terça-feira, 7 de junho de 2011

0608 HELOÍSA

08 DE JUNHO. HeloÍsa: Amor sublime e constante.

HELOÍSA
Héloïse, Heloise
(nasceu cerca do ano 1095; morreu em 1164, na Abadia do Pareclet, Troyes, na França)
HELOÍSA MODELO DO CORAÇÃO DE SUBLIME TERNURA CAVALHEIRESCA DO CATOLICISMO

A Idade Média faz a transição entre a civilização da Grécia e Roma com os tempos modernos. A mudança foi feita com a passagem do politeísmo romano para o monoteísmo católico. O Catolicismo tem uma função importante nessa etapa da evolução social: a regeneração moral dos povos, com a educação dos sentimentos. Esse resultado foi obtido estimulando o altruísmo, que é o sentimento de associação e comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal.
O Cristianismo é que viria atender à necessidade de regeneração moral dos romanos e à aspiração de um libertador e redentor da nação dos judeus.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
Pela primeira vez na história o poder das opiniões, do ensino e da consagração se torna livre em relação ao poder coercitivo político armado. Nunca ocorreu, em todo mundo, a libertação do Poder Espiritual em relação ao Poder Temporal. Desse modo se completa a instituição política liberal da religião de São Paulo, começada pelo imperador Constantino, continuada por Teodósio. Atinge seu ponto culminante pelo estabelecimento final do poder político liberal do pontífice romano sob a direção de Hildebrando, como papa Gregório VII.
Na terceira semana são indicados os fundadores da vida nos mosteiros, que foi o grande reservatório da força moral durante a priemeira parte da idade média. Note-se, pela vida de São Bernardo que preside a semana e pela vida de São Bento que a começa, com que eficácia essa força, desse modo colocada em reserva, pode ser empregada.
A semana se encerra no domingo, com a biografia de seu tipo mais eminente, São Bernardo.

Ver em  0521 1  O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com todos os grandes tipos humanos do mês.


Heloisa, sobrinha de um alto sacerdote de Paris, de nome Fulbert, foi educada no convento de Argenteuil. Quando o filósofo Abelardo veio a Paris, Heloisa, que já demonstrara vocação para a ciência, tornou-se sua aluna, sendo por ele seduzida.
Ela fugiu para a Bretanha e deu à luz um filho, que chamou de Astrolábio. Heloisa consentiu, então, em tornar-se esposa de seu sedutor, mas com restrições, o casamento devendo, a seus olhos, afrouxar o laço íntimo dos corações. Talvez, também, temeria ela prejudicar a carreira de professor de seu amante.
Para atender ao desejo de Abelardo, o casamento foi mantido em segredo. Mas chegou ao conhecimento de Fulbert. Heloisa negou energicamente sua ligação.
Fulbert, então, tramou uma vingança atroz. Ele pagou a miseráveis para que entrassem à noite no quarto de Abelardo e o castrassem.
Abelardo, infeliz e ciumento, mesmo em sua impotência, como ele o confessou, ordenou a Heloisa que se tornasse freira. O orgulho de Abelardo foi respondido por Heloisa com sua obediência.
Mas ela não levou aos altares o sentimento de uma religiosa. Só pensava em Abelardo, que, ele também, se tornou um monge.
Os anos se passaram. Heloisa se tornou a abadessa do mosteiro de Paraclet, convento que Abelardo havia fundado num lugar solitário perto de Troyes.
Mais tarde, uma carta escrita por Abelardo, então abade de São Gildas na Bretanha, chegou às mãos de Heloisa. Essa carta, dirigida a um amigo, contava a historia de seus males antigos e novos. A partir de então, começa uma correspondência entre os dois amantes, em cartas que dão uma impressão profunda do que havia em sua imaginação.
A correspondência em latim contém três cartas de Heloisa que pediam a Abelardo consolações espirituais; mas, lembrando o passado, elas mostram um imenso amor que a desgraça, a separação e a austeridade religiosa não puderam vencer. As cartas dos dois amantes passaram a ser a fonte de volumosa literatura sobre sua emocionante relação amorosa.
Em 1142 Abelardo morreu monge em Cluny, cumprindo sua terrível penitência.
Heloisa obteve seu corpo do abade Pedro-o-Venerável com a absolvição escrita de todos os seus pecados. O corpo foi enterrado na capela do convento de Paraclet
Vinte e um anos mais tarde, morre Heloisa. Seu corpo foi depositado no mesmo túmulo. No começo dos anos 1800 o túmulo foi levado para o cemitério do Père La Chaise em Paris. A tumba de Abelardo e Heloisa é constantemente visitada por jovens casais unidos pelo amor. A tragédia amorosa de Heloisa é a mais conhecida da historia.
Heloisa faz lembrar o coração terno, generoso e constante até o sublime. Faz o modelo do tipo extremo da ternura cavalheiresca, um sentimento criado pela cultura religiosa do catolicismo.


AMANHÃ: Os grandes arquitetos medievais.


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