ABRIL 12.
Ptolomeu: o seu Almageste, o maior,
completo, importante
PTOLOMEU
Claudius
Ptolemaeus em latim; Ptolémée, Ptolomy
(viveu
entre os anos 100 a
180 da nossa era)
MATEMÁTICO
E GEÓGRAFO E ASTRÔNOMO DO SISTEMA GEOCÊNTRICO
AS
BASES DA CIÊNCIA
Os gregos
antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os
pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem
maior desenvolvimento.
Todos os
conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida
diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as
doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na
agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos
antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo
estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início
do estudo ABSTRATO no mundo foi realizado pela primeira vez no mundo pelos
gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos
terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus
templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito
de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos
que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos
sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar, ou
cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função
cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência
humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração
mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com
aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou
experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca
da idade de sete anos.
O
filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos
primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou
feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em
deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de
enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a
desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental,
embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência
abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político
totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A
terceira semana do mês de Arquimedes mostra os mais destacados astrônomos da
Grécia e da Arábia. Foi na época em que a Astronomia, deixando de ser apenas um
registro de observações dos astros, tornou-se uma ciência abstrata. Somente com
a abstração e as leis abstratas foi possível, pela primeira vez no
mundo realizar uma previsão dos acontecimentos astronômicos futuros.
No posto de chefe de semana está Hiparco no domingo que encerra a semana.
Ver o
Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes
Ciência Antiga.
O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do
conhecimento científico na antiguidade.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
PTOLOMEU nasceu no Egito. Ele viveu na vizinhança de Alexandria
onde realizou sua pesquisa astronômica durante os governos dos imperadores
Adriano e Antonino Pio. Sua casa de moradia estava situada em cima do terraço
elevado de um templo de Serapis, em Canopa, onde as colunas foram mais tarde
erigidas em memória de seus trabalhos.
Sua grande obra é intitulada He mathematike syntaxis (A coleção matemática), mais conhecida pela forma árabe da palavra grega MEGISTE
que significa o MAIOR, tornando-se o ALMAGESTE agora o nome usado. É um
tratado completo da Astronomia que era conhecida pelos antigos.
O Almageste se compõe de 13 livros em que os dois primeiros tratam
da terra como centro do universo, dos movimentos das esferas estreladas pelas
quais o dia, o ano e a precessão dos equinócios são explicados. Sua tabela de
dados é descrita e aplicada, o tempo astronômico é determinado, a dependência
do clima em relação à latitude é mostrada.
O terceiro livro trata da teoria do sol; o quarto e o quinto da
teoria da lua. O sexto é consagrado às eclipses; o sétimo e o oitavo às
estrelas; os cinco últimos livros aos planetas.
Ptolomeu descreve o seu sistema geocêntrico, com numerosa
argumentação para provar que a terra como centro do universo deveria estar
imóvel. A terra não se deslocaria nem giraria em torno de si mesma. E esse
sistema decorria dos dogmas religiosos que afirmavam ser o homem o centro da
natureza, criado à imagem da divindade. Nunca seria fácil ter a humildade de
reconhecer a fragilidade da vida humana num pequeno planeta, girando em torno
do sol, apenas uma estrela menor entre inúmeras outras estrelas.
Somente muitos séculos depois é que estaria a sociedade dos homens
pronta para modestamente estudar a sua verdadeira posição no universo. E a
maravilha admirável é o fato de grandes pensadores como Kepler, Galileu e
Newton descobrirem as leis que governam o sistema astronômico que nos domina.
Devido ao seu caráter geral, enciclopédico, o Almageste teve uma
profunda influência e uma grande utilidade para os astrônomos que se sucederam.
E foi a maior fonte de informação sobre as descobertas de Hiparco, que foi o
maior astrônomo da antiguidade.
Ptolomeu cita repetidamente as obras de Hiparco. Mas Delambre e
outros estudiosos o acusam de ter se apropriado das idéias de Hiparco como
suas, sem citar a fonte. No entanto, o que foi feito pelo próprio Ptolomeu tem
também muita importância. Ele descobriu a segunda irregularidade do movimento
da lua, chamada de evecção, causada pela atração do sol.
A primeira irregularidade que resulta da posição excêntrica da
terra na órbita da lua, chamada de equação do centro, havia sido descoberta por
Hiparco. A estimativa feita por Ptolomeu da segunda irregularidade era
aproximada do valor correto e constitui uma descoberta de grande valor.
Outra descoberta de capital importância para a Astronomia é devida
a Ptolomeu, a da refração dos raios luminosos quando eles passam de um meio
menos denso para um meio mais denso. Ele demonstra a questão no seu tratado de ÓTICA, escrito mais tarde. Aplicando
esse fenômeno ótico à Astronomia, ele mostra que a refração é maior quando a
observação é feita no horizonte, diminuindo à medida que a estrela se aproxima
do zênite, desaparecendo quando o raio é vertical.
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