sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

1225 BOERHAAVE

25 DE DEZEMBRO. BOERHAAVE: Sábio holandês filósofo e médico famoso por iniciar a prática médica junto ao leito dos enfermos.

BOERHAAVE
Hermann Boerhaave
[diga Bur'ha-ve]
 (nasceu em 1668, em Voorthout, Holanda; morreu em Leiden, Holanda)

MÉDICO E QUÍMICO HOLANDÊS EDUCADOR NA CLÍNICA MÉDICA


AS LEIS DO PASSADO: FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
ESTA SEMANA apresenta a Biologia em Harvey e nos sucessores. Encontram-se Boerhaave e Sthal, os chefes respectivos da escola mecânica e da escola espiritualista em Biologia. Lineu e Bernard Jussieu lembram os principais problemas em relação às classificações dos seres vivos. Lamarck e Blainville que alargaram o horizonte do Método Comparativo nos fenômenos da vida. Broussais, que fez a integração da Patologia na Fisiologia. Gall preside esta semana como o primeiro investigador do grande problema biológico das funções cerebrais, que faz a passagem da ciência dos seres vivos para as Ciências Humanas puras ou abstratas da Sociologia e da Psicologia. O chefe da semana é Gall, que a encerra.

BOERHAAVE nasceu em 1668 e foi educado para ser pastor protestante. Durante alguns anos ensinou matemática para se sustentar, diplomando-se em filosofia em 1684 e mais tarde, em 1693 em medicina. No exercício da medicina teve extraordinária distinção. Tornou-se professor de botânica e de medicina, toda sua carreira sendo feita na Universidade de Leiden. Foi reitor, professor de prática médica e de química. Ficou famoso ao introduzir pela primeira vez o ensino da medicina junto ao leito dos doentes, mostrando a prática médica ao lado da cama.
Tido como um dos maiores médicos de seu tempo, nos anos 1700, século 18, Boerhaave realizou a identificação, classificação e sistematização dos conhecimentos acumulados até então. Sua obra principal, Institutiones Medicae, Princípios médicos, de 1708, constitui um ensaio sistemático para levar à arte da medicina uma base científica positiva, segura.
Ele começa em seu tratado fazendo uma revista clara da história da medicina desde Hipócrates até seus dias. Ele elogia a observação direta recomendada por Hipócrates, bem como o conhecimento anatômico de Galeno, estendido por Vesálio e outros. Faz notar distintamente como se estava em falta completa de conhecimento antes que do estudo da estrutura anatômica se chegasse também ao conhecimento da função dinâmica pela grande descoberta de Harvey. O conhecimento do funcionamento do coração por Harvey, diz Boerhaave, “veio dar à ciência da natureza uma nova e uma base firme”.
No seu tempo foram feitas as grandes descobertas matemáticas, com que se começou a calcular com certeza as forças mecânicas. Mas a química científica teórica ainda estava para ser iniciada e a biologia muito longe de começar. Nenhuma teoria podia ser possível sem o conhecimento dos fenômenos fundamentais da respiração e da combustão. Boerhaave com seu aluno o suíço Albrecht von Haller mostrou o engano dos iatroquímicos e os iatrofísicos que ensinavam que a fisiologia, como o estudo da dinâmica biológica, era apenas feita de reações químicas ou só físicas. Ele demonstrou a necessidade do estudo integrado da fisiologia, com a biologia junto com suas bases físicas e químicas.
Deve-se notar a dificuldade dos humanos na descoberta do conhecimento científico, mostrando a fraqueza da inteligência como capacidade mental para explicar e representar a realidade. A comparação da força intelectual fraca com o grande poder das emoções egoístas deixa bem clara nossa dificuldade mental, notável, mesmo quando contamos com os maiores pensadores da história.
A criatividade de Boerhaave é distinta quando ele passa da teoria para a prática, na aplicação efetiva do saber teórico. Diz ele: “Lembre-se de que a medicina deve aplicar com prudência as descobertas físicas na estrutura animal; o que é verdade para fluidos incompressíveis em tubos rígidos não é necessariamente aplicável aos fluidos animais em seus vasos flexíveis e elásticos”. Completamente convencido de que a medicina deve repousar sobre a base sólida da ciência teórica, ele não perde de vista como a ciência de seu tempo era imperfeita.
E pode-se ter certeza de que, como a ciência não para de se aperfeiçoar, de progredir, a nossa ciência, hoje, não é, também perfeita, pronta, acabada. Se ela pode melhorar, se vai progredir, evoluir, é porque não é perfeita, não é absoluta, imutável. Ai está uma grande lição de modéstia a ser por todos nós bem aprendida.


AMANHÃ: Criou a teoria geral das classificações na comparação científica dos seres vivos: LINEU.

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