1117 GUILHERME III da Holanda fraca compleição grande talento militar
17 DE NOVEMBRO. Guilherme de Nassau: Rei da Holanda e da Inglaterra, notável busca da tolerância e paz da Europa.
GUILHERME III
Guilherme III de Orange, William II of Orange, William Henry, Wiilem Hendrik, Prins van Oranje, William II da Inglaterra
(nasceu em 1650, em Hague, Holanda; morreu em 1702, em Londres)
REI DA HOLANDA E DA INGLATERRA PELA TOLERÂNCIA E PROSPERIDADE
No mês da Política Moderna pós-medieval são colocados os maiores nomes representativos dos séculos em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1 a destruição das antigas crenças medievais e de sua organização militar para a guerra de defesa;
2 a preparação da nova civilização científica e pacífica com a atividade industrial-comercial, de paz e de ordem mantida pelos diversos governos.
A ação de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou extinção do poder e dos privilégios da nobreza e das autoridades religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou barões feudais.
Na política moderna são básicas duas condições: a unidade de comando e a liberdade consciência e de opinião. O poder deve ser concentrado num só chefe responsável, como nos exércitos, no império romano e no catolicismo medieval. Deve haver liberdade para que a produção e comercialização sejam feitas com paz e ordem já que a guerra impede a indústria. O poder do capital também deve ser concentrado. A divisão do poder leva ao desgoverno, à quebra da hierarquia social, a anarquia, com a dissolução da sociedade. O sucesso depende do difícil equilíbrio entre a unidade governo e a ampla liberdade.
O governo de comando único concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo regional descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a governar sem a integral unanimidade cultural religiosa da Idade Média, como se fossem ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois modos de governo.
Nessa fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram o governo central monárquico concentrado reunindo no rei os antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento do cristianismo os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Os sete tipos humanos desta segunda semana pertencem ao período compreendido entre o meio dos anos 1500 ao fim dos anos 1600, o tempo das guerras de religião. São todos protestantes, menos L’Hôpital que era sem dúvida protestante de coração. Mas nenhum deles foi um protestante beato. Eles se destacaram como advogados da defesa da tolerância que consideravam as crenças no ponto de vista político. Dos sete nomes cinco são holandeses. Esta semana tem como principal campeão Guilherme o Taciturno, no domingo que finaliza a semana.
Ver em 1105 1 em 05 de novembro o QUADRO DO MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social política do mês.
GUILHERME III nasceu em 1650 na Holanda, filho de Guilherme II e de Mary, a irmã do rei Charles II da Inglaterra.
Em 1672, quando os exércitos franceses do rei Luís XIV invadiram a Holanda, ele foi nomeado Stadtholder, governador, quando tinha 21 anos. Sua firmeza e sua coragem heróica inspiraram a mais desesperada resistência. Os holandeses abriram os diques e inundaram o país para impedir a invasão do país. Depois da ajuda da Espanha e da Alemanha, foi feita a paz de Nimège em 1678, a Holanda saindo honrosamente da luta.
Em 1603, James I herdou o trono da Inglaterra de sua avó Margaret Tudor, filha de Henrique VII rei inglês. Na restauração da monarquia, Charles II em 1660 chegou ao trono. Ele foi sucedido em 1685 por seu irmão James II, um rei católico que adotou uma política anti-protestante.
Uma coalizão momentânea foi feita pelos nobres ingleses com o clero anglicano, que convidou em 1688 Guilherme III, príncipe de Orange, para “FAZER A SALVAÇÃO DAS LEIS E DA RELIGIÃO DA INGLATERRA”. Guilherme com uma força de 15 mil homens desembarcou em Torbay em novembro de 1688.
James II fugiu para a França e pelo Bill-of-Rights de 1689 e o Act-of-Settlement de 1701 ficou estabelecido que a coroa inglesa seria então negada a qualquer católico, ele e seus descendentes sendo excluídos do trono. Mas a dinastia dos Stuarts continuou governando na Inglaterra e na Escócia, porque Guilherme era sobrinho do rei Charles II e sua mulher Mary era a filha mais velha do rei James II. William subiu ao trono de seu sogro, ele e Mary tornando-se em 1689 soberanos com o nome de Guilherme II e Mary II, reis da Inglaterra.
Guilherme II levou a Inglaterra a participar da LIGA DE AUGSBURG, então conhecida como a GRANDE ALIANÇA, que tinha por fim conter a ameaça da França por seu ambicioso e reacionário rei Luís IV. Vencida a França em 1697, Luís IV teve que restituir pelo Tratado de Ryswick todas as suas conquistas feitas e ainda foi obrigado a reconhecer Guilherme II como rei da Inglaterra.
Guilherme II fez um governo liberal e realizou importantes reformas, como a Bill-of-Rights, o estabelecimento do Banco da Inglaterra, a introdução da responsabilidade ministerial no governo e o encorajamento da liberdade de imprensa. Em 1701 ele liderou a segunda GRANDE ALIANÇA, que atuou ma Guerra da Sucessão Espanhola de 1701 a 1714. Mas Guilherme morreu prematuramente aos 52 anos de idade em março de 1702.
Entre todos os estadistas dos tempos modernos, Guilherme II se destacou por sua política de tolerância e de paz da Europa do ocidente. Embora fosse um guerreiro amante da arte militar, que só se sentia feliz quando no campo de batalha, ele nunca fez uma guerra para fins pessoais ou mesmo para vantagens puramente nacionalistas. Ele tinha talentos militares de relevo, não tendo sofrido nunca uma derrota arrasadora. Tinha uma compleição fraca, sempre inválido, passava dias inteiros em cima de um cavalo e costumava conduzir seus soldados onde o fogo fosse mais vivo.
O que mais o caracterizava era a indiferença em face do perigo, qualquer que fosse. Frio e sem graça, foi amado por poucos, mas era por todos respeitados. Da mesma forma que seu avô Guilherme o Taciturno, era adversário da perseguição religiosa e pode-se dizer que foi um campeão na luta pela tolerância.
AMANHÃ: Afirmação da independência da Holanda e da liberdade de consciência na Europa: Guilherme o Taciturno.
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