12 DE MAIO: A modernização militar feita pelo general romano Mário.
MÁRIO
Gaius Marius
(nasceu cerca do ano 157 antes da nossa era, em Arpinum, no Lácio, Itália; morreu no ano 86, em Roma)
GENERAL E ESTADISTA ROMANO MODERNIZOU O EXÉRCITO POPULAR ROMANO
Os guerreiros e estadistas da Grécia antiga, de Roma e de Cartago são lembrados no quinto mês do calendário histórico-filosófico. São os representantes principais da civilização militar. Mudaram a forma da vida social do modo oriental, teocrático, para os costumes da vida ocidental, mais liberal, com uma vida mais laica, mais humana, ainda com mitologia, mas menos cruel. Os pequenos países viviam em continuada luta contra os visinhos, no ataque e em sua própria defesa, sempre procurando fazer a conquista. Foi Roma com suas qualidades que conseguiu a conquista de todo o continente europeu, incorporando por longos séculos os pequenos povos num império de paz e de cooperação. O resultado foi pela primeira vez uma paz de longa duração num território de grande extensão. Implantou nos povos do Ocidente uma unidade que permaneceu para sempre; deu-lhes a todos a cultura greco-romana; criou as condições para uma civilização homogênea, a ter mais tarde uma religião universal, comum a todo o continente.
No mês da Civilização Militar representado pela figura de Júlio César a terceira semana mostra os melhores tipos da fase inicial de Roma na forma de República aristocrática.
A semana tem como chefe Cipião o Africano, nascido de família patrícia, sendo o maior general romano antes de César. Ele incentivou a difusão da cultura grega e continuou a reduzir o poder do Senado na tendência que mais tarde, no Império, tornou essa assembléia perturbadora sem poder político, passando a ser apenas consultiva. Cipião é homenageado no último dia da semana.
Ver o Quadro 0423 1 do mês de César da Civilização Militar.
Mario nasceu em perto de Arpinum, no Latium (Lácio), na Itália. Sua juventude se deu nos trabalhos do campo. Aos 23 anos lutou na Espanha sob o comando de Cipião Emiliano, demonstrando, então, grande talento militar.
Ele era um romano dos velhos tempos, muito trabalhador, de pouco comer, rigoroso, rude chegando à grosseria, desdenhando com superioridade não só o luxo, e mesmo o refinamento e o estudo, sem paciência com a insolência dos aristocratas e orgulhoso de ser filho do povo, de ser um homem comum.
Mario combateu a corrupção ocorrida no governo do Senado romano após a vitória sobre a Macedônia, em Pydna. Os nobres se apropriavam dos cargos, fazendo o roubo dos recursos públicos e faziam profissão na pilhagem. A extensão gradual do direito de cidadão que fora dada aos italianos foi suspensa. O território conquistado por Roma crescia, mas não a força das tropas romanas. Os generais se mostravam corrompidos e incompetentes, os soldados indisciplinados e desmoralizados. Mario procurou corrigir esses erros.
Sua elevação na carreira militar e política foi lenta, já que os jovens da nobreza, da aristocracia, obtinham as promoções a cargos mais altos antes dele. Como tribuno defensor do povo, propôs leis de proteção aos proprietários rurais, expropriados pelos aristocratas.
Formando seus exércitos com os populares, deu novas vitórias às forças romanas, a tropa mais forte que o mundo já tinha visto, um exercito que viria a formar a civilização européia no futuro por mais de 500 anos. Esse foi o exercito de César e de Tibério, de Trajano e de Aurélio.
Logo as ameaças dos bárbaros do norte da Europa iriam cair sobre a republica romana. Cinco grandes exércitos de Roma tinham sido derrotados nos campos alem dos Alpes pelos Cimbres e pelos Teutões.
Mario, retornando da guerra na África, modernizou completamente o sistema militar de Roma, mudou sua organização, seus equipamentos, sua tática, suas manobras e até suas armas. Essa foi a preparação para o ataque aos bárbaros Teutões no norte. Eles foram vencidos no ano 102 e os Cimbres derrotados em 101.
A permanência de Mario como Cônsul por muitos anos foi uma anulação do poder político do Senado, o começo do fim do parlamentarismo em Roma.
A vida de Mario, repleta de vitórias e derrotas, a sua crueldade militar, as suas vinganças, mostram como nossos antepassados tinham enormes dificuldades para sobreviver e para construir uma sociedade humana feliz.
O que nos faz apreciar o valor de nosso progresso lento, oscilante, confuso, mas constante, em direção a uma vida mais harmônica entre os humanos, na evolução que se iniciou da selvageria animal para uma vida de fraternal convivência entre todos os povos do mundo.
Assim vemos o papel de nossos antepassados na longa evolução social. Essa visão pode nos dizer em que fase hoje nós estamos nessa escalada da sociedade partindo da animalidade para chegar aos mais nobres sentimentos de humanidade.
AMANHÃ: Anulação do papel do Senado Romano por Cipião.
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