segunda-feira, 9 de abril de 2012

0408 B ARATO a versificação de tratado astronômico

08 DE ABRIL. ARATO: as constelações em versos

ARATO
Aratus, Aratus of Soli, em grego Aratos
(viveu entre cerca do ano 310 e 250 antes da nossa era, na Macedônia)

POETA GREGO FEZ A VERSIFICAÇÃO DA ASTRONOMIA NO POEMA PHAENOMENA


AS BASES DA CIÊNCIA
Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO no mundo foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar, ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.

A terceira semana do mês de Arquimedes mostra os mais destacados astrônomos da Grécia e da Arábia. Foi na época em que a Astronomia, deixando de ser apenas um registro de observações dos astros, tornou-se uma ciência abstrata. Somente com a abstração e as leis abstratas foi possível, pela primeira vez no mundo realizar uma previsão dos acontecimentos astronômicos futuros. No posto de chefe de semana está Hiparco no domingo que encerra a semana.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento científico na antiguidade.


ARATUS DE SOLI ficou famoso ao versificar em poema astronômico uma paráfrase da obra Phaenomena (ou Aparência, Predicado) de Eudóxio de Cnido. Descreve nesse poema os principais aspectos da esfera celeste: o eixo terminado pelo pólo norte e pólo sul; o grande círculo do equador perpendicular ao eixo e os dois círculos dos trópicos. Inclinado sobre o círculo do equador estava o círculo do zodíaco contendo as 12 constelações por onde o sol percorre seu trajeto anual. Outro círculo dividia igualmente o céu, mostrando a via Láctea.
Foi em Soli em Cilicia na Ásia Menor que Arato nasceu. Estudou com Menecrates em Efeso e com Philitas em Cos. Foi aluno do filósofo aristotélico Praxifanes em Atenas e do filósofo estóico Zeno. Convidado para a corte do rei Antigonus II Gonatas da Macedônia. Foi ali que escreveu seu mais famoso poema, Phaenomena. Para o rei Antigonus II colocou em versos a vitória em batalha no ano 277 antes da nossa era. Mais tarde esteve na corte o rei Antiochus I Soter da Síria, retornando mais tarde para Pella na Macedônia, onde morreu.
Arato indica em sua obra o movimento independente dos planetas, mas não tenta fazer sua determinação Virgílio estudou com cuidado o poema Phaenomena de Arato e Cícero o traduziu para o latim.
São Paulo cita o verso de abertura da obra de Arato com invocação a Zeus. Esse verso ficou famoso por estar indicado no discurso de Paulo de Atenas, em ATOS DOS APÓSTOLOS, XVII, 28. A citação do verso de Arato consta do Novo Testamento cristão, quando São Paulo fala em Deus. O verso original de Arato diz:
“Comecemos com Zeus, de que nós mortais nunca deixamos de lembrar. Porque toda rua, todo mercado está cheio de Zeus. Mesmo o mar e o porto estão cheios da divindade. Em todo lugar todo mundo é devedor a Zeus. Porque somos, na verdade, seus filhos... (Phaenomena 1-5).”
Arato obteve grande prestígio entre os poetas gregos, como Theocritus, Callimachus e Leônidas de Tarentum. Citações foram tomadas por poetas de Roma, como Ovídio e Virgílio. Traduções de obras de Arato foram feitas por Cícero, Ovídio, Avienus e Qintiliano.
Em homenagem a Arato uma das crateras da lua recebeu o seu nome.
Mais tarde foram feitas traduções em árabe, no século 9 da nossa era. Traduções anotadas para as línguas modernas estão disponíveis em nosso dias, por escritores europeus e americanos.


AMANHÃ: O almirante de Alexandre: NEARCO no calendário histórico.

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