04 DE ABRIL. CTESÍBIO: aplicação da ciência para a indústria
CTESÍBIO
Ctesibius,
Ktesibios ou Tesibius
(viveu
entre os anos de 280 e 220 antes da nossa era)
MATEMÁTICO
E INVENTOR DIRETOR DO MUSEU DE ALEXANDRIA
AS
BASES DA CIÊNCIA
Os gregos
antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os
pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem
maior desenvolvimento.
Todos os
conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida
diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as
doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na
agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos
antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo
estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início
do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos.
Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e
já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos.
Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por
meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que
formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos,
não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar
na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral
da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana.
Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental
abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da
pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou
experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca
da idade de sete anos.
O
filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos
primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou
feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em
deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de
enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a
desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental,
embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência
abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político
totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
Na
segunda semana do mês de Arquimedes o desenvolvimento das ciências na
Matemática é representado desde Euclides até Diofante. O chefe da semana é
Apolônio de Perga, que no último domingo fecha a semana.
Ver o
Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes
Ciência Antiga.
O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do
conhecimento científico na antiguidade.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
CTESÍBIO tem sido
considerado como o mestre de Heron de Alexandria. Foi a primeira grande
personalidade da tradição antiga da engenharia de Alexandria, no Egito antigo.
Era filho de um barbeiro. Entre as suas invenções encontra-se a de um espelho
móvel para barbeiros, acionado por um sistema de contrapesos, que permitia
mudar com facilidade a sua posição.
Plínio se refere a ele
como o inventor da bomba para elevação de água e como o primeiro a estudar a
força expansiva do ar e do vapor dágua. Em seu livro “SOBRE PNEUMÁTICA”
descreveu suas pesquisas sobre a elasticidade do ar comprimido e seu uso em
bombas e até em canhões.
Foi o que valeu-lhe o título de “pai da pneumática”.
Vitrúvio descreve algumas
das invenções de Ctesíbio. A bomba para água era do tipo de pistão ainda
empregada hoje. Um relógio de água, complicado, é também descrito por Vitrúvio.
A medição do tempo era muito imperfeita entre os antigos e era uma grande
dificuldade nas suas pesquisas astronômicas.
O tempo era medido de
forma grosseira pela queda da água passando por uma pequena abertura feita no
vaso em que estava. Era usada também a areia. Na verdade o escoamento era mais
rápido no começo da saída dágua, quando a altura do líquido era maior, com mais
pressão. O relógio de Ctesíbio evitou esse inconveniente, na descrição feita
por Vitrúvio, chegando a indicar a hora, o dia, o mês e o signo solar.
Presume-se que o recipiente dágua mantinha o mesmo nível, de forma que a
quantidade de água descarregada ficasse sempre a mesma no intervalo de tempo
Ctesíbio é citado como
inventor de um órgão musical em que o ar é fornecido por uma bomba de pistão
acionada pelo peso da água colocada num tambor. Esse órgão musical rudimentar
foi chamado de “hidraulus”, famoso como uma maravilha de engenharia. Nas ruinas
de Cartago, hoje na Tunísia, foi achado um modelo em argila desse órgão. Os
restos de um órgão desse tipo foi encontrado em 1931 em escavações perto de
Budapest, na Hungria.
Nenhum dos trabalhos
escritos de Ctesíbio chegou até nós, nem mesmo sua obra “MEMORABILIA”, que
continha a compilação de suas pesquisas, conforme citado por Atheneus, um
gramático grego que viveu nos anos 100 da nossa era.
Ctesíbio e Heron mostram a
tendência dos pensadores do Museu de Alexandria para a aplicação prática da
ciência na tecnologia e na indústria. Alexandria então era um grande centro de
ensino, com a maior biblioteca do mundo antigo.
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