sexta-feira, 16 de setembro de 2011

0916 CALDERON DE LA BARCA a era de ouro da literatura espanhola

0916 CALDERON DE LA BARCA   a era de ouro da literatura espanhola

16 DE SETEMBRO. Calderon de la Barca: Uma sublime arte, visão psicológica, racionalidade e seu padrão moral.

CALDERON
Don Pedro Calderón de la Barca y Henao
(nasceu em 1600, em Madrid; morreu em 1681, Madrid, Espanha)

DESTACADO POETA E DRAMATURGO DA ERA DE OURO DA LITERATURA ESPANHOLA

A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do servo da gleba do feudo, liberdade do trabalhador, do povo, com o desenvolvimento da indústria e do comércio.
Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
O domínio das artes de linguagem, da Estética, teve na modernidade um grande desenvolvimento, gerando um número maior de grandes artistas do que na antiguidade.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, os conflitos e alterações incessantes da vida estimulam a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente. É o sinal da potente capacidade da natureza humana para criar e produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de obras artísticas.
A primeira semana compreende os autores dramáticos puros, os grandes sucessores de Shakespeare, desde Lope de Veja a Goethe. Nessa classe se encontram criadores do drama de imaginação que nos representam um mundo ideal povoado de seres fictícios. O chefe de semana é Calderon.


CALDERON é o principal representante do teatro espanhol. Nasceu no último ano do século 16, em 1600 e morreu com a idade de 81 anos em Madrid.
Ele nasceu numa família da aristocracia espanhola. Recebeu a educação habitual em sua época, primeiro numa escola dos jesuítas e depois na Universidade de Salamanca.
Aos 19 anos ele retornou a Madrid e se dedicou à arte dramática. Em 1625 foi para a Itália, onde escreveu várias de suas melhores peças teatrais, entre elas foram La Vida Es Sueño (A Vida É um Sonho) e El Médico de Su Honra (O Médico de Sua Honra).
Quando Lope de Vega morreu em 1635, o rei de Espanha Philippe IV chamou Calderon e o nomeou o poeta da corte. O rei foi um zeloso protetor das artes. Foi o início de 15 anos dedicados à produção de peças dramáticas.
Em 1651 ele tornou-se padre e logo foi nomeado capelão do rei. Desde então passou a escrever dramas religiosos que se chamam Autos Sacramentales, compostos nas principais cidades da Espanha na ocasião da festa de Corpus Christi. Eles representam o mistério mais importante da fé católica, com todos os recursos da alegoria religiosa.
Calderon sempre se mostrou caridoso, sua casa sendo o refúgio para os pobres e os infelizes. Não tinha inimigos e era recebido com simpatia pelo povo.
Do número considerável de suas obras foram conservados 120 dramas e 72 Autos de grande valor artístico. Pelo menos sete obras–primas de Calderon ainda são de leitura recomendada até hoje.
Entre as melhores obras estão cinco peças teatrais:
 A Secreto Agravio, Secreta Venganza  Secreta Vingança para Secreto Insulto
 El Alcalde de Zalamea, O Prefeito de Zalamea
 La Vida Es Sueño, A Vida É Um Sonho
 No siempre lo peor es cierto, Nem Sempre o Pior É Verdade
 Las Mañanas de Mayo, As Manhãs de Maio
Também são recomendados dois Autos:
 La Nave del Mercader, O navio do mercador
 La Viña del Señor, o Vinhedo do Senhor ou Prática da Religião
Em várias de suas peças de teatro, Calderon faz a idealização artística das relações familiares. Na vida social a família está a maior base para a felicidade humana. Ele mostra todas as afeições dos laços domésticos com admirável habilidade, nas condições psicológicas e morais da família.
A mais popular peça de teatro de Calderon, La Vida Es Sueño descreve a vida como um sonho do qual se acorda somente depois  da morte. Ele mostra com habilmente a desilusão da época com a ética da religião em conflito com os ideais da modernidade.
O rei de Espanha fez de Calderon um Cavaleiro da Ordem Militar de Santiago em 1636. A popularidade do artista era grande, sendo aclamado nos teatros públicos como nas apresentações para a corte real. Ele tornou-se então o mestre do teatro espanhol.
O mérito de Calderon está na profundidade de seu pensamento, na sua continuidade. Ele demonstra grande profissionalismo e uma sublime arte, sua visão psicológica, a racionalidade e seu padrão moral fazem dele uma das maiores figuras do teatro em todo o mundo.

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