quarta-feira, 28 de setembro de 2011

0928 MME DE STAAL memorialista de costumes

28 DE SETEMBRO. Madame de Staal: A descrição da grande comédia humana em estilo simples e vivo.

MADAME DE STAAL
Marguerite Delaunay Baroneza de Staal, Marguerite Jeanne Cordier deLaunay
(nasceu em 1684, em Paris; morreu em 1750, em Paris)
FAMOSA ESCRITORA FRANCESA MEMORIALISTA DE COSTUMES

A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do servo da gleba do feudo, liberdade do trabalhador, do povo, com o desenvolvimento da indústria e do comércio.
Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
O domínio das artes de linguagem, da Estética, teve na modernidade um grande desenvolvimento, gerando um número maior de grandes artistas do que na antiguidade.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, os conflitos e alterações incessantes da vida estimulam a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente. É o sinal da potente capacidade da natureza humana para criar e produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de obras artísticas.
Esta terceira semana tem como chefe Molière, no domingo que a encerra. Contém os grandes cômicos, mestres do teatro satírico dos costumes. Entre os doze nomes somente dois são autores de peças de teatro. Em comparação, entre os poetas antigos no mês de Homero, há quatro autores de comédia. No mundo moderno a comédia de costumes passou do teatro para o romance.

Ver em 0910 1 O Quadro do Mês de Shakespeare, O Drama Moderno, com os grandes tipos representantes da evolução social do mês.


MARGUERITE DE LAUNAY, depois MADAME DE STAAL, é autora de interessantes Mémoires, Memórias. Ela era filha de um pintor de nome Cordier, que foi exilado, morrendo na Inglaterra. Sua mãe retomou então seu nome de família, de Launay e se dedicou à educação de suas duas filhas, que estudaram na abadia de Sr-Sauveur em Evreux.
Marguerite, favorita de Madame de Grieu, recebeu uma destacada educação, foi nomeada abadessa de St-Louis em Rouen e tratada como uma pessoa de valor. Estudou Descartes, Fontenelle e Malebranche e manteve uma correspondência ativa com muitos dos personagens eminentes da época. Aos 26 anos foi apresentada à duquesa de la Ferté, para quem sua irmã servia. A duquesa tratou a jovem com uma mistura de afeição, de extravagância e de tirania, que Marguerite descreveu mais tarde de maneira encantadora.
Apresentada pela duquesa de la Ferté à duquesa du Maine, ela entrou a seu serviço como dama de chambre. A duquesa du Maine era a esposa de um filho natural legitimado do rei Luis XIV, com eventuais direitos ao trono da França. A duquesa du Maine também tratou Marguerite com uma mistura de afeição, de extravagância e de tirania, como fizera a duquesa de lá Farte. A jovem ficou com ela durante 40 anos. Mas ela perdeu sua posição como mulher brilhante de uma sociedade culta e foi tratada como auxiliar e confidente da princesa. O grande sábio Fontenelle apreciava seu espírito e a elogiou à duquesa, que a fazia servir sempre aos seus divertimentos e à sua ambição.
Durante a Regência, depois da morte de Luis XIV, a conspiração do duque e da duquesa du Maine contra o duque de Orleans resultou na prisão de toda a família e de seus auxiliares. Mademoiselle Marguerite de Launay foi colocada na fortaleza da Bastilha e lá ficou por dois anos.
Quando a princesa foi posta em liberdade manteve Marguerite em seu serviço, prometendo-lhe um casamento para que ela tivesse um lugar entre as damas da nobreza.
Na falta de todos os recursos, Marguerite serviu sua autoritária protetora ainda por 15 anos. Logo em 1735, ela aceitou por esposo um honesto oficial da guarda suíça, o Barão de Staal, um viúvo idoso, pai de duas filhas adoentadas.
Marguerite, agora a Madame de Staal escreveu, no seu estilo franco:
     “O Barão, sob a promessa de promoção, consentiu em tomar como esposa uma mulher que não tinha sangue azul, nem fortuna, nem beleza, nem juventude”.
Madame de Staal morreu perto de Paris em 1750, na idade de 66 anos. Suas Memoires, Memórias, foram publicadas e 1755. Estão no primeiro lugar entre as anedotas pessoais de seu tempo. Ela também deixou duas comédias representadas na corte real.
Seu estilo simples, sua sinceridade e a pintura viva dos costumes e dos personagens a colocam num lugar privilegiado entre os melhores artistas que descreveram a grande comédia humana.

AMANHÃ: O primeiro criador consciente da epopéia em prosa: Fielding.

Nenhum comentário:

Postar um comentário