27 DE
OUTUBRO. Buffon: O primeiro tratado de História Natural da Geologia e da
Biologia.
BUFFON
Georges-Louis Leclerc, Conde de Buffon, Georges-Louis
Leclerc de Buffon
(nasceu
em 1707, em Montbard, França; morreu em 1788, em Paris)
AUTOR
DA PRIMEIRA HISTÓRIA NATURAL NÃO BÍBLICA DA BIOLOGIA E DA GEOLOGIA
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA
MODERNA
A grande
revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do
papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
O
movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os
anos 1700, século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de
decomposição e destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento
foi de composição e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta.
Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que
construindo a nova filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta
começada por Descartes conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos ,
contra as crenças recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos
reformadores protestantes.
Descartes
é o representante mais completo do movimento duplo de composição e
decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton
interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do
século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de
privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A
teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao
conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua
impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores
como destruidores.
O mês de
Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual,
a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental
a todo conhecimento.
Nesta terceira semana se consagra o estudo filosófico humano
em suas relações com a sociedade. Seu chefe é Leibnitz. Associados estão
grandes autores que pesquisaram os princípios fundadores das leis: Grotius,
Cujas e Montesquieu; os que se dedicaram â filosofia da história como Vico,
Fréret, Herder. Segue com Winckelmann na história da arte e Buffon na exposição
das relações da espécie humana com as outras raças animais.
Ver em
1008 01 C em 08 de outubro o QUADRO DO
MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da
evolução social do mês
BUFFON (1707-1788) nasceu em Montbard na Bourgogne. Seu pai era
conselheiro do Parlamento dessa província e educou seu filho para a carreira de
magistrado, mas a vocação de Buffon o levou para o estudo da ciência, na
matemática e na física.
Depois de ter visitado a Inglaterra e outros lugares, ele se
dedicou ao estudo sistemático, começando pela tradução de certas obras sobre a
agricultura e também do tratado de Newton sobre as fluxões.
Em 1739 ele ficou no lugar de Dufay como diretor do Jardim
Botânico, fundado cem anos antes por Guy de la Brosse. Buffon dedicou o resto
de sua vida, em quase 50 anos, à composição de sua grande obra sobre a História natural, com a contribuição de
Daubenton, Guèneau de Montbeillard, do abade Bexon e continuada por Lacépède.
Ele passava muito tempo nas suas terras na Borgonha, onde ele
administrava seus bens com sabedoria e liberalidade, regrando a vida com uma
extrema regularidade.
A audácia de suas pesquisas levantou comentários contrários que
ele sempre desarmava em afirmando sua submissão à autoridade religiosa sem, no
entanto, parar com suas idéias renovadoras. Buffon não chegou a participar da
preparação da Enciclopédia de Diderot. Mas ele fez parte do grupo de homens
emancipados da religião, que foram a maior glória desses dias, os Enciclopedistas como Hume, d’Alembert,
Montesquieu, George Leroy, Turgot e outros.
A obra de Buffon não é apenas uma simples cópia com a descrição de
detalhes. Seu objetivo era de conhecer o planeta terra como um todo completo
depois de sua origem, partindo como a massa de matéria ardente que se
desprendeu do sol. Matéria que evoluiu gradualmente formando as formas da
matéria mineral, vegetal e animal para tornar-se no fim a morada do homem, que
usa sua superioridade sobre as outras raças animais e vegetais. Ele modifica
essas espécies e as coloca a seu serviço.
Buffon não chegou a completar seu grande programa. Mas é admirável
como ele se mostrou um cuidadoso e escrupuloso observador dos detalhes, chegando
a um conhecimento tão claro e distinto de sua pesquisa.
As descrições dos animais feitas por Buffon, em especial daquelas
raças ligadas aos homens, como do cavalo, do boi, do carneiro, do cão, são
obras-primas permanentes feitas por um espírito sintético e simpático de um
artista filósofo.
Um bom exemplo é a apreciação que ele faz sobre a influência do cachorro sobre o poder do
homem. De que modo poderia conquistar, domar e destruir as feras selvagens
perigosas e nocivas sem a ajuda do cão?
Para se proteger e para tornar-se o dono do universo dos animais,
foi preciso fazer amizade com os bichos, se juntar com doçura e com carinho àqueles
que se mostraram capazes de colaborar e de obedecer, para colocar os animais
uns contra os outros.
O primeiro
ato dos homens foi a educação do cachorro. Ele tem mais velocidade, mais força e mesmo
mais coragem do que o homem, tendo ainda sentidos mais agudos. O cão, ficando
amigo do homem colocou a seu serviço novos sentidos e novas capacidades. Os
instrumentos que temos imaginado para melhorar nossos sentidos não chegam perto
desses aparelhos já prontos que a natureza nos oferece.
Na discussão de Buffon sobre a origem das espécies Buffon
demonstra seu poder filosófico e sua prudência. Considera as espécies como
fixas dentro do período da vida humana. Mas pensa que é grande a possibilidade
e mesmo a probabilidade de transformações das espécies em eras muito anteriores
ao homem. Esse evolucionismo de Buffon
resulta de sua noção de evolução do planeta terra.
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