quarta-feira, 23 de novembro de 2011

1123 ARANDA um dos estadistas convencidos das doutrinas laicas

23 DE NOVEMBRO. Aranda: Político habilidoso expulsou os jesuítas e fez a reforma do governo da Espanha.

ARANDA
Pedro Pablo Abarca de Bolea, Conde de Aranda
(nasceu em 1718, em Siétamo, Espanha; morreu em 1798, em Épila, Aragão, Espanha)

GENERAL E MINISTRO ESPANHOL REFORMADOR EXPULSOU OS JESUÍTAS

No mês da Política Moderna pós-medieval são colocados os maiores nomes representativos dos séculos em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1                                  a destruição das antigas crenças medievais e de sua organização militar para a guerra de defesa;
2                                  a preparação da nova civilização científica e pacífica com a atividade industrial-comercial, de paz e de ordem mantida pelos diversos governos.
A ação de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou extinção do poder e dos privilégios da nobreza e das autoridades religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou barões feudais.
Na política moderna são básicas duas condições: a unidade de comando e a liberdade consciência e de opinião. O poder deve ser concentrado num só chefe responsável, como nos exércitos, no império romano e no catolicismo medieval. Deve haver liberdade para que a produção e comercialização sejam feitas com paz e ordem já que a guerra impede a indústria. O poder do capital também deve ser concentrado. A divisão do poder leva ao desgoverno, à quebra da hierarquia social, a anarquia, com a dissolução da sociedade. O sucesso depende do difícil equilíbrio entre a unidade governo e a ampla liberdade. 
O governo de comando único concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo regional descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a governar sem a integral unanimidade cultural religiosa da Idade Média, como se fossem ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois modos de governo.
Nessa fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram o governo central monárquico concentrado reunindo no rei os antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento do cristianismo os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Estão nesta terceira semana os ministros de Estado como organizadores, administradores e financistas que viveram no século XVI, XVII e XVIII. São estadistas do governo pós-medieval. Impõem a ordem, favorecem a indústria e desenvolvem os recursos naturais do país. Alguns se tornaram conhecidos por suas guerras, mas não estão aqui por essa razão. O militarismo de seus governos foi por vezes necessário. Para seu financiar o custo da guerra encorajaram a indústria como um meio de conseguir recursos para as despesas. Richelieu dá o nome a esta terceira semana dos grandes ministros.

Ver em 1105 1  em novembro 05 o QUADRO DO MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social política do mês.

ARANDA nasceu de uma família nobre de Aragão, na Espanha. No Exército chegou a Diretor de Artilharia, introduziu o sistema prussiano de exercícios na Guerra dos Sete Anos e comandou uma campanha contra Portugal em 1762. Em 1764 tornou-se capitão general de Valência.
Depois das revoltas de 1766 em Madrid, o rei Charles III colocou Aranda como presidente do Conselho de Castela. Ele convenceu o rei de que as conspirações contra o governo tivessem sido inspiradas pelos jesuítas e preparou o decreto da expulsão dessa ordem religiosa católica. Os jesuítas saíram então da Espanha e da América Espanhola em 1767.
Aranda se mostrou um dos mais habilidosos ministros do rei Charles III. Ele era admirador de Voltaire e de d’Alembert. Marcou sua passagem na política de 1765 a 1773 com um número imenso de reformas financeiras, judiciárias e militares e por medidas importantes para favorecer a indústria, o comércio e a educação. O poder excessivo da Igreja Católica foi reduzido, os jesuítas foram expulsos e limites foram postos ao despotismo da Santa Inquisição em sua investigação religiosa.
Aranda seguia uma política de apoio ao rei, o que causou sua impopularidade. Charles III disse-lhe que “OS ESPANHÓIS SÃO COMO CRIANÇAS QUE GRITAM QUANDO SÃO CORRIGIDOS”. O rei, não podendo mantê-lo, o enviou como embaixador para a França em 1773, onde ficou até 1787. Lá ele absorveu as idéias francesas dos enciclopedistas, que eram pensadores emancipados da religião, leigos, tornando-se amigo de Voltaire.
Aranda negociou em Paris com as colônias revoltadas da América do Norte, o que contribuiu ao feliz resultado de sua luta pela libertação, contra a Inglaterra. Quando o rei Charles III morreu foi sucedido por Charles IV que o chamou para a Espanha.
Em 1792 Aranda retornou ao seu comando militar em Valência. Ele foi autorizado a ir para suas terras em Aragão em 1795, onde morreu em 1798.
Antes da Revolução Francesa na maior parte das outras nações da Europa foram feitas tentativas por seus estadistas para fazer as reformas necessárias. Era indispensável realizar uma política moderna na nova sociedade industrial e científica, eliminando os restos da política feudal da guerra e dos privilégios.
Esses estadistas eram políticos convencidos das doutrinas laicas, não religiosas, seculares, dos Enciclopedistas franceses, usando o pacífico poder central de comando único dos reis. Foram políticos como Turgot, na França, de 1774 a 1776; na Inglaterra com Pitt, de 1784 a 1789; na Espanha, Charles III de 1759 a 1788; em Portugal com o Marquês de Pombal de 1750 a 1777; na Áustria com Joseph II de 1780 a 1790; na Prússia com Frederico II o Grande, de 1740 a 1786; na Dinamarca com Struensee de 1770 a 1772; em Toscana com Leopoldo de 1765 a 1790. A eles pode-se juntar o papa Clemente XIV de 1769 a 1775, por suprimir os jesuítas.
As reformas para a modernidade científica e industrial seriam uma grande evolução, se fossem realizadas gradualmente por todos os governos, para prevenir a grande revolução francesa, sangrenta e sem governo. E o rei Charles III de Espanha mostrou-se o político mais cuidadoso entre os governantes da época.
E Charles III contou com a inteligente habilidade do Conde de Aranda.

AMANHÃ: Demonstrou alta capacidade como economista e administrador, com novos métodos na lavoura: Turgot.

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