07 DE JUNHO: Lanfranc reorganizador da Igreja Católica Romana da Inglaterra.
LANFRANC
(nasceu em 1005 em Pávia, Lombardia, Itália; morreu em 1089, em Canterbury, Kent, Inglaterra)
BENEDITINO ITALIANO ARCEBISPO DE CANTERBURY CONSELHEIRO DO REI GUILHERME O CONQUISTADOR DA INGLATERRA
A Idade Média faz a transição entre a civilização da Grécia e Roma com os tempos modernos. A mudança foi feita com a passagem do politeísmo romano para o monoteísmo católico. O Catolicismo tem uma função importante nessa etapa da evolução social: a regeneração moral dos povos, com a educação dos sentimentos. Esse resultado foi obtido estimulando o altruísmo, que é o sentimento de associação e comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal.
O Cristianismo é que viria atender à necessidade de regeneração moral dos romanos e à aspiração de um libertador e redentor da nação dos judeus.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
Pela primeira vez na história o poder das opiniões, do ensino e da consagração se torna livre em relação ao poder coercitivo político armado. Nunca ocorreu, em todo mundo, a libertação do Poder Espiritual em relação ao Poder Temporal. Desse modo se completa a instituição política liberal da religião de São Paulo, começada pelo imperador Constantino, continuada por Teodósio. Atinge seu ponto culminante pelo estabelecimento final do poder político liberal do pontífice romano sob a direção de Hildebrando, como papa Gregório VII.
Na terceira semana são indicados os fundadores da vida nos mosteiros, que foi o grande reservatório da força moral durante a priemeira parte da idade média. Note-se, pela vida de São Bernardo que preside a semana e pela vida de São Bento que a começa, com que eficácia essa força, desse modo colocada em reserva, pode ser empregada.
A semana se encerra no domingo, com a biografia de seu tipo mais eminente, São Bernardo.
Ver em 0521 1 O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com todos os grandes tipos humanos do mês.
Estamos reverenciando os grandes servidores da sociedade na época do apogeu da Igreja Católica. Uma era começa com o papa Hildebrando, que adotou o nome Gregório VII. Lanfranc (1005-1089) é seu contemporâneo.
O papado teve seu tempo áureo desde o governo de Hildebrando (1073-1085) até o seu ponto culminante no pontificado de Inocêncio III (1198-1216).
O duque de Normandie, Guilherme, que faria, mais tarde, a conquista de Inglaterra, estava no poder. A Igreja de Roma estava proibindo o casamento de Guilherme com sua prima Matilde de Flandres, que seria contrario aos cânones da religião. O duque enviou Lanfranc como seu embaixador para fazer a paz com o papa. Lanfranc teve sucesso, e em seu retorno, em 1064, o nomeou antecipadamente abade da nova abadia de Santo Etienne em Caen, cuja ereção fora uma das condições de reconciliação com a Igreja de Roma.
Em 1070, Guilherme levou Lanfranc para a Inglaterra para ser o arcebispo de Canterbury. Nesse alto cargo, o segundo mais elevado do reino, que exigia uma alta capacidade de estadista, Lanfranc prestou os mais preciosos serviços ao rei, e à Igreja Católica Romana. Seus contemporâneos sabiam que ninguém suplantava Lanfranc em saber e em autoridade.
Lanfranc conservou a confiança de seu imperioso rei sem ofender seriamente seu soberano espiritual, o papa Gregório VII. Mantendo a paz entre o rei e o papa, ele contribuiu decisivamente para a reforma monástica e eclesiástica de Hildebrando papa e consolidou a união da Inglaterra com a Igreja Romana.
A longa vida de Lanfranc se prolongou até o reinado do sucessor de Guilherme o Conquistador, seu irmão Guilherme II. Lanfranc morreu em 1089, aos 84 anos, em Canterbury, Kent, na Inglaterra.
Lanfranc promoveu uma bem sucedida reforma e reorganização da igreja da Inglaterra. Manteve a subordinação ao poder do papa, mas assistiu ao rei Guilherme na intenção de dar à igreja inglesa a maior independência possível. Com habilidade, protegeu a igreja contra a interferência do próprio rei e de outros poderosos.
Sua preocupação foi separar as responsabilidades e poderes do rei, de um lado, e da Igreja Católica do outro. O que resultou na lei que separou os tribunais da igreja dos tribunais seculares, do governo do rei. Mas talvez o maior serviço pessoal que prestou ao rei foi descobrir em 1075 uma conspiração formada contra ele por importantes nobres ingleses.
Ao morrer o rei Guilherme, Lanfranc assegurou a passagem do governo para seu irmão, Guilherme II, colocando as forças inglesas em seu apoio, contra os partidários de outro seu irmão mais velho, o duque de Normandia.
Revendo a historia da organização da igreja medieval, notamos a preocupação permanente com o ensino, aliada à realização de uma religiosidade universal, para todos os povos e todas as raças. E tudo conseguido pela colocação da unidade de comando religioso na pessoa do pontífice romano, para obter a continuidade e uniformidade no tempo e no espaço. Ou seja, para durar muitos séculos e para se fazer por toda a Europa ocidental.
Importante é perceber a instituição da liberdade dos religiosos, educadores, formadores de opinião, em relação ao poder coercitivo do governo político. Essa libertação foi feita na Europa católica pela primeira vez no mundo, na Idade Média. E veio para ficar.
Para sempre veremos o fracasso da política de controle das consciências pelo Estado, da falta das liberdades, no poder total do governo no totalitarismo. Com cruéis resultados, com a morte de populações inteiras, no totalitarismo moderno, em conflitos intermináveis.
A solução é simples, de baixo custo: liberdade de opinião, de reunião, de ensino, uma norma para sempre, com o Estado leigo.
AMANHÃ: Amor sublime e constante: Heloisa.
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