quinta-feira, 24 de novembro de 2011

1125 RICHELIEU Cardial e o abismo entre as crenças antigas e a arte de governar

1125 RICHELIEU Cardial e o abismo entre as crenças antigas e a arte de governar

NOVEMBRO 25. Cardeal de Richelieu: Estabeleceu a unidade de comando do governo na França.

RICHELIEU
Armand-Jean du Plessis, Cardinal e Duque de Richelieu, A Eminência Vermelha
(nasceu em 1585, em Richelieu, Poitou, na França; morreu em 1642, em Paris)

ESTADISTA FRANCÊS FEZ A UNIDADE DE COMANDO DO REI E A GRANDEZA DO PAÍS

No mês da Política Moderna pós-medieval são colocados os maiores nomes representativos dos séculos em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1                                  a destruição das antigas crenças medievais e de sua organização militar para a guerra de defesa;
2                                  a preparação da nova civilização científica e pacífica com a atividade industrial-comercial, de paz e de ordem mantida pelos diversos governos.
A ação de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou extinção do poder e dos privilégios da nobreza e das autoridades religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou barões feudais.
Na política moderna são básicas duas condições: a unidade de comando e a liberdade consciência e de opinião. O poder deve ser concentrado num só chefe responsável, como nos exércitos, no império romano e no catolicismo medieval. Deve haver liberdade para que a produção e comercialização sejam feitas com paz e ordem já que a guerra impede a indústria. O poder do capital também deve ser concentrado. A divisão do poder leva ao desgoverno, à quebra da hierarquia social, a anarquia, com a dissolução da sociedade. O sucesso depende do difícil equilíbrio entre a unidade governo e a ampla liberdade. 
O governo de comando único concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo regional descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a governar sem a integral unanimidade cultural religiosa da Idade Média, como se fossem ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois modos de governo.
Nessa fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram o governo central monárquico concentrado reunindo no rei os antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento do cristianismo os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Estão nesta terceira semana os ministros de Estado como organizadores, administradores e financistas que viveram no século XVI, XVII e XVIII. São estadistas do governo pós-medieval. Impõem a ordem, favorecem a indústria e desenvolvem os recursos naturais do país. Alguns se tornaram conhecidos por suas guerras, mas não estão aqui por essa razão. O militarismo de seus governos foi por vezes necessário. Para seu financiar o custo da guerra encorajaram a indústria como um meio de conseguir recursos para as despesas. Richelieu dá o nome a esta terceira semana dos grandes ministros.

Ver em 1105 1  em novembro 05 o QUADRO DO MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social política do mês.

RICHELIEU nasceu em Paris em 1585 e foi educado na carreira militar. No entanto, para manter o Bispado de Luçon em poder da família, ele entrou para o sacerdócio católico e com a idade de 22 anos foi ordenado como Bispo.
Como representante na Assembléia dos Estados Gerais em 1614, ele iniciou sua carreira política da França e logo ganhou o apoio da rainha-mãe, Maria de Médicis. Tornou-se secretário de Estado em 1616. Em 1622 recebeu o chapéu de Cardeal e em 1624 foi posto como o ministro-chefe do rei Luís XIII. Depois de 1630 o Cardeal Richelieu passou a ser o virtual chefe político do governo da França.
Richelieu procurou realizar o casamento de Henriette Marie, irmã do rei Luís XII com o Príncipe de Gales, que mais tarde foi Carlos I da Inglaterra. Assim ele desejava manter relações de amizade com aquele país. Para restaurar o prestígio da França na Europa e limitar o crescimento da força dos católicos e reacionários reis de Habsburg, então no poder na Espanha e na Áustria, Richelieu em seguida fez alianças com os inimigos dos Habsburgs na Holanda e na Alemanha. Ele deu ajuda na invasão da Alemanha pelo chefe dos Luteranos, o rei Gustavo II da Suécia. E colocou a França como um atuante aliado dos Protestantes alemães, enviando tropas para lutar na Guerra dos Trinta Anos, de 1618 a 1618.
Ao mesmo tempo em que apoiava os protestantes no estrangeiro, Richelieu ao sentir que os protestantes Huguenotes ameaçavam a unidade de comando do rei, atacou La Rochelle em 1628, vencendo os Huguenotes tanto militarmente como politicamente, mas mantendo sua liberdade religiosa. A partir de então o progresso pessoal de qualquer Huguenote no serviço público nunca mais foi impedido por causa de sua religião.
Richelieu fez com que o rei da França mantivesse seu comando único, chamado de poder absoluto, por meio de enérgicas medidas para acabar com o poder político das grandes famílias nobres do país. Ou seja, ele terminou com o que restou do poder feudal de cada região. Ele sufocou as revoltas da nobreza e puniu sem piedade aqueles que nelas participavam. Cada governador nobre nas províncias tinha a seu lado um intendente da classe média que fazia o comando de fato. Os castelos feudais foram demolidos; os duelos, últimos vestígios do direito feudal de guerra particular, foram proibidos. Os grandes senhores viram com estupefação dois de seus membros serem julgados e decapitados por duelarem na Praça principal de Paris.
Com a sabedoria política de Richeleieu o equilíbrio foi feito entre os países da Europa. Os reis dos Habsburgs da Áustria e da Espanha não mais perturbaram esse equilíbrio nem ameaçaram a liberdade de religião. A França se tornou a mais forte potência militar da Europa, incentivando a exploração e colonização no Canadá e nas Índias. Protetor das artes, ele foi o fundador da Academia Francesa de Letras. Richelieu morreu em Paris em 1642.
Richelieu, da mesma forma como o rei Luís XI, foi sempre mal visto pelos aristocratas, porque ele acabava com seus privilégios medievais. Ao mesmo tempo, ele era hostilizado pelos parlamentares, já que ele estabeleceu a unidade de comando político no rei da França, o que era considerado como o mal do poder absoluto. Chegou mesmo a ser acusado de extrema crueldade. Portanto, Richelieu não atuou politicamente para agradar a todos e para se fazer amar.
Ao morrer, o padre lhe perguntou se perdoaria os seus muitos inimigos. Ele respondeu que “Eu jamais tive outros inimigos do que aqueles que eram inimigos da França”.
O enorme abismo que existe na diferença entre as crenças religiosas e o saber humano necessário para dirigir a política é mostrado no comentário do papa Urbano VIII sobre a vida e os serviços políticos de Richelieu:
SE EXISTE UM DEUS, ELE TERÁ QUE RESPONDER PELOS SEUS ATOS, MAS SE NÃO EXISTIR DEUS, ELE FOI DE FATO UM EXCELENTE HOMEM”.
O papa Urbano VIII e Richelieu estiveram, na verdade, no mesmo caso.

AMANHÃ: Estadista corajoso grande mártir republicano na Inglaterra: Sidney.

Nenhum comentário:

Postar um comentário