sexta-feira, 18 de novembro de 2011

1118 GUILHERME O TACITURNO liberdade de consciência e progresso

NOVEMBRO dia 18. Guilherme o Taciturno: independência da Holanda e liberdade de consciência na Europa.

GUILHERME O TACITURNO
William Príncipe de Orange, Conde de Nassau, William the Silente, Willem, Prins van Oranje, Graaf van Nassau, Willem de Zwijger
(nasceu em 1533, em Dillenburg, Nassau, Alemanha; morreu em 1584, em Delft, Holanda)

ESTADISTA HOLANDÊS LÍDER DA GUERRA DE LIBERTAÇÃO DA HOLANDA

No mês da Política Moderna pós-medieval são colocados os maiores nomes representativos dos séculos em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1                                  a destruição das antigas crenças medievais e de sua organização militar para a guerra de defesa;
2                                  a preparação da nova civilização científica e pacífica com a atividade industrial-comercial, de paz e de ordem mantida pelos diversos governos.
A ação de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou extinção do poder e dos privilégios da nobreza e das autoridades religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou barões feudais.
Na política moderna são básicas duas condições: a unidade de comando e a liberdade consciência e de opinião. O poder deve ser concentrado num só chefe responsável, como nos exércitos, no império romano e no catolicismo medieval. Deve haver liberdade para que a produção e comercialização sejam feitas com paz e ordem já que a guerra impede a indústria. O poder do capital também deve ser concentrado. A divisão do poder leva ao desgoverno, à quebra da hierarquia social, a anarquia, com a dissolução da sociedade. O sucesso depende do difícil equilíbrio entre a unidade governo e a ampla liberdade. 
O governo de comando único concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo regional descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a governar sem a integral unanimidade cultural religiosa da Idade Média, como se fossem ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois modos de governo.
Nessa fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram o governo central monárquico concentrado reunindo no rei os antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento do cristianismo os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Os sete tipos humanos desta segunda semana pertencem ao período compreendido entre o meio dos anos 1500 ao fim dos anos 1600, o tempo das guerras de religião. São todos protestantes, menos L’Hôpital que era sem dúvida protestante de coração. Mas nenhum deles foi um protestante beato. Eles se destacaram como advogados da defesa da tolerância que consideravam as crenças no ponto de vista político. Dos sete nomes cinco são holandeses. Esta semana tem como principal campeão Guilherme o Taciturno, no domingo que finaliza a semana.
Ver em 1105 1   em 05 de novembro o QUADRO DO MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social política do mês.

GUILHERME O TACITURNO nasceu em Dillenburg, no Condado de Nassau, na Alemanha. Era filho de William, Conde de Nassau, tendo sido educado como protestante luterano até a idade de 11 anos. Foi quando ele herdou grande território, que tinha o principalidado de Orange.
O Imperador Carlos V da Espanha insistiu que ele fosse educado na sua corte e convertido à religião católica romana. Em 1555, Felipe II, seu filho e sucessor, fez William o stadtholder ou governador das províncias dos Países Baixos, que incluíam a Holanda, da Zelândia e de Utrecht. Também em 1555 William sucedeu seu pai como Conde de Nassau.
Guilherme era uma pessoa de profundo discernimento, descobrindo as intenções dos outros como por milagre, sendo singularmente frio, calmo,e calado, tanto no pensar como na ação, de uma coragem e paciência a toda prova.
Quando Felipe II da Espanha e Henrique II da França fizeram um acordo secreto para acabar com a heresia do protestantismo no mundo em 1559, Henrique contou a Guilherme do pacto realizado. Ele escutou em silêncio sem mostrar qualquer surpresa e assim ganhou o apelido de “TACITURNO”. No entanto, ele não era um homem silencioso, sendo um orador eloqüente e mantendo agradável conversação. Guilherme, embora católico, se opunha à política de perseguição aos protestantes feita por Felipe II. Estava contrário à Santa Inquisição que procurava penetrar nas consciências, mesmo quando as heresias não se manifestavam.
Na ocupação da Holanda pela Espanha era feita permanente violência, em especial aos protestantes, perseguidos pela Inquisição. Guilherme organizou um forte movimento contra a opressão espanhola.
Em 1567 Felipe II mandou o Fernando Álvarez de Toledo, terceiro duque de Alba com um exército para acabar com a liberdade nos Países Baixos. Guilherme foi obrigado a se retirar para seu condado alemão de Nassau-Dillenburgo, fez profissão de fé como protestante luterano e atacou o duque de Alba com um exército alemão.
A luta foi longa, até que chegasse a resultados imortais. Os diques foram abertos e a água cobriu todo o território. A Europa seguia estupefata, ano após ano, a resistência sem fim desse pequeno país, metade embaixo dágua, onde Utrecht, Leyde e Haarlem, nomes sagrados para sempre nos anais do patriotismo holandês indomável, lutaram em grande desvantagem contra os melhores soldados da Espanha, comandados pelos melhores generais da época.
Guilherme abraçou publicamente o calvinismo. Sua vigorosa inteligência se preocupava só dos interesses humanos, e, embora crendo em Deus, fazia sem duvidar a troca dos dogmas dos católicos, dos luteranos ou dos calvinistas. Ele sempre insistiu pela tolerância religiosa.
Guilherme foi assassinado em 1584, mas a guerra continuou por 25 anos até que a Holanda ganhasse a liberdade. Seu nome ficará para sempre ligado em todo mundo à afirmação da independência nacional e à liberdade de consciência, princípios que foram indispensáveis para abrir caminho ao progresso do conhecimento científico e industrial na Europa do ocidente.
Então a República Holandesa teve direito à glória de ser o lugar de proteção dos patriotas exilados de todos os lugares e o asilo seguro para pensadores como Descartes e Espinoza, dos mais avançados do mundo.

AMANHÃ: Estadista firme e inflexível fundou a Universidade Complutense de Madrid: Cardeal Ximenes.

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