem medo e sem mácula”
num elogio famoso em francês "le chevalier sans peur et sans reproche".
Os historiadores o representam como nascido com todas as virtudes e sem vício algum. Era piedoso, generoso, sem egoísmo, modesto, moderado, puro e magnânimo. Sua coragem e suas proezas como soldado são de um cavaleiro romano. Sua generosidade era principesca, sua cortesia inesgotável.
Bayard é o último representante da cavalaria da Idade Média, tanto no aspecto católico como no aspecto feudal. Do mesmo modo ele é, talvez, o último exemplo de um guerreiro que ganha as batalhas por atos pessoais de habilidade e de coragem.
As armas de fogo eram funestas aos heróis desse gênero. Com o seu uso o demorado treinamento com a lança e a espada tornou-se desnecessário. A luta nas batalhas tomou outras formas. E Bayard, que morreu com um tiro de canhão, não aprovava o uso dessas armas.
Com ele, acabou a era da cavalaria, depois de uma duração de cerca de 5 séculos, cerca de 500 anos.

AMANHÃ: Libertador de Jerusalém nobre herói corajoso: Godofredo de Bouillon.


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