24 DE
OUTUBRO. Giambattista Vico-três eras: dos deuses, dos heróis, dos homens
VICO
Giovanni
Baptista Vico, Giambattista Vico, João Batista Vico
(nasceu
em 1668, em Nápoles, Itália; morreu em 1744, em Nápoles)
FILÓSOFO
ITALIANO DA HISTÓRIA PRECURSOR DA SOCIOLOGIA CIENTÍFICA ABSTRATA
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA
MODERNA
A grande
revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do
papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
O mês de
Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual,
a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental
a todo conhecimento.
Nesta terceira semana se consagra o estudo filosófico humano
em suas relações com a sociedade. Seu chefe é Leibnitz. Associados estão
grandes autores que pesquisaram os princípios fundadores das leis: Grotius,
Cujas e Montesquieu; os que se dedicaram â filosofia da história como Vico, Fréret,
Herder. Segue com Winckelmann na história da arte e Buffon na exposição das
relações da espécie humana com as outras raças animais.
Ver em
1008 01 C em 08 de outubro o QUADRO DO
MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da
evolução social do mês
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
JOÃO BATISTA VICO (1668-1744) era filho de
um livreiro de Nápoles. Foi educado num colégio dirigido pelos jesuítas, mas se
tornou livre das crenças religiosas da época por suas próprias leituras. Vico
estudou filosofia, lingüística e jurisprudência. Teve tanto sucesso no estudo
das leis, que, aos 16 anos ele defendeu seu pai num processo judicial. O bispo
de Ischia o colocou como professor orientador particular de seu sobrinho. Pouco
tempo depois, ele retornou a Nápoles, onde, em 1697 tornou-se professor de
Retórica. Sua grande obra, a Scienza nuova, foi publicada em 1725. Em 1735 foi posto como historiógrafo do
rei de Nápoles. Vico morreu em 1744.
A Ciência nova de Vico era de fato a aplicação dos princípios
científicos positivos de Francis Bacon aos fenômenos
da sociedade humana. Vico se convenceu, com um vigor extraordinário da
idéia central de que se pode formar uma História ideal, eterna, representando as
leis da evolução da raça humana. Mas só se chegará a esse resultado observando
o que existe de uniforme no meio de
todas as diversidades de costumes, de línguas e de acontecimentos dos
diferentes povos.
O seu grande livro tinha por destino achar essas leis gerais que
dirigem o destino das nações. Vico viu claramente que no primeiro estado das
nações o desenvolvimento foi inconsciente. O jogo das paixões naturais levava a
conseqüências que ninguém esperava.
Foi necessário um grande número de séculos para que a filosofia se
formasse. Deve-se procurar os princípios
do desenvolvimento na linguagem, nas instituições básicas, na poesia
primitiva. Vico encontra uma linguagem mental comum a todas as nações. Há uma
tendência universal, entre os homens que ignoram as causas naturais das coisas
a atribuir aos objetos as paixões da
própria natureza humana. Da mesma forma como quando se diz que os ímãs
“amam” o ferro.
Vico diz ainda que a mais
sublime obra da poesia é dar inteligência e sentimento às coisas inanimadas.
É o que faz a criança e a humanidade em sua infância. Então, todos os homens
foram poetas, dessa maneira.
Essa é a
mais clara descrição do FETICHISMO primitivo, que foi a primeira forma dos homens
representarem a visão da natureza, a
visão do mundo, a filosofia.
A partir dessa base, Vico estabelece uma teoria da evolução histórica.
Ele mostra que idéias iguais ou uniformes surgem entre as nações
inteiramente separadas no espaço e no tempo sem algum contato recíproco. Essas
idéias devem ter um fundo comum de verdade.
Em todas as nações e tribos encontramos
três instituições: a religião, o casamento e os funerais. Vico confirma
essas observações com grandes referências à literatura antiga e às suas viagens
modernas. As nações, na idade primitiva, são incapazes de pensar por meio de abstrações, de atributos gerais das coisas. Mas
elas dão uma vida e uma personalidade às suas idéias e cada qualidade abstrata
se mostra num deus ou num herói.
Vico concluiu que cada civilização o governo passa por 3 estados:
Vico mostrou dessa forma, que, com o estudo sistemático da
sociedade humana pode-se descobrir quais
são as leis permanentes que dirigem o progresso da humanidade. Ele indica
etapas HISTÓRICAS. Na sociologia moderna mais recente, a evolução é mostrada
como o progresso no MODO usado para
explicar cada idéia, como em matemática, em física ou em psicologia, na
vida, na doença ou na morte.
Porque, em cada etapa histórica, cada indivíduo apresenta
diferentes maneiras de pensar em cada tema, na mesma época. Em cada etapa na
história, não há igualdade no modo de pensar de todos. A lei dos 3 ESTADOS de
Augusto Comte NÃO É HISTÓRICA, mas indica como a MENTE HUMANA evolui, em cada
assunto, o que tem conseqüências históricas.
Vico indicou claramente que o
culto dos antepassados, dos mortos, é uma característica que só a espécie humana tem, única raça que
o realiza entre todos os animais, com exclusividade.
Em outras espécies, como nos cães, há provas de afeição e
lembrança. Mas só os homens fazem o
culto dos antepassados. Essa é a razão emocional que dá aos humanos a
capacidade de formar uma sociedade com progresso permanente. Pelo acúmulo do
conhecimento de cada geração devido ao amor e respeito aos mais velhos e ao
passado.
O sentimento
gregário, o altruísmo, é o motor do progresso. O conflito, a ruptura, gera a destruição, a
pobreza, a morte.
O progresso é verificado na pesquisa da sucessiva alteração para
melhor no aperfeiçoamento da sociedade humana.
O individuo morre, mas o agrupamento humano em sociedade continua
vivo em aperfeiçoamento contínuo. O progresso pode ser verificado na história pelo
resultado final apesar de oscilações, de estagnação, de recuos, dos riscos e
obstáculos. O progresso social não é retilíneo, é oscilante.
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