sexta-feira, 17 de outubro de 2014

1018 C VAUVENARGUES a inteligência e o sentimento em indispensável colaboração

18 DE OUTUBRO. Vauvenargues: Os grandes pensamentos vêm do coração

VAUVENARGUES
Luc de Clapiers, Marquês de Vauvenargues
(nasceu em 1715, em Aix-en-Provence, França; morreu em 1747, em Paris)

FILÓSOFO MORALISTA FRANCÊS DA CULTURA DAS AFEIÇÕES

O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
A segunda semana representa o desenvolvimento da pesquisa científica dos séculos XVII e XVIII dirigida à natureza individual do homem físico e moral, em grande parte de maneira preparatória e indutiva da Psicologia científica abstrata. Hobbes, Locke, Vauvenargues, Diderot e Cabanis aqui são comemorados. Bacon é o chefe de semana ao colocar a filosofia ao serviço do homem.
Ver em 1008 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

VAUVENARGUES (1715-1747) nasceu em Aix em Provence. Ele entrou para o exército aos 18 anos e serviu na Itália e na Alemanha por nove anos. Mas sua saúde enfraquecida obrigou o seu afastamento da vida militar. Ele dedicou, então, os poucos anos que restavam de vida ao estudo e à meditação.
Voltaire, que o conheceu nessa época, falou de seu caráter e de seu talento com a mais viva admiração. Vauvenargues morreu em 1747, aos 32 anos de idade.
A curta carreira filosófica de Vauvenargues foi consagrada ao estudo da natureza moral do homem e seus resultados estão contidos numa série de pensamentos isolados que deveriam servir de base de uma obra sistemática que ele jamais completou.
O caráter distintivo dos pensamentos de Vauvenargues está na importância superior que ele atribui à emoção na formação do caráter e na elaboração do pensamento.
Antes dele, o grande pensador Fontenelle (Bernard le Bovier de Fontenelle, 1657-1757) indicou que era possível prever o progresso do pensamento ao longo do tempo. David Hume (1711-1776) estendeu a noção de progresso também ao movimento da sociedade, começando a refutar a Teoria do Egoísmo, que justificava o progresso pela maldade ou pela luta egoísta entre os homens.
Esse movimento da cultura na Europa formou a harmonia do pensar filosófico com a sensação popular da importância dos sentimentos altruístas, do sentimento de humanidade, de boa-vontade, como capacidade natural dos humanos.
Foi esse movimento filosófico que forneceu o apoio ao esforço direto do admirável pensador Vauvenargues para estabelecer o valor da cultura dos sentimentos. O valor das afeições, até então, era pouco apreciado e desconhecido. Assim, o conhecimento da psicologia humana teve noção da importância dos sentimentos na vida humana.
A superioridade dos sentimentos sobre a inteligência, ou a subordinação da mente ao coração é claramente indicada nos pensamentos de Vauvenargues. A primazia da emoção é reconhecida em nossos dias pela moderna psicologia.
Uma idéia mais precisa de suas brilhantes criações pode ser feita com algumas citações:
“O espírito é o olho da alma, não a sua força. A força repousa no coração, isto é, nas paixões. A mais esclarecida razão não produz nem ação nem vontade. Uma boa visão fornece o poder de andar? Não faltarão os pés e a vontade para fazê-los agir?”
“A razão e o sentimento se aconselham e se ajudam mutuamente. Quem quer que consulte um e rejeite o outro se privará da metade dos meios de que ele dispõe para se realizar. Os melhores traços de nossa inteligência vêm de nossas paixões.”
“Se os homens não tiverem amor pela glória, não terão bastante espírito ou bastante virtude para merecer a vitória. As paixões do homem lhe ensinam a pensar.”
Devemos nos habituar, é a idéia de Vauvenargues, a uma mistura do bem e do mal na natureza e estar satisfeitos se cada pessoa puder, por uma sábia direção, ser colocado ao bem social. Se os homens, por falta da liberdade, fossem sempre impedidos de errar, eles correriam o risco de ficarem na condição de escravos, o que é o pior dos castigos. Grandes abusos fazem parte da ordem humana e não podem ser inteiramente extirpados.
“Nós não temos direito algum de reduzir à miséria aqueles que não podem se elevar à virtude. Nós não poderemos ser justos se antes nós não formos humanos.”
A leitura de LES PENSÉES, Os pensamentos, de Vauvenargues, é recomendada até nossos dias. Uma de suas máximas mais citadas diz que:
“OS GRANDES PENSAMENTOS VÊM DO CORAÇÃO”.


AMANHÃ: Denis Diderot Fez a Enciclopédia, habilmente reunindo sábios nessa oficina filosófica

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