18 DE JUNHO. Carlos Magno: Grande conquistador, administrador e chefe civil.
CARLOS MAGNO: A CIVILIZAÇÃO FEUDAL
Carolus Magnus, Charlemagne, Charles I, Charles the Great, Karl der Grosse
(nasceu no ano 742; morreu em 814, em Aachen, Alemanha.
REI DOS FRANCOS IMPERADOR DO SACRO IMPÉRIO ROMANO COM A RENASCENÇA CAROLÍNGIA
A Civilização Feudal teve a tarefa principal estabelecer:
3. O modelo da Cavalaria, da honra e da liberdade do trabalho.
Neste mês são consagrados os nomes que representam o combate para a defesa, que fundaram as instituições locais ou trabalharam para organizar cada nação.
Foram nove séculos de avanços, desde os anos 400 até 1300. Com muita confusão, crueldade e crimes; mas também com um heroísmo e uma dedicação admiráveis.
As duas primeiras semanas do mês estão representadas por militares. Na terceira semana estão os religiosos e na quarta os soberanos.
A sociedade da Europa ocidental a partir dos anos 400 da nossa era em diante achou-se em duas situações ao mesmo tempo. De um lado havia a religião católica romana e de outro lado a forma de governo do feudalismo. Os resultados finais obtidos foram: 1. Redução das violentas paixões do homem, sua crueldade, orgulho e seus vícios; 2. Elevação da condição de vida da mulher; 3. Proteção do fraco, honrando a elevação do caráter e da natureza humana; 4. Supressão da guerra geral e permanente, transformando a guerra em pura defesa; 5. Realização do governo local em vez de um império centralizado; 6. Supressão da escravatura branca criando a liberdade do trabalho. Nem tudo foi realizado plenamente, mas do ano 400 ao ano 1300 a evolução se fez ainda a custa de crueldade e crimes, mas também com um heroísmo e uma dedicação admiráveis. Carlos Magno representa mais o imperialismo do que o regime feudal, mas suas demoradas guerras de agressão foram defensivas em seu resultado final. Ele é considerado um dos maiores tipos da raça humana, dentre uma pequena e selecionada elite.
Carlos nasceu em 742, sendo o filho primogênito de Pepino o Breve (714-768), e neto de Charles Martel (688-741). Tornou-se, no ano de 768, com 26 anos, soberano dos Francos, em conjunto com seu irmão Carloman. Com a morte de seu irmão em 771, foi reconhecido como o rei dos Francos. Logo no ano seguinte começou sua prolongada campanha de guerras para a incorporação e pacificação dos Saxões, em lutas que duraram 32 anos. Saxões eram tribos germânicas nômades não cristãs, que viviam entre o rio Reno e o Elba, na moderna Westfalia, Hanover, Brunswick, Oldenburgo, Holstein, Mecklemburgo e a Saxônia do norte. Eram de uma raça corajosa de guerreiros, constituindo uma ameaça constante para as populações cristãs.
O grande mérito do jovem rei Carlos foi realizar essa terrível tarefa cruel, que não lhe traria a conquista, nem a glória nem a riqueza. A campanha militar se prolongou por uma sucessão de vitórias sem resultado e só terminou no ano de 784, depois de custar ao reino dos Francos mais de 20 exércitos, com cruentos massacres. O reino dos Francos se estendia, ao fim dessas lutas, num império que cobria a maior parte da Europa ocidental. As vitórias de Carlos Magno fizeram com que ele fosse reconhecido como o maior soberano depois dos Imperadores romanos, com um grande império sustentado pelo governo da doutrina religiosa da Igreja Católica Romana. Num poder de ensino, regulação moral e consagração sob o comando único do papa.
No natal do ano 800, tendo 58 anos de idade, o rei, com grande aparato, assistiu à missa na basílica de São Pedro em Roma, onde o papa Leão III colocou sobre sua cabeça a coroa imperial, saudando o imperador por três vezes com o título de Augusto, coroado por Deus, como grande e pacificador imperador dos Romanos. O papa ungiu sua testa com o óleo santo e se prostrou a seus pés. A assembléia inteira de padres, de soldados e do povo confirmou o ato com sua aclamação. Assim teve recomeço o Império Romano do Ocidente e com ele a formação da vida na comunidade da Europa ocidental. O mundo bárbaro da Idade Média ficou, então, ligado ao mundo romano. A Igreja Católica, tendo o papado como seu órgão, tornou-se o livre guia espiritual da opinião do Império e o rei dos Francos passou a ser o braço direito da Igreja.
Carlos Magno, grande como conquistador, foi ainda maior como administrador e chefe civil. Na primavera e no outono reunia duas grandes assembléias para confirmar a legislação posta pelo imperador. Um código com mais de 400 artigos e muitos outros decretos regulavam a vida política e econômica do Império. O imperador fez grandes doações à Igreja, fundando grande número de igrejas, de escolas e de monastérios. Ele se dedicou com paixão à renascença da literatura, da música e das artes em geral. Chamou para perto de si os sábios de todos os paises, como o saxão Alkwin, o lombardo, Paulo o Diácono, Pierre de Pisa e Clemente da Irlanda, bem como seu secretário Einhart, que escreveu uma admirável biografia de Carlos Magno. A educação sistemática, as instituições de caridade, o imposto regular e a justiça começaram a fazer parte da civilização da Europa.
O imperador morreu aos 72 anos de idade, em 814, após um reinado de 45 anos. Sua memória fez sobre a imaginação do mundo ocidental uma impressão mais forte do que qualquer outro rei depois de Júlio César. Esse elevado conceito fez com que ele ficasse ligado para sempre ao título de “grande”, com o nome de Charlemagne, Charles o Grande.
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