FEVEREIRO 15. Fedro: o
milagre do ensino pelos animais que pensam e falam
FEDRO
Phaedrus, Phèdre
(nasceu cerca do ano
15 antes da nossa era na Macedônia;
morreu no ano 50 da
nossa era, na Itália)
POETA ROMANO
ESCRITOR DE FÁBULAS LATINAS VERSIFICADAS
O Politeísmo Militar
Ocidental vence a Teocracia Sacerdotal do Oriente
Na Grécia a arte coordenou a
política militar num período histórico crítico. Nessa época foi eliminado o
total poder político e mental da casta hereditária dos sacerdotes das
teocracias. O que foi feito pela primeira vez no mundo. Para sempre.
Foi uma guerra entre o politeísmo
militar e o politeísmo sacerdotal do oriente.
A arte gera emoções, cria visões
de progresso, visões do futuro.A arte tem, desse modo, o poder de antever o
progresso, de criar novos ideais. É um poder profético natural, criado por
humanos.
Estão nesta terceira semana autores
cômicos e satíricos da Grécia e de Roma, reunidos porque, a esse respeito, a
obra de Roma pode ser comparada àquela dos gregos. O mesmo não pode ser dito
para as artes da forma ou para a tragédia. Os autores de fábulas figuram aqui
por continuarem a comédia dos costumes humanos.
A semana tem como chefe
Aristófanes no domingo que a termina.
Ver em 0129-01 Quadro
do Mês de Homero, a Poesia Antiga,
com os
grandes tipos representantes do mês.
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade,
preparando
a civilização do futuro.
FEDRO (ano 15 antes de Cristo-50 dC) era originário da Macedônia
tendo sido levado muito jovem como escravo para Roma no tempo de Júlio César. A
tradição diz que ele foi escravo do Imperador Augusto tornando-se um homem
livre na casa do Imperador, quando recebeu a educação dos romanos na leitura
dos autores gregos e romanos.
Ele viveu no tempo de Tibério, de quem fala em seus poemas. Sejan,
o ministro forte de Tibério teve por ele um ódio implacável. Os versos de Fedro
são principalmente versões das fábulas de Esopo com adição de histórias
originais e contemporâneas. Ele forneceu ao mundo dos romanos essa forma de
literatura com toda imaginação que Esopo difundiu na Grécia.
Fedro obteve grande renome como escritor de fábulas em versos com
a métrica iâmbica. A versificação com a métrica iâmbica é feita de modo que
cada sílaba átona vem antes da sílaba tônica. As suas fábulas contam as
conhecidas histórias da raposa que desprezam as uvas, do lobo com o cordeiro, a
fábula do leão com a parte do leão e muitas outras famosas histórias
moralizantes com os animais.
Os poemas de Fedro combinam o encanto dos animais que pensam e
falam com sua missão de ensino, o que os tornam de grande e duradouro valor.
Poetas como Ênio, Lucílio e Horácio introduziram fábulas em seus poemas, mas
Fedro foi um pioneiro em Roma nesse gênero.
Na Idade Média, as fábulas de Fedro se tornaram muito populares.
Várias publicações em prosa e em verso foram muito populares na Europa. Uma
coleção chamada de “Rômulus” foi a base para elas. A identificação de Fedro
como o autor dos textos foi perdida, dando a falsa impressão de que o autor
seria Rômulus. Só nos anos 1700 é que foi encontrado um documento na Itália com
64 fábulas de Fedro. Outros documentos confirmaram essa descoberta e mais 30
fábulas foram achadas com os versos na métrica iâmbica usada por Fedro.
Estão preservadas até hoje mais 90 fábulas de Fedro. Ele foi o
primeiro poeta a traduzir e versificar para a língua latina livros inteiros de
fábulas, que circularam então com o nome do autor grego Esopo.
Mais de duzentas histórias chamadas fábulas de Esopo constam de
publicações modernas. É impossível discriminar quais foram seus autores.
Sabe-se que os recursos de idealização poética foram somados gradativamente. A
participação de Fedro foi feita na versificação das fábulas, somadas a fábulas
de sua autoria. Fedro também produziu fábulas que contam fatos de sua época,
com sátiras da política dos romanos.
As fábulas de Fedro são escritas em linguagem simples e mostram o
seu ensino de bons costumes e de moralidade de forma clara. Ele entregou aos
romanos, à Idade Média e à modernidade as belas e tocantes lições de moralidade
e de bons costumes que Esopo começou a difundir na Grécia antiga, a partir de
origens muito mais antigas nas eras pré-históricas.
A imaginação das coisas e dos animais com vida e com qualidades
humanas é a primeira das religiões criadas espontaneamente na pré-história
pelos homens. É a grande capacidade poética do fetichismo, com o feitiço de
seus poderosos amuletos e de suas encantadoras fábulas.
AMANHÃ: O ideal de virtude nas sátiras de Juvenal.
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