sexta-feira, 3 de julho de 2015

0704C PEDRO O EREMITA fanatismo para libertar os lugares santos do cristianismo

JULHO 04. Pedro o Eremita grande valor na pregação a multidões em toda a Europa

PEDRO O EREMITA
Pierre l’Ermite, Peter the Hermit, Peter of Amiens
(nasceu cerca do ano 1050 em Amiens, França; morreu em 1115 em Flanders, França)

SOLDADO FUNDADOR DE MOSTEIROS E APÓSTOLO DA PRIMEIRA CRUZADA

As grandes contribuições da Civilização Feudal para o progresso da sociedade humana
Nesta terceira semana estão os fundadores da vida nos monastérios. O tipo principal é Inocêncio III, que se colocou entre os mais nobres e enérgicos papas. Sua biografia está no domingo que termina a semana.

Ver em 0618 C
O QUADRO DO MÊS DE CARLOS MAGNO A CIVILIZAÇÃO FEUDAL,
com o resultado geral do feudalismo e com os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS



PEDRO O EREMITA (1050-1115) nasceu em Amiens, na França, numa família de cavaleiros. Foi soldado a serviço dos condes de Bolonha. Abandonou cedo sua mulher e o mundo para entrar para num mosteiro e mais tarde num retiro solitário.
Ele foi como peregrino ao túmulo de Cristo, ao Santo Sepulcro e voltou à Europa muito mal impressionado, indignado, pelo que viu e ouviu do grande sofrimento dos cristãos na Palestina.
O papa Urbano II, que tinha tido uma visão determinando que ele pedisse a ajuda de Pierre, apoiou fervorosamente o entusiasmo do eremita e mandou-o para pregar pela Europa em favor de uma expedição combinada para libertar os lugares santos do cristianismo.
Pierre era de baixa estatura, de pobre e má aparência, magro por suas penitências e pelo o jejum. Mas ele tinha o ar inspirado, o olhar vivo, penetrante e uma eloqüência ardente, sempre ativa. Sua vida como eremita, vivendo isolado e suas estranhas provações como peregrino, tinha inflamado seu entusiasmo e fez com que fosse vítima de sonhos e alucinações.
Ele atravessou a Itália, passou os Alpes, foi até a França montando um burrinho, com a cabeça nua, descalço, com uma roupa grosseira, carregando um enorme crucifixo. Pierre era recebido como um profeta. Pregava com fervor frente a multidões imensas, nas igrejas, nas ruas e nas longas estradas, fazendo apelo tanto aos príncipes quando ao povo simples.
A eloqüência apaixonada de Pierre preparou o apoio entusiasmado que o papa recebeu no concílio de Clermont, que decidiu pela realização da primeira cruzada, em 1095.
A impaciência do povo não podia esperar pela formação regular e demorada dos exércitos e, no começo da primavera de 1096, uma tropa com gente de todas as classes, com 40.000 participantes de diferentes nações, dos dois sexos e de todas as idades, forçou Pierre a se colocar à sua frente para levar o grupo até a terra santa do túmulo de Cristo.
Com uma grande confiança em si mesmo ou, talvez, com uma simplicidade inconcebível, Pierre guiou até Constantinopla essa multidão que fazia a pilhagem e até matava para roubar por todos os lugares que passava. Chegaram até Nicéia, onde os turcos atacaram, impondo uma horrorosa carnificina no grupo.
Pierre sobreviveu ao massacre e se juntando à expedição seguinte, do exército organizado e dirigido por Godofredo de Buillon, ele tomou parte em todo o trajeto da cruzada. Mas no cerco feito à cidade de Antióquia, seu entusiasmo fervente esfriou embaixo da pressão da fome e ele pensou em se retirar, mas Tancredo o forçou a ficar.
Com a tomada de Jerusalém em 1099, os cruzados triunfantes se jogavam a seus pés e deram graças ao inspirador da grande expedição vitoriosa.
Pierre o eremita é reverenciado por seu esforço maravilhoso, constante e desinteressado, apesar do seu exagerado fanatismo e a loucura criminosa usada para chegar ao seu objetivo. Mas é o tipo humano de alto valor, em grande dedicação, preso dentro de seu tempo, preso dentro de sua respeitável doutrina absoluta.
Assim evoluiu a sociedade humana, desde seu estado animal primitivo até chegar ao aprimoramento dos santos da Idade Média, até seus gentis cavaleiros protetores dos mais fracos e mais pobres, até o culto da Virgem e da amada dama, até chegar à fina tecnologia e ao povo trabalhador livre de nossos dias.
Conhecendo com imparcialidade essa evolução cultural, podemos verificar de onde viemos, para onde vamos e em que ponto nós estamos, hoje, nesse maravilhoso processo de elevação da sociedade humana a partir da animalidade até a humanidade de nossos dias.

AMANHÃ: As cartas dando a liberdade às cidades e aos servos da gleba: o abade e ministro Suger.




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