11 DE OUTUBRO. Ramus: pensar
como Euclides e não pelo silogismo de Aristóteles
RAMUS
Petrus Ramus, Pierre La
Ramée
(nasceu em 1515, em
Picardy, França; morreu em 1572, em Paris)
FILÓSOFO MATEMÁTICO
FRANCÊS FAMOSO RETÓRICO E LÓGICO
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do
pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da
unanimidade católica e do feudalismo.
O mês de Descartes da
Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em
toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A primeira semana
deste mês mostra os representantes da filosofia Escolástica. É a tentativa sistemática
de Alberto Magno, de Tomás de Aquino e de outros para empregar a lógica de
Aristóteles na defesa das crenças e para reconciliar a fé com o pensamento
científico. O ceticismo inicial é também representado por nomes como Ramus,
Erasmo e Montaigne. O chefe de semana é Santo Tomás de Aquino.
Ver em 1008 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES
A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade
que prepararam a
civilização do futuro.
RAMUS (1515-1572)
era um componês de Picardy. Deixou a casa dos pais para ir a Paris, em se
empregou como servente no Colégio de Navarre. Ele encontrou meios de estudar e
fez rápidos progressos com poucos recursos. O estudo da obra de Aristóteles,
que fora trezentos anos antes o sinal e o instrumento do progresso intelectual,
nesses tempos tornara-se um dogma irracional imposto.
Quando Ramus se apresentou para defender o grau de Mestre, ele
apresentou a prova de que Aristóteles não era infalível, o que parecia, então,
uma tarefa ímpia, uma heresia contra os dogmas da religiosidade da escolástica
medieval. O desenvolvimento dessa tese foi a obra principal de toda sua vida.
Ramus exerceu grande influência na reforma do ensino da Lógica.
Ele manteve o ataque contra a lógica escolástica, com ênfase no uso da lógica
em discussões e com o uso de uma aplicação simplificada do silogismo, sem
acompanhar a regra de Aristóteles.
Ele propôs que a aprendizagem de pensar fosse ensinada usando a
geometria do texto dos Elementos de
Euclides, em lugar do estudo do silogismo de Aristóteles. Aprender a pensar,
pensando, e pensando em matemática.
O
ensinamento de Ramus teve grande influência nos séculos 17 e 18.
A Universidade da Sorbonne perseguiu o autor com um processo
diante do parlamento de Paris. O rei Francisco I interveio na disputa e a
conclusão foi de que o seus livros fossem suprimidos e que Ramus ficasse
proibido de ensinar o que fosse contra Aristóteles, sob pena de castigo
corporal.
Como era um matemático destacado, ele ocupou o seu lazer para
preparar uma edição da geometria de Euclides. Ele continuou a ensinar, apesar
da oposição da Sorbonne, e em 1545 o Cardeal Charles de Lorraine suspendeu a
interdição que o condenava.
Em 1551 ele foi nomeado professor de filosofia e de retórica no
Colégio de França e durante os quinze anos seguintes ele publicou diversas
obras sobre matemática e sobre os temas clássicos.
Ramus mostrou suas simpatias pela Reforma Protestante e durante as
guerras civis ele deixou Paris em 1568, indo para a Alemanha onde foi recebido
com muita honra. Ele ensinou em Heidelberg e lá fez sua pública profissão de fé
como protestante. Logo depois ele voltou a Paris, morrendo em 1572 nos
massacres de São Bartolomeu contra os protestantes.
A filosofia de Ramus mostrou a impossibilidade de ensinar qualquer
habilidade apenas falando sobre as condições da realização da habilidade. Se a
Lógica se propõe a ensinar a pensar, não basta falar. Nem mesmo basta falar sobre
o pensamento. Aprende-se a pensar, pensando. O exercício da lógica, ou seja, do
pensar, se faz no estudo, na pesquisa do saber. Em especial o estudo deve ser
feito nos temas mais simples, como nos da ciência matemática. E fazer filosofia
é pensar. Só se faz filosofia pensando, pesquisando, criando novo saber.
AMANHÃ: Nossos sentidos são pobres, nosso saber é imperfeito, é
relativo: Montaigne
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