FEVEREIRO 14.
Terêncio: nasceu na África e foi levado para Roma como escravo
TERÊNCIO
Terence, Publius
Terentius Afer
(nasceu cerca do ano
190 antes da nossa era em Cartago, no norte da África; morreu no ano 159 na
Grécia)
GRANDE AUTOR
ROMANO DE COMÉDIAS DE COSTUMES
O Politeísmo Militar Ocidental vence a Teocracia Sacerdotal do
Oriente
Na Grécia a arte coordenou a
política militar num período histórico crítico. Nessa época foi eliminado o
total poder político e mental da casta hereditária dos sacerdotes das
teocracias. O que foi feito pela primeira vez no mundo. Para sempre.
Foi uma guerra entre o politeísmo
militar e o politeísmo sacerdotal do oriente.
A arte gera emoções, cria visões
de progresso, visões do futuro.A arte tem, desse modo, o poder de antever o
progresso, de criar novos ideais. É um poder profético natural, criado por
humanos.
Estão nesta terceira semana autores
cômicos e satíricos da Grécia e de Roma, reunidos porque, a esse respeito, a
obra de Roma pode ser comparada àquela dos gregos. O mesmo não pode ser dito
para as artes da forma ou para a tragédia. Os autores de fábulas figuram aqui
por continuarem a comédia dos costumes humanos.
A semana tem como chefe Aristófanes
no domingo que a termina.
Ver em 0129-01 Quadro
do Mês de Homero, a Poesia Antiga,
com os
grandes tipos representantes do mês.
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade,
preparando
a civilização do futuro.
TERÊNCIO nasceu na África e foi levado para Roma como escravo. O
seu nome original de família não é conhecido. Quando ele foi libertado, adotou
o nome de seu dono Terentius Lucanus. Ele começou a escrever no ano 166 e
continuou com sucesso até sua morte.
A perda ocorrida dos originais de Menandro resultaria no completo
desconhecimento da nova comédia grega se não tivéssemos as peças teatrais de
Plauto e de Terêncio. O estilo de Terêncio é elevado, sua línguagem é de um
latim puro, que poderia ser impossível de achar num africano escravo. Tudo faz
dele para os leitores modernos o principal representante da antiga comédia da
vida particular. Essa a razão de sua enorme influência na literatura mundial.
Tomaram empréstimos de Terêncio autores importantes como Cervantes, Shakespeare
e Molière. Por exemplo, a comédia Les
fourberies de Scapin de Molière, de 1671, “As trapaças de Scapin”, respiram
no teatro o mesmo espírito da comédia antiga.
Terêncio tomou do grego Menandro o plano de suas seis peças e a
maior parte de sua obra é apenas uma simples tradução da língua grega para o
latim. Assim se torna difícil saber qual é o mérito de Terêncio e qual o mérito
de Menandro. Mas um de seus mais famosos personagens, Formion, o parasita
insolente, que parece sempre fiel a seus amigos e pronto para servi-los, se
acha numa peça tomada a um autor medíocre pouco conhecido. Então, esse exemplo
mostra o gênio criador de Terêncio.
Os planos e os personagens de Terêncio são simples e
convencionais. O sofrimento dos jovens amantes, os seus esforços para se
livrarem das armadilhas dos mais velhos, com a ajuda de escravos bons e amigos,
formam o fundo geral comum das suas peças de teatro. O meio mais usado pelos
heróis para vencer todas as dificuldades consiste sempre em descobrir afinal
que a jovem namorada tinha sido perdida ou roubada em sua infância e que na
verdade ela pertencia a uma família respeitável e rica.
Os escravos que são descritos nas peças de Terêncio são um estudo
espantoso para quem conhece a história da vida do autor. No teatro produzido
por Terêncio, os escravos ao lado da juventude e do prazer, cheios de
descaramento e de desculpas, são sempre fieis e prontos para servir. Eles não
se deixam mesmo abater pelo barulho dos foguetes e das correntes de ferro que
soam à volta deles.
A comédia dos antigos não permitia que se representassem os
personagens de procedimento extremo, quer fosse em baixeza ou fosse em
heroísmo; mas nas peças de Terêncio, todos possuem uma boa qualidade que os
salva. Aqueles pais desconfiados, os filhos dissolutos, os escravos astuciosos,
os mestres duros, os bajuladores, os parasitas e os mentirosos têm todos uma
parte de bondade e de sociabilidade.
Uma frase de Terêncio muito citada constitui a essência mesma de
sua moral:
“Homo sum, humani nihil a me
alienum puto” ou seja
“Sou homem e tudo que é humano tem minha simpatia”.
AMANHÃ:
As fábulas e os poemas de Fedro.
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