JULHO 05. Suger,
abade regente: uma monarquia central para a paz e progresso
SUGER
Abade
Suger, Suger Abbot
(nasceu no ano 1081 da
nossa era, em Paris; morreu em 1151)
ABADE DE
ST. DENIS ECLESIÁSTICO HÁBIL ESTADISTA MINISTRO REGENTE DA FRANÇA
As grandes contribuições da Civilização Feudal para o progresso da Nesta terceira semana estão os fundadores da importante vida cultural nos monastérios.
O tipo principal é Inocêncio III, que se colocou entre os mais nobres e
enérgicos papas. Sua biografia está no domingo que termina a semana.
Ver em 0618 C
O QUADRO DO MÊS DE CARLOS MAGNO A CIVILIZAÇÃO FEUDAL,
com o resultado geral do
feudalismo e com os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
O abade Suger (1081-1151), famoso regente da França, foi ministro
do rei Luis VII de 1137 a
1151. Ele nasceu perto de Saint-Omer, em Artois, França, em 1081 de uma família
de camponeses.
Suger foi educado na abadia de Saint-Denis, perto de Paris. Na
idade de 14 anos, teve como colega de estudo e companheiro o príncipe real que
viria a ser o rei Luis VI le Gros. Durante vinte anos, Suger trabalhou nos
interesses da abadia, cuidando de suas possessões ou aumentando o patrimônio
por meios legais ou por sua habilidade militar. Ele esteve continuadamente
empregado em missões para o abade Adam ou para seu amigo o rei Luis VI. Em
1122, Suger, contando então 41 anos, tornou-se o abade de Saint-Denis, mas, na
realidade, ministro e principal apoio da monarquia.
Com as normas que Suger colocou por trinta anos, a abadia
triplicou suas rendas e se tornou o centro da civilização e o maior baronato do
reino. Ele conseguiu elevar ao mais alto grau os recursos materiais e morais da
abadia. O mesmo resultado obteve para o reino, fortificando em conjunto um e
outro. Ele reconstruiu a igreja de Saint-Denis com uma perseverança extraordinária
e lhe deu um grande esplendor. Ela foi consagrada em 1140. A fachada do lado
oeste e as torres foram feitas com sua própria mão, e são das primeiras que
eram em estilo romano e passaram a ser em estilo gótico.
Suger estabeleceu uma disciplina rigorosa em sua abadia e
praticava, ele mesmo, uma severa austeridade. A última das numerosas missões
que o rei Luis VI confiou a seu fiel ministro foi realizar o casamento de seu
filho com Eleonora de Guienne, que resultou em mais do que dobrar os domínios
do reino francês.
Logo depois Luis VI morreu e o príncipe, agora um jovem de 18
anos, passou a reinar com o nome de Luis VII, em 1137. A partir de então,
Suger tornou-se efetivamente o vice-rei de França, até sua morte, quatorze anos
mais tarde, em 1151.
Em 1146, São Bernardo pregou a realização da segunda cruzada,
apesar da viva oposição de Suger, que aconselhava ao rei que se limitasse aos
negócios da França. Mas o rei se lançou nessa campanha desastrosa. Pela
recomendação de São Bernardo e com o acordo dos prelados e dos barões, Suger
foi nomeado o regente do reino.
Por cinco anos Suger se mostrou um dos maiores administradores que
a França já teve. Ele manteve a paz e a ordem em todo o país, estimulou o
crescimento das cidades, dispensou uma rigorosa justiça e restabeleceu a
prosperidade material, usando as riquezas de sua abadia e conseguindo ainda
bastante recurso para remeter ao rei na terra santa.
Antes de Suger, o centro da França era um deserto. Ele introduziu
a agricultura, a prosperidade se desenvolveu de forma durável e a população do
país cresceu. Quando o rei se decidiu voltar à França em 1149, Suger se propôs
a chefiar uma nova cruzada. Mas com malária, a morte não permitiu a realização
desse projeto. Ele morreu em 1151 aos 70 anos de idade.
Suger foi o primeiro e um dos melhores da longa sucessão de
estadistas que fizeram o progresso dos países na Idade Média. Sua idéia mestre
foi a criação de uma monarquia central como garantia da paz e do progresso. Seu
grande instrumento para isso foi o desenvolvimento das Comunas, povoações de atividade comercial dentro de cada feudo, para
com elas obter a supressão da guerra particular entre os barões dentro do país
e para evitar a opressão feudal. A Comuna inicialmente estava localizada em
terras do senhor feudal, a ele devendo obediência e pagamento.
A liberdade dos trabalhadores feudais, dos servos da gleba, do
feudo, fez nascer a atividade comercial foi gradualmente estabelecendo o
comerciante como classe do capitalismo nascente, o burguês. Então se organiza o
importante sistema capitalista das liberdades civis no fim do feudalismo, cerca
dos anos 1100, século XII. Assim nasce a burguesia, na liberdade de uma
civilização pacífica e industrial.
Nos séculos seguintes a atividade comercial capitalista gradualmente
ganharia riqueza e importância, resultando no desprestigio do clero e da
religião bem como no enfraquecimento e extinção da nobreza hereditária na
transmissão do capital e do poder político.
Para manter essa política, Suger colaborou muitas vezes com a
monarquia colocando-se, ele mesmo, em armas, no comando de sua abadia. Dizia
ele que
“A glória da Igreja consiste na união da realeza com o clero”. Para
chegar a esse fim, a política de Suger e dos dois reis de que ele dirigiu a
conduta, foi oficializar o foro de
liberdade às comunas e cidades e de dar a liberdade aos servos da gleba, aos
camponeses medievais, então submetidos à semi-escravidão por seus barões, os
senhores donos do território do feudo. “Não
se pode abandonar sua tropa à fúria dos lobos”, era a recomendação
que fazia ao rei. A liberdade dos servos da gleba já era comum, então, apenas
na Europa ocidental, a mais adiantada
civilização do mundo.
Ele era um erudito, apaixonado pelos poetas latinos e, ele mesmo,
era um escritor, deixando uma “Vida de
Luiz VI” e outras obras. Suger encorajou as ciências, formou uma grande biblioteca
e deu início à famosa “Crônica de
Saint-Denis”.
Suger deixou uma profunda impressão no reconhecimento do povo de
seu país.
AMANHÃ: Papa Alexandre III: O projeto de liberdade da Igreja
Católica livre do comando dos reis
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