ABRIL 11. Sosígenes: a reforma do calendário ordenada por Julio César
SOSÍGENES
Sosigène, Sosigenes of Alexandria
(viveu no primeiro século antes da nossa era)
MATEMÁTICO E ASTRÔNOMO REFORMADOR DO CALENDÁRIO NO IMPÉRIO ROMANO
AS BASES DA CIÊNCIA
Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO no mundo foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar, ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A terceira semana do mês de Arquimedes mostra os mais destacados astrônomos da Grécia e da Arábia. Foi na época em que a Astronomia, deixando de ser apenas um registro de observações dos astros, tornou-se uma ciência abstrata. Somente com a abstração e as leis abstratas foi possível, pela primeira vez no mundo realizar uma previsão dos acontecimentos astronômicos futuros. No posto de chefe de semana está Hiparco no domingo que encerra a semana.
Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento científico na antiguidade.
SOSÍGENES fez a reforma do calendário do Império Romano, sob as ordens do imperador Júlio César no ano 45 antes da nossa era. Nessa época uma variedade grande de calendários era usada nas diferentes regiões do Império, de formas antigas e confusas. Tornou-se necessário estabelecer um calendário único oficial para todo o vasto Império Romano.
Da biografia pessoal do reformador do calendário, SOSÍGENES, quase nada foi conservado. Sabe-se que ele era do Egito, sendo um astrônomo grego da cidade de Alexandria. O próprio imperador Júlio César estudou astronomia e escreveu um tratado que ficou muito tempo em uso. Fragmentos de escritos astronômicos de SOSÍGENES, um deles com o nome de Revolução das Esferas. Nesses fragmentos o Astrônomo mostra que o planeta Mercúrio fazia o movimento em torno do sol.
O calendário antigo usado em Roma resultava de um antigo calendário lunar de 10 meses, que teria sido feito cerca do ano 738 antes da nossa era por Rômulo, o lendário fundador da cidade. Sendo mais curto que o ano, períodos mensais eram intercalados cada dois anos. Mas a intercalação não tinha regularidade, devido à negligência e à interferência política. O calendário do Império Romano acabou em grande confusão sem esperança, obrigando a realização da reforma feita por Júlio César.
No dia primeiro de janeiro do ano 45 foi adotado o calendário Juliano, com 365 dias no ano, mais um dia para cada quatro anos, chamado o dia bissexto. Em razão de dificuldades de implantação e desentendimentos, o novo calendário só começou a ser plenamente usado em todo Império Romano no ano 8 da nossa era, ou seja, 53 anos depois da reforma. O calendário Gregoriano que o ocidente usa em nossos dias é o mesmo calendário reformado por Júlio César, com pequenas modificações. O quinto mês do calendário antigo, chamado de Quintilis foi mudado para Julius, ficando Julho, em homenagem ao imperador. O sexto mês, Sextilis passou a ser Augustus, Agosto, em honra ao sucessor de Júlio César, o imperador César Augusto.
A duração do ano prevista por Sosígenes mostrou-se superestimada em 11 minutos e 14 segundos. Em meados do ano 1500 da nossa era o erro já tinha alterado a data das estações do ano em cerca de 10 dias. A reforma feita pelo papa Gregório XIII no ano 1582 acertou a diferença nas datas das estações no ano com uma correção de 10 dias. O calendário que usamos passou então a ser chamado de calendário Júlio - Gregoriano.
AMANHÃ: Ptolomeu e seu Almageste, o maior, completo.
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