quinta-feira, 9 de junho de 2016

0610 B INÁCIO DE LOYOLA a ordem dos jesuítas dedicada à fé e ao ensino

10 DE JUNHO. Santo Inácio: entusiasmo e esforço para reformar a igreja católica

INÁCIO DE LOYOLA
Inigo de Oñez y Loyola, Ignace de Loyola; Loyola, Saint Ignatius of
(nasceu em 1491, em Loyola, Castela, na Espanha; morreu em 1556 em Roma)

TEÓLOGO ESPANHOL FUNDADOR DA ORDEM DOS JESUÍTAS NA CONTRA-REFORMA

A regeneração moral com a compressão do egoísmo anti-social

O Catolicismo teve uma ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os violentos guerreiros se tornaram Cavaleiros para a proteção da mulher, dos pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
Verifica-se e fica bem claro na história o papel das doutrinas religiosas no ensino e consagração para a proteção, manutenção e aperfeiçoamento da sociedade humana em nome de um sagrado ser superior divino. As doutrinas anti-sociais perturbam e mesmo levam à morte da própria congregação religiosa. Essa é a razão do supremo poder de vida ou de morte da associação humana, suave e sutilmente exercido desde os mais remotos milênios da evolução da espécie. Os sábios sacerdotes de todas, de todas as religiões sentiram a força dessa lei sociológica básica. Regra que obrigou e obriga a todos a eternamente proteger e servir ao grande organismo social humano em nome de seus adorados e poderosos deuses. Porque caso contrário, todos morreriam com a destruição da sociedade.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
Pela primeira vez na história o poder das opiniões, do ensino e da consagração sem armas se torna livre em relação ao poder coercitivo político armado. É a libertação do Poder Espiritual, da liberdade de consciência, da formação da opinião. Liberdade completa em relação ao Poder Temporal da disciplina dos atos pela força. A liberdade dos formadores de opinião foi feita pelo Catolicismo pela primeira vez na história do mundo. Antes do cristianismo católico o poder político era totalitário, não havendo liberdade de consciência em todas as civilizações passadas, para suas religiões. Comprova-se assim que o totalitarismo como controle das consciências é de fato um regime político retrógrado e cruel, muito antigo, bárbaro.
A quarta semana do mês do Catolicismo mostra o seu papel de controlar e estimular a vida moral das massas após a queda do papado e da fé. Com a perda do poder político as igrejas nacionais católicas se subordinam ao poder político de cada país sem romper com o papa. O tipo principal é Bossuet, chefe de semana, tendo sua biografia no domingo último dia da semana. O protestantismo é representado pela mais pura de suas seitas, os quakers, em que a utilidade social é completamente afastada da ambição mundana.
Notar que em cada semana deste mês figura uma ou duas mulheres ilustres: a mãe de Santo Agostinho; Heloisa, com sua ternura e Beatriz; Santa Tereza d´Avila, a sublime mística espanhola.

Ver em  0521 01 B O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com todos os grandes tipos humanos do mês.

Santo Inácio (1491-1556) com grande entusiasmo e persistente esforço fez parte de mais uma tentativa de reformar a igreja católica. Foi o sucessor dos reformadores da religião medieval dos anos 1200, do século XIII.
Inácio tentou parar a decomposição da religião devida à secularização iniciada nos anos 1400, século XIII. E o fez reconstruindo o catolicismo com base no culto da Virgem Maria, colocada como a divindade do ocidente. Tentou instituir um verdadeiro novo sacerdócio tomando a direção geral da educação agora adaptada às necessidades intelectuais e sociais da sociedade. Ao mesmo tempo procurou ganhar a supremacia das missões no estrangeiro, atendendo à expansão mundial que os europeus do ocidente pareciam exigir. Seus sucessores deram exemplos de nobre desinteressada dedicação às tarefas propostas pelo fundador da sua ordem religiosa.
INÁCIO DE LOYOLA, fundador da Sociedade de Jesus, a ordem dos jesuítas, nasceu no castelo de Loyola, na província basca de Guipúzcoa, no reino de Castela, Espanha. Descendente de uma família nobre e rica, tornou-se um brilhante militar e membro da corte do rei Fernando V de Aragão. Foi ferido em combate no cerco da cidade de Pamplona por uma bala de canhão, atingido gravemente na perna direita. Até então era dado às vaidades do mundo, sendo um homem ruivo de baixa estatura, mais vaidoso do que sensual.
Durante sua convalescença passou a ler a vida dos santos e decidiu dedicar-se à vida religiosa. Retirou-se a uma ermida e foi em peregrinação a Jerusalém. Voltou à Europa e estudou em universidades na Espanha e em Paris. Formou grupos que se desenvolveram até formar a Sociedade de Jesus, a ordem dos jesuítas, autorizada pelo papa em 1540. Foi em seguida eleito o primeiro GERAL dos jesuítas, como único chefe da necessária unidade de comando do grupo que cresceu rapidamente.
Quando Inácio morreu em 1556 havia mais de 1000 jesuítas divididos em vários países, na Itália, na Espanha, Alemanha, França e Portugal e ainda na Índia e no Brasil.
O plano de reforma da Igreja Católica falhou, tal como as anteriores, porque a revolução intelectual não podia ser interrompida. Sob a direção de seus sucessores sua política retrógrada se apoiou em vasta incoerência e hipocrisia. É impossível ensinar ciência e fé teológica ao mesmo tempo que se subordina e se torna dependente de recursos do poder político. Os jesuítas foram várias vezes expulsos e depois reintegrados em vários países e até mesmo pelo papa. Em Portugal e no Brasil foram excluídos pelo Marques de Pombal.
Apesar das dificuldades, hoje os jesuítas formam a maior ordem religiosa católica e estão dedicados a todos os trabalhos religiosos, mantendo escolas, universidades, missões e evangelização em 112 nações em seis continentes.
Notar como a organização do Catolicismo da Idade Média sempre foi uma entidade de ensino e de cultura, até os anos 1200 do século XIII detentora de todas as escolas, de toda comunicação e formação de opinião do mundo europeu. Depois da deterioração do poder político do papa e da religião medieval, ainda é admirável a unidade e as belas organizações que restaram desse imenso poder cultural.


AMANHÃ: Cardeal Frederico Borromeu: energia e defesa da cultura.





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