MARÇO 01. Anaxágoras: o
conhecimento nos vem por meio dos sentidos
ANAXÁGORAS
Anaxagoras
(nasceu cerca do ano
500, em Clazomene, Ásia Menor; morreu no ano 428, em Lampsacus, no Helesponto, Ásia Menor)
A evolução intelectual livre Iniciando a criação da ciência pura
abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia
Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo.
Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e
que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como
Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo
explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas
forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a
primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda
fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da
filosofia.
A primeira semana do mês
representa o nascimento do pensamento grego, durante o qual se tentou explicar
o universo por algum princípio físico, fora das lendas religiosas. Ao mesmo
tempo a ciência positiva, segura, comprovada da Geometria se desenvolvia
gradualmente. Tales é o principal representante da época.
A semana termina no domingo, com
Tales como seu chefe.
Ver o Quadro 0226-01 C do Mês de
Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes
da criação da ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade, preparando
a civilização do
futuro.
ANAXÁGORAS nasceu numa família de posição elevada em Clazomene, na
Jônia. Ele foi ainda jovem para Atenas, que começava a entrar no mais
esplêndido período de sua história.
Seu caráter nobre e grave, com a fama crescente de seu ensino,
atraiu em torno dele um grupo de amigos e de alunos. Entre ele estava Péricles
que foi seu amigo por toda a vida e sobre quem ele exerceu uma grande
influência. Ele ensinou a Péricles, no relato de Plutarco, a aplicar sua razão
à interpretação da natureza, a se livrar de uma superstição aterrorizante e
árida por meio de uma religião de paz e de esperança.
Mas Anaxágoras teve o destino usual dos inovadores. Sua ciência
foi falsamente representada como um ataque contra a religião. Ele foi acusado
de blasfemo e só escapou da morte pela intervenção de Péricles, que não pode
impedir seu banimento de Atenas. Ele se retirou par Lampsacus, onde morreu com
as honras de seus habitantes.
“Que o dia de minha morte
seja um dia feriado para seus filhos” – foi a resposta que Anaxágoras deu àqueles que lhe perguntaram
como homenageá-lo. Essa foi a razão, conta Plutarco, por que esse aniversário
continuou um dia de festa até o segundo século antes de nossa era.
Anaxágoras, do mesmo modo como Anaximandro, via na criação do
mundo apenas uma simples transformação. Afirmava que as diferenças entre as
coisas só se poderia explicar pela existência de elementos diversos de
composição. De todo o tempo esses elementos existiriam, mas sem serem
combinados e estavam num estado de caos; os elementos semelhantes estavam
misturados com os dessemelhantes.
Então, quando o espírito aparece, dizia ele, coloca em ordem os
elementos. É feita a reunião correta dos elementos e é assim que o mundo é
formado. Mas qual é esse espírito? Para Anaxágoras esse não era um ser supremo
fora do universo. Era também um elemento, e um elemento material. Apenas, como
Aristóteles também o representa, era um elemento distinto dos outros elementos
e mais sutil, mais puro do que os outros.
A partir do momento em que o espírito dá regra ao universo, existe
um princípio de ordem que a ciência pode se esforçar para conhecer. Nós devemos
considerar Anaxágoras como tendo sido o primeiro a sentir a importância dessa
verdade e a ver que ela conduzia à negação do azar e do destino. Esses dois
nomes, dizia ele, são apenas os nomes que usamos para designar a nossa
ignorância.
É dessa forma que pertence a Anaxágoras o mérito de ter
reconhecido, como Aristóteles o faz mais claramente, que todo conhecimento nos
vem por meio dos sentidos. Ele estabeleceu a distinção, desenvolvida pela
filosofia moderna, entre a realidade objetiva e subjetiva. Em outras palavras,
entre a realidade externa ao sujeito, do objeto, e a impressão que o sujeito
pode ter do objeto, a impressão subjetiva. A distinção se faz entre as coisas
em si mesmas e as coisas tais como nos aparecem. Para ele, nosso conhecimento
está limitado às coisas como elas nos aparecem, nos acontecimentos. O
conhecimento está limitado à experiência, à observação.
AMANHÃ:
Demócrito o filósofo alegre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário