terça-feira, 12 de abril de 2016

0412 B PTOLOMEU a irregularidade do movimento da lua pela atração solar

ABRIL 12.  Ptolomeu: o seu Almageste, o maior, completo, importante
PTOLOMEU
Claudius Ptolemaeus em latim; Ptolémée, Ptolomy
(viveu entre os anos 100 a 180 da nossa era)

MATEMÁTICO E GEÓGRAFO E ASTRÔNOMO DO SISTEMA GEOCÊNTRICO

AS BASES DA CIÊNCIA
Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO no mundo foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar, ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.

A terceira semana do mês de Arquimedes mostra os mais destacados astrônomos da Grécia e da Arábia. Foi na época em que a Astronomia, deixando de ser apenas um registro de observações dos astros, tornou-se uma ciência abstrata. Somente com a abstração e as leis abstratas foi possível, pela primeira vez no mundo realizar uma previsão dos acontecimentos astronômicos futuros. No posto de chefe de semana está Hiparco no domingo que encerra a semana.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes  Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento científico na antiguidade.


NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS


PTOLOMEU nasceu no Egito. Ele viveu na vizinhança de Alexandria onde realizou sua pesquisa astronômica durante os governos dos imperadores Adriano e Antonino Pio. Sua casa de moradia estava situada em cima do terraço elevado de um templo de Serapis, em Canopa, onde as colunas foram mais tarde erigidas em memória de seus trabalhos.
Sua grande obra é intitulada He mathematike syntaxis (A coleção matemática), mais conhecida pela forma árabe da palavra grega MEGISTE que significa o MAIOR, tornando-se o ALMAGESTE agora o nome usado. É um tratado completo da Astronomia que era conhecida pelos antigos.
O Almageste se compõe de 13 livros em que os dois primeiros tratam da terra como centro do universo, dos movimentos das esferas estreladas pelas quais o dia, o ano e a precessão dos equinócios são explicados. Sua tabela de dados é descrita e aplicada, o tempo astronômico é determinado, a dependência do clima em relação à latitude é mostrada.
O terceiro livro trata da teoria do sol; o quarto e o quinto da teoria da lua. O sexto é consagrado às eclipses; o sétimo e o oitavo às estrelas; os cinco últimos livros aos planetas.
Ptolomeu descreve o seu sistema geocêntrico, com numerosa argumentação para provar que a terra como centro do universo deveria estar imóvel. A terra não se deslocaria nem giraria em torno de si mesma. E esse sistema decorria dos dogmas religiosos que afirmavam ser o homem o centro da natureza, criado à imagem da divindade. Nunca seria fácil ter a humildade de reconhecer a fragilidade da vida humana num pequeno planeta, girando em torno do sol, apenas uma estrela menor entre inúmeras outras estrelas.
Somente muitos séculos depois é que estaria a sociedade dos homens pronta para modestamente estudar a sua verdadeira posição no universo. E a maravilha admirável é o fato de grandes pensadores como Kepler, Galileu e Newton descobrirem as leis que governam o sistema astronômico que nos domina.
Devido ao seu caráter geral, enciclopédico, o Almageste teve uma profunda influência e uma grande utilidade para os astrônomos que se sucederam. E foi a maior fonte de informação sobre as descobertas de Hiparco, que foi o maior astrônomo da antiguidade.
Ptolomeu cita repetidamente as obras de Hiparco. Mas Delambre e outros estudiosos o acusam de ter se apropriado das idéias de Hiparco como suas, sem citar a fonte. No entanto, o que foi feito pelo próprio Ptolomeu tem também muita importância. Ele descobriu a segunda irregularidade do movimento da lua, chamada de evecção, causada pela atração do sol.
A primeira irregularidade que resulta da posição excêntrica da terra na órbita da lua, chamada de equação do centro, havia sido descoberta por Hiparco. A estimativa feita por Ptolomeu da segunda irregularidade era aproximada do valor correto e constitui uma descoberta de grande valor.
Outra descoberta de capital importância para a Astronomia é devida a Ptolomeu, a da refração dos raios luminosos quando eles passam de um meio menos denso para um meio mais denso. Ele demonstra a questão no seu tratado de ÓTICA, escrito mais tarde. Aplicando esse fenômeno ótico à Astronomia, ele mostra que a refração é maior quando a observação é feita no horizonte, diminuindo à medida que a estrela se aproxima do zênite, desaparecendo quando o raio é vertical.


AMANHÃ: O tratado das estrelas do príncipe árabe Albatênio.



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