13 DE JULHO. Branca de
Castela, rainha: negociação inteligente e forte liderança
BRANCA DE
CASTELA
Blanche de
Castille, Blanche of Castile
(nasceu no ano 1188 da
nossa era, em Palencia, Castela, Espanha; morreu em 1252, em Paris)
ENÉRGICA
SOBERANA CATÓLICA NA DEFESA E UNIFICAÇÃO DA FRANÇA
A grande contribuição da
Civilização Feudal para o progresso da sociedade humana
Nesta quarta semana é feita a representação de como agiram
os dirigentes cristãos no governo político. O tipo principal é o rei São Luiz
de França, comemorado no domingo que encerra a semana.
Ver em 0618 C
O QUADRO DO MÊS DE CARLOS MAGNO A CIVILIZAÇÃO FEUDAL,
com o resultado geral do
feudalismo e com os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
BRANCA DE CASTELA (1188-1252) era filha de Afonso VIII, rei de Castela e de Eleonor.
Por parte de sua mãe Eleonor era neta do rei Henrique II da Inglaterra.
A mulher de Henrique II, Eleonor de Aquitânia, rainha da
Inglaterra, foi à Espanha e trouxe sua neta Branca, com apenas 11 anos de
idade, para a França. Fez, então, o compromisso de noivado de Branca com Luis,
o jovem filho do rei Philippe II Augusto, rei da França. O casamento de Branca,
em 1200, com 12 anos de idade, foi celebrado em Portsmouth, Hampshire, na
Inglaterra. Era um ato político no longo conflito entre a Inglaterra e a França
para o controle de alguns territórios da França.
Luis sucedeu a seu pai Philippe II em 1223, com o nome de Luis
VIII de França. Depois de um pequeno reinado, Luiz VIII morreu em 1226. Branca
ficou como a regente do reino, governando em nome de seu filho Luis IX, então
um menino de 11 anos. Por dez anos ela dirigiu o país com uma energia, uma
prudência consumada e com o maior sucesso.
Espanhola de nascimento, Branca tornou-se francesa devido a seu
casamento e tornou-se francesa aos poucos também no espírito. Com a morte do
rei João da Inglaterra, Branca tentou tomar o trono da Inglaterra quando Luis
de França invadiu a Inglaterra em apoio a seus direitos. Mas os ingleses não
foram vencidos e o filho de João de nove anos foi finalmente coroado como
Henrique III da Inglaterra.
Branca enfrentou rebeliões no interior da França, quando mostrou
uma hábil diplomacia, uma negociação inteligente e uma forte liderança.
Percorria a frente da luta nas batalhas vestida de branco, usando um cavalo com
arreios também brancos. Ela pacificou o sul da França e o país entrou numa era
de estabilidade e de paz.
Luiz IX, filho de Branca, assumiu o trono em 1236, com 21 anos. Na
ausência do rei, quando da sua primeira cruzada, Branca exerceu o vice-reinado
de 1248 1252. Graças a sua visão de governo e sua constante energia, ela evitou
muitos dos desastres a que a cruzada de Luis poderia expor o país.
Branca foi, assim, por quatorze anos, numa das épocas críticas da
história da monarquia, a verdadeira soberana da França. Essa mulher foi a maior dirigente que teve a França depois de
Brunehilde e que foi digna de administrar e defender a herança de
Philippe-Augusto. Ela teve o mesmo ardor e gênio de um governo com energia, uma
coragem e uma perseverança sem igual. Tinha
todas as virtudes viris o que não eliminava a sua graça e seu porte feminino.
Branca nasceu de uma raça de grandes reis e viveu 26 anos na corte
de Philippe-Augusto e de seu filho. Assim mostrou todas as qualidades de um
soberano completo. Ela se mostrou infatigável, de política correta, prudente e
sábia. Ao mesmo tempo em que ela estava resolvida a manter a independência da
monarquia, mesmo contra as investidas da Igreja Católica, provou que era uma
católica devotada e amiga permanente da autoridade espiritual do papa. Até uma
idade avançada ela conservou sua beleza e sua elegância de dama espanhola.
Uma exaltada piedade religiosa foi passada por Branca a seu filho.
Recebeu Luis IX assim, uma moralidade austera de que não se afastou por toda a
vida. Ela fez uma influencia sem limite sobre o espírito de São Luiz e lhe
inculcou os sábios princípios que ele conservou como rei. Branca evitou para a
França as conseqüências do celibato do rei fazendo com que ele casasse aos 20
anos com Marguerita de Provença, mulher a todos os respeitos digna dele. O
único ato de Luis pelo qual ele entrou em oposição direta com sua mãe foi a
desastrosa cruzada que ele empreendeu em 1238, apesar de seus avisos e de suas
advertências.
Durante os doze anos que se passaram antes da partida de São Luis
para o Egito, ela continuou a exercer uma influência preponderante sobre seu
filho. Apesar de sua natureza enérgica e imperiosa ter exercido uma dura
opressão sobre o doce espírito de Luis IX e uma severidade cruel e talvez
ciumenta sobre a jovem e amável esposa, não parece que ela tenha se intrometido
indevidamente ou com infelicidade nos negócios do governo.
É verdade que Branca não tinha a santa simplicidade e a rara
abnegação do mais santo dos reis, como Luis IX, mas ele lhe deve a sua educação
espiritual bem como sua visão política e ela teve a sagacidade de evitar muitos
dos erros heróicos que ele cometeu.
Branca morreu em 1252 em Paris. Foi enterrada na abadia de Maubuisson e
seu coração foi levado para a abadia de Lys. Foi uma grande perda da
incomparável protetora do reino de França.
O governo de Branca, seja durante a menoridade, seja durante a
ausência do rei, foi pacífico, sábio e justo. Por toda sua vida de mulher e de estadista, Branca se destaca entre os
soberanos da Idade Média.
AMANHÃ: O grande rei santo reverenciado na Espanha: S.Fernando.
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