quinta-feira, 31 de julho de 2014

0730 C FROISSARD cronista da cavalaria o mais antigo dos correspondentes de guerra

30 DE JULHO: Jean Froissard   fiel historiador da guerra e da paz da vida medieval

FROISSARD
Jean Froissart
(nasceu de 1337 em Valenciennes, França, morreu de 1405 em Chimay, no Hainaut, Bélgica)

LEALDADE DO CAVALEIRO A SEU REI, A SUA FÉ, FIDELIDADE A SUA DAMA

ESTÉTICA
as artes da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da atividade
A Idade Média promoveu a liberdade do povo trabalhador, com a indústria e o comércio livre, com a sistematização do sistema capitalista de liberdade civil. A civilização moderna, após o fim da civilização medieval, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana. A secularização fez a saída do ensino e das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução sem a unanimidade cristã da Idade Média. É a passagem de uma civilização medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e industrial.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico aos poucos se afastando da religião, apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
Nesta terceira semana o tipo destacado como chefe de semana é Tasso. Ele tem seu dia no domingo, último dia da semana. Aqui é relembrada a criação da poesia do espírito cavalheiresco medieval, à idealização das virtudes da cavalaria e aos romances de aventura.

Ver em 0716 01 C   O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

JEAN FROISSART (1337-1705) era filho de um pintor de heráldica, de brasões. Nasceu em Valenciennes em 1337.
Com Froissart vamos homenagear os tempos da cavalaria do fim da Idade Média.
O jovem poeta foi para a Inglaterra munido de recomendações de pessoas da nobreza e da realeza para Philippina de Hainaut, esposa do rei Eduardo III.  Ela ficou para sempre sua amiga e protetora. Com esse apoio e depois, com a ajuda de uma longa série de grandes e destacados protetores, Froissart pode empreender por todo o ocidente suas grandes viagens, durante as quais ele recolheu suas numerosas anotações por cerca de quarenta anos.
Ele visitou o leste, o norte e o sul da Inglaterra, a Escócia, a França e depois a Bretanha, a Lombardia, Roma e uma grande parte da Itália. Por todo lugar, suas altas referências e seus brilhantes atributos lhe abriram as cortes dos soberanos, dos príncipes e dos nobres, de sorte que ele viveu quase constantemente em companhia dos barões, dos senhores, dos cavaleiros e das damas. Sua curiosidade insaciável, sua notável memória e sua habilidade nas pesquisas colocaram-no na posição de recolher as narrativas cavalheirescas que lhe contaram os cavaleiros, os escudeiros, as damas e as donzelas de todas as cortes que ele visitou.
Com a idade de 36 anos, ele se tornou padre na vila de Lestines, na diocese de Liège. Então Froissart começou a compor sua famosa crônica das ações da cavalaria na paz e na guerra. Ele usava sua posição privilegiada para questionar as principais figuras de seu tempo e para observar os mais importantes eventos.
Seus registros descrevem casamentos, funerais e grandes batalhas de 1325 a 1400. Começou no Livro I com a transcrição da crônica do escritor flamengo Jean le Bel. O Livro II cobre a história em Flandres e a paz de Tournai; o terceiro Livro em Portugal e Espanha. O Livro IV conta a batalha de Poitiers e sua visita a Inglaterra.
No fim de sua carreira de capelão da corte do Senhor de Beaumont ele foi nomeado cônego e tesoureiro de Chimay em Hainaut. Ali ele morreu cerca do ano 1405.
Froissart era o mais infatigável dos questionadores. Ele usava a arte de fazer falar cada um, homem ou mulher, daquilo que tenha visto. A guerra, o sitiar de uma cidade, as festas, os torneios e todos os fatos e gestos dos cavaleiros são para ele o único fim de sua existência. Todas as pessoas, sem diferença de nacionalidade ou de língua, lhe interessavam igualmente, desde que fossem nobres, galantes e habituados à vida das cortes reais.
Froissart é o mais antigo e será até o príncipe do que nós hoje chamamos de correspondente de guerra. Mas com toda sua paixão pelo pitoresco e seu culto pelas altas classes, ele não é, no fundo, nem bajulador nem mercenário. As proezas cavalheirescas do homem bem nascido, da classe alta, são a sua religião e a sua poesia. Por isso ele foi chamado de “o Heródoto de uma idade bárbara”.
Nas suas Crônicas, ele descreve muitos dos eventos mais importantes do fim do século 14. Mergulhado nos ideais da cavalaria, Froissart concentrou-se exclusivamente na vida da nobreza e da guerra.
Na abertura de sua obra ele expõe sua visão: eu escrevi esta história
              “a fim de que os honrados empreendimentos, as nobres aventuras, as façanhas realizadas durante as guerras entre a Inglaterra e a França sejam convenientemente contadas e mantidas em perpétua lembrança e que sirvam de exemplo e de encorajamento para as boas ações”.

AMANHÃ: A poesia cavalheiresca da Idade Média, heróica, guerreira e patriótica: Luís de Camões.


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