27 DE
JUNHO. MARINA: gênio e simpatia vence a opressão dos conquistadores
MARINA
Doña Marina,
La Malinche , Malintzin
(nasceu em
1496; morreu em 1529)
PRINCESA
INCA ESCRAVA INTÉRPRETE E CONSELHEIRA NA CONQUISTA DO MÉXICO
As grandes contribuições da Civilização Feudal para o
progresso da sociedade humana
A Civilização Feudal
realizou a tarefa principal ao estabelecer:
3. Suprimiu a escravidão geral na população, fundou o trabalho livre com a
libertação completa do trabalhador
resultando na importante organização
permanente do sistema econômico do capitalismo.
Neste mês são consagrados os nomes que
representam a guerra para a defesa da Europa e que fundaram as instituições
locais, trabalhando para organizar cada nova nação européia.
Foram nove séculos de
avanços e recuos, desde cerca dos anos 400 até 1300. Com muita confusão,
crueldade e crimes; mas também com muito heroísmo e uma dedicação admirável
resultando em notável progresso político, econômico, filosófico e moral.
Nesta segunda semana o tipo principal é Godofredo
de Bouillon, herói da primeira cruzada. Sua biografia está no domingo que
termina a semana.
Ver em
0617 01 B O QUADRO DO MÊS DE
CARLOS MAGNO A CIVILIZAÇÃO FEUDAL, com seu resultado geral e todos os grandes
tipos humanos do mês.
MARINA
(1496-1529)
A história da jovem princesa inca exige sua compreensão
sociológica. No seu julgamento é necessário que se leve em conta a etapa da
evolução da população em que se desenrolaram os fatos, no começo dos anos 1500,
século XIV.
A civilização européia começava a revolução moderna, a partir dos
anos 1300, com a queda do feudalismo na política e a secularização com a queda
do poder moral do papado e da religião cristã que dirigiu o ensino e a cultura
durante os anteriores 1000 anos.
A secularização provocou a alteração nos profundos valores
e na referência
que orienta os usos e os costumes da sociedade. A referência era feita em
obediência à narrativa religiosa interpretada pelos sacerdotes dos deuses.
A referência moderna, pós-medieval, passou a ser feita em relação
ao bem
da sociedade humana. Os humanos passaram a estar no alto da escala de
valores. A sociedade é agora, na modernidade, a autoridade superior.
Verifique-se na história que sempre, em todos os tempos, em todas
as religiões, os sacerdotes de mais sucesso, sempre, conduziram suas mitologias
a proteger e aperfeiçoar cada vez mais a sociedade em que viviam. Caso
contrário perturbariam ou morreriam junto com a coletividade de seus adeptos.
Observe esse permanente, onipresente, relativo, poder da
humanidade de vida ou morte sobre suas criaturas.
Os tribunais por seus juízes julgam o comportamento pessoal e as
instituições se são benéficas ou adversas à sociedade dos homens, à humanidade.
É o humanismo em pela ação, em unanimidade.
A avaliação do papel histórico de Marina, o seu julgamento, deve,
portanto, levar em conta o seu lugar e o seu tempo e seu resultado social.
A ambição pela riqueza de novos territórios fazia aventureiros se
arriscassem a novas conquistas na recém descoberta América, o que resultou na
descoberta e colonização do novo continente.
O resultado da conquista de novos territórios foi a transferência
da civilização mais adiantada da Europa para os novos continentes habitados por
povos mais atrasados. O resultado foi afinal a pacificação, a formação de
grandes países e o enriquecimento de suas populações. As vantagens pessoais ambicionadas
foram o engodo e a recompensa aos esforços e aos enormes riscos envolvidos nas
viagens e nas lutas da conquista. A exploração e tomada das riquezas das
colônias foi uma espoliação a deplorar.
A recompensa que é obtida com as conquistas parece ser feita por
alguma mão invisível com o propósito de gerar a disseminação da civilização
européia mais adiantada. É decorrência da ação do sentimento gregário da raça
humana, do altruísmo, que é o verdadeiro motor do progresso. É a ação da mão
da humanidade que, sendo um ser vivo, é dotado de órgãos individuais
capazes de sentimento das necessidades sociais.
A conquista do novo continente foi, em seu resultado final, um
engrandecimento da sociedade humana. A crueldade e os excessos ocorreram como
grave crime de guerra em situação de extremo perigo para ambos os lados da
luta.
Os indígenas do México estavam num politeísmo teocrático em
sangrentas e cruéis guerras mútuas de conquista, em luta constante entre as
tribos do território. Então os vencidos de guerra que não morriam eram tornados
escravos. A escravidão branca era prática corrente aceita e não um crime para
os nativos.
DOÑA MARINA tinha o nome inca de Malintzin. Foi a intérprete, a
amiga e amante do conquistador espanhol do México Hernán Cortés. Teve uma
atuação continuada e forte na conquista do país, como importante auxiliar de
Cortés. Ele chegou a afirmar que, depois de Deus, Marina foi a principal razão
de seu sucesso. Sob o ponto de vista do progresso da sociedade humana, essa
conquista, embora feita de forma sangrenta e terrível, permitiu o conhecimento
dos novos continentes e de sua integração do planeta terra.
Malineli Tenepati ou Doña Marina nasceu em família nobre da tribo
de língua náhuati dada como escrava aos mayas vencedores. Passou a conhecer as
duas línguas. Mais tarde foi dada como presente a Hernán Cortés com outras 19
mulheres escravas. Marina junto com um espanhol que fazia a tradução
maya-espanhol serviu como intérprete para Cortés. Mais tarde Marina aprendeu
também a língua espanhola.
Além de intérprete, Marina assessorou os espanhóis sobre os
costumes sociais e militares dos nativos, com o que hoje se chama de
“inteligência” e “diplomacia”. Embora a conquista tenha sido de grande
violência em ataques de sangue e de horror, com grande crueldade contra os
nativos, Marina evitou maior carnificina contra os povos invadidos. Por sua
ação, Marina tornou-se uma figura de destaque na história do México.
Em nossos dias a imagem de Marina é mostrada sob diversos
aspectos, tanto como a simbólica cuidadosa mãe do novo povo do México, ou como uma
traidora de seu povo, ou como uma pobre vítima dos conquistadores. Hoje Marina
é personagem de várias novelas, em produções teatrais e no cinema.
São mostrados varios aspectos marcantes de sua agitada vida. Um aspecto é ligado à novela de jovem em sua infância em familia da nobreza local depois sequestrada e vendida como
escrava.
Outro fato seria um
grande romance de amor com Cortés, que não seria tão usual na época e menos
ainda nas circunstâncias de guerra.
Há o aspecto anti-patriótico da traição de sua
raça e a venda de sua pátria para o invasor que marca sua imagem. Mas naquela
época não havia um país, porque não havia unidade entre os nativos: somente
várias tribos lutavam entre si até a morte.
Mas há também quem
mostre Marina como uma boa MÃE CRIADORA de uma nova pátria, de uma nova raça,
ao ter um filho com Cortés, e mais filhos, depois de casada com outro nobre
espanhol.
Marina se torna o tipo
de mulher que, se elevando da condição de povo conquistado, consagra seu gênio e sua
simpatia para tornar mais suave a violenta opressão do invasor estrangeiro.
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