domingo, 11 de setembro de 2011

0911 MORETO sábio e dramaturgo espanhol

11 DE SETEMBRO. MORETO: O teatro moderno libertando-se da religião medieval.
MORETO
Agustin Moreto y Cabaña
(nasceu em 1618, em Madrid, Espanha; morreu em 1669, em Toledo, Espanha)

SÁBIO E POPULAR AUTOR TEATRAL ESPANHOL

A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do servo da gleba do feudo, liberdade do trabalhador, do povo, com o desenvolvimento da indústria e do comércio.
Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
O domínio das artes de linguagem, da Estética, teve na modernidade um grande desenvolvimento, gerando um número maior de grandes artistas do que na antiguidade.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, os conflitos e alterações incessantes da vida estimulam a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente. É o sinal da potente capacidade da natureza humana para criar e produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de obras artísticas.
A primeira semana compreende os autores dramáticos puros, os grandes sucessores de Shakespeare, desde Lope de Veja a Goethe. Nessa classe se encontram criadores do drama de imaginação que nos representam um mundo ideal povoado de seres fictícios. O chefe de semana é Calderon.


AGUSTIN MORETO foi batizado em 9 de abril de 1618, em Madrid. Ele era filho de pais italianos. Estudou na Universidade de Alcalá de Henares e obteve o grau de Licenciatura em Artes em 1639. Depois voltou para Madrid, onde se tornou amigo de Calderon. Moreto começou a escrever para teatro desde jovem, desde 1640.
O clero católico da Espanha continuou a lutar contra a liberdade das peças de teatro e em 1644 o Conselho do Reino estabeleceu normas em 1644 reduzindo o numero de companhias de teatro e promovendo uma severa censura. A ordem era para que não fossem mais produzidas comédias. Foram autorizadas apenas peças históricas e as que mostrassem a vida dos santos católicos. É uma demonstração do caráter revolucionário leigo, em irresistível tendência para a secularização que o teatro moderno representou, então, na evolução da cultura na Europa.
Da mesma forma como outros famosos escritores, Moreto, em 1659 entrou para um mosteiro em Toledo, tornando-se padre. Dessa forma evitava um maior controle da censura e das torturas da Santa Inquisição. Moreto morreu dez anos mais tarde, em Toledo, na Espanha.
Foi um dramaturgo que escrevia com muita facilidade, produzindo mais de 100 peças. Sua obra o tornou um autor de muito sucesso popular em seu tempo. Foi considerado do mesmo nível de seu contemporâneo Lope de Vega.
Moreto deixou três volumes de peças teatrais, sem contar outras que não foram recolhidas para publicação. Pode-se dizer que seus dramas foram compostos tendo como modelo as peças teatrais de Lope de Vega. No entanto, em muitos casos, Moreto retomou as intrigas criadas por Lope e deu-lhes uma forma mais humana e realista.
A peça O DESDÉM COM O DESDÉM é um exemplo. Ela ainda é representada hoje, ao passo que o drama de Lope de Vega, imitado por Moreto, está esquecido. Na apresentação dos personagens, Moreto teve mais cuidado do que seu mestre. O gênio de improvisação de Lope de Vega não deixou tempo para uma análise psicológica mais profunda. A versão de Moreto se destaca, como em todas as suas melhores peças, pela sua elegância e pela semelhança com a vida real.
A produção de Moreto consistiu em dramas ligados à vida dos santos, em peças históricas e comédias. Dotado da arte da encenação, ele faz histórias antigas tomarem nova vida no palco.
A peça O BRAVO JUSTICEIRO DE CASTELA tem sido recomendada para leitura até nossos dias. É uma pintura viva de Pedro IV, de Castela, conhecido como Pedro-o-Cruel. Ali o rei é pintado, no entanto, de acordo com a verdadeira tradição da história da Espanha, como um chefe corajoso que não é culpado de qualquer crime. Mas que tinha resolvido conter uma nobreza sem freios e fazer a proteção dos fracos contra os fortes.


AMANHÃ: O drama sobre a honra, sangue, truculência: Rojas de Zorrilla.


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