0627 RICARDO CORAÇÃO DE LEÃO
27 DE JUNHO: Ricardo Coração de Leão famoso tipo de cavaleiro da Idade Média.
RICARDO CORAÇÃO DE LEÃO
Richard the Lion-heart, Ricardo I, Rei da Inglaterra, Richard Coeur de Lion
(nasceu em 1157, em Oxford, Inglaterra; morreu em 1199, no Ducado de Aquitânia, França)
CAVALEIRO MEDIEVAL LENDÁRIO REI HERÓI CORAJOSO E ROMÂNTICO
Quais foram as grandes contribuições da Civilização Feudal para o progresso da sociedade humana?
Duas forças coordenadas caracterizam a história da Idade Média: uma católica ou religiosa e a outra feudal ou cavalheiresca. De sua atuação resultou:
1. Purificar e disciplinar as mais fortes paixões do homem, sobretudo a desumanidade, o orgulho e os apetites sensuais.
2. Teve como conseqüência elevar a condição da mulher.
3. Fez a proteção do fraco, honrar a nobreza do caráter, elevar a natureza humana.
4. Suprimiu a guerra universal e transformou a guerra de conquista em guerra defensiva.
5. Estabeleceu os governos verdadeiramente locais com o acordo do dever recíproco, em vez da submissão a um império centralizado.
6. Suprimiu a escravidão geral na população e fundou o trabalho livre.
Os três primeiros resultados foram principalmente tarefa da Igreja Católica, com a Cavalaria participando na elevação das mulheres.
Os três últimos progressos foram principalmente obra do feudalismo junto com a religião.
Foram nove séculos de avanços, desde cerca dos anos 400 até 1300. Com muita confusão, crueldade e crimes; mas também com um heroísmo e uma dedicação admiráveis.
As duas primeiras semanas estão representadas por militares.
Na segunda semana o tipo principal é Godofredo de Bouillon, herói da primeira cruzada. Sua biografia está no domingo que termina a semana.
Ver em 0618 1 O QUADRO DO MÊS CARLOS MAGNO A CIVILIZAÇÃO FEUDAL com todos os grandes tipos humanos do mês.
Ricardo Coração de Leão é lembrado aqui como um famoso tipo de cavaleiro medieval, entre os chefes das cruzadas cristãs contra os mouros. Seu heroísmo nas batalhas, sua generosidade e cortesia até para com seus inimigos criaram, em torno de seu nome, um prestígio universal e imortal como cruzado e cavaleiro.
RICARDO PRIMEIRO foi o segundo filho de Henrique II, rei da Inglaterra, e de Eleonora de Aquitânia na França, tendo nascido em 1157 em Oxford. Aos 32 anos sucedeu a seu pai no governo do vasto reino inglês que se estendia do rio Tweed no norte da Inglaterra até os Pirineus na Aquitânia.
Ricardo I resolveu se lançar ainda uma vez mais para retomar Jerusalém aos mouros. A cidade tinha sido retomada pelas forças muçulmanas. O último rei cristão de Jerusalém acabou prisioneiro dos mouros na batalha de Tiberíade.
A Europa fez um grande esforço na terceira cruzada, feita por acordo do imperador Frederico Barbaroxa, com Philippe-Augusto, rei da França e com Ricardo I, rei da Inglaterra. Ricardo levantou muito dinheiro, fosse vendendo ou empregando recursos da coroa inglesa e partiu no ano de 1190 para a Sicília. Chegando lá, ele se desentendeu com o rei Philippe e retardou alguns meses sua partida. No caminho, ele conquistou Chipre, que deu a Guy de Lusignan.
No ano seguinte, ele chegou à Palestina, onde, depois de uma luta encarniçada, conquistou Acre, hoje Akko, na Palestina. Então Ricardo teve novo atrito com o rei Philippe, que retornou para a Europa. Mas Ricardo continuou em campanha. Ele desafiou Saladino, o sultão do Egito e da Síria numa grande batalha em Cesarea. Continuou por meses em luta contra o sultão mouro, até fazer um armistício deixando Jerusalém sob o poder de Saladino.
Mas, com um resultado insatisfatório em Jerusalém e estando abandonado pela maior parte de seus aliados, Ricardo retornou para a Europa. Foi capturado por Leopoldo V, duque da Áustria e entregue a Henrique VI, Imperador do Sacro Império. Após o pagamento de um vultoso resgate, foi libertado em 1194.
Ricardo voltou para a Inglaterra depois de quatro anos de ausência, sendo novamente coroado. Os últimos anos de seu reinado, a maior parte passados fora do país, foram dedicados à sua guerra contra Philippe-Augusto pela posse da Normandia. Morreu em 1199, num ataque ao castelo de Châlus, no ducado da Aquitânia.
Ricardo Coração de Leão não se destacou como estadista, sendo por vezes feroz, injusto e egoísta. Mas tornou-se famoso como cruzado e cavaleiro medieval, apesar de seus defeitos como rei e como estadista. É colocado em lugar de honra por sua romântica e cavalheiresca coragem nas suas proezas na terceira cruzada (1189 a 1199) que o levou a pôr de lado todas as razões de prudência e de governo para fazer frente ao avanço dos mouros sobre a civilização européia. Suas qualidades fizeram dele um rei popular em seu tempo, colocando-o como o herói de um número sem fim de românticas lendas.
Ricardo é lembrado por seu heroísmo sem igual no campo de batalha e por sua generosidade para com seus nobres inimigos. Apesar de suas falhas como rei, de seus vícios como homem, Ricardo Coração de Leão viverá sempre na memória do oriente, como do ocidente, como o primeiro soldado de seu tempo e o modelo inesquecível de cavaleiro.
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