domingo, 20 de abril de 2014

0419 C ESTRABÃO primeiro na ciência descritiva concreta de toda a Terra

19 DE ABRIL. Estrabão: descrição física dos países e das condições políticas e etnicas

ESTRABÃO
Strabo, Strabon
(nasceu cerca do ano 60 antes da nossa era, em Amasya, Pontus, na Ásia Menor; morreu em 25 dC)

HISTORIADOR GREGO E MAIOR GEÓGRAFO DA ANTIGUIDADE

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.


ESTRABÃO (60 aC-25 dC) viveu durante todo o governo do imperador Augusto, que foi do ano 27 antes da nossa era até o ano 14 da nossa era e durante a primeira parte do governo do imperador Tibério.
Ele nasceu na Ásia Menor, sendo grego e de uma família que, por sua mãe, teve cargos elevados na casa do rei Mitriadate. Ele quando jovem viajou muito e recebeu uma educação distinta. Visitou a Grécia no ano 29 e passou alguns anos em Roma. Foi ao Egito, à Itália central, à costa da África e da Ásia Menor. Retornando à sua cidade natal, escreveu ali sua grande obra de Geografia. Por um século seu tratado ficou desconhecido, sendo depois apreciado com justiça já no século III da nossa era.
A obra colossal de Estrabão foi bem descrita por Humboldt. Embora Estrabão não tenha, diz Humboldt, a precisão de Hiparco ou o saber de Ptolomeu, sua obra ultrapassa todas as da antiguidade como amplitude de plano e com a abundância e variedade de matérias. Em todos os ramos da ciência geográfica nenhum escritor antigo pode ser comparado a Estrabão. Nos seus 17 livros de sua Geografia, ele fornece a descrição completa do mundo habitado, em todos os aspectos, matemáticos, físicos, políticos e históricos.
Ele não teve a intenção de fazer um livro popular, nem uma filosofia natural, nem um manual, um índice ou uma revista periódica. Sua obra era destinada aos homens de Estado, mais do que aos filósofos ou aos sábios, achando-se nela uma descrição geral das condições físicas, sociais e históricas de cada país.
A parte histórica e descritiva de Estrabão é muito bem feita. Na parte científica ele se apóia sobre os trabalhos de Hiparco e de Eratóstenes e sobre os grandes pensadores da escola de Alexandria. Ele chega a exagerar muito um grande número de distâncias, mas o mundo era descrito com sendo muito pequeno. Para Estrabão a Irlanda seria o ponto mais ao norte do continente, o mar Vermelho o ponto mais ao sul e a foz do rio Ganges o limite da terra no oriente. O seu mundo seria uma imensa ilha cercada pelo oceano, sendo o mar Cáspio e o golfo pérsico os braços desse oceano. O mundo teria somente 100 graus de longitude e pouco mais de 50 graus de latitude.
A descrição física dos países, em especial aqueles que ele já visitara, é muito bem feita e é de grande valor o cuidado que ele tomou para recolher os dados sobre suas condições políticas e étnicas. Estrabão não é demasiado crítico em relação às fontes de informação que usa; para ele Homero está acima de tudo, não confia em Heródoto e cita mais os livros gregos do que os viajantes romanos. Mas as suas informações sobre as raças dos países distantes, como os da Ásia Menor e do Egito, que ele conhecia bem, são, para o historiador, do mais alto valor.
Com todas as suas imperfeições inevitáveis, a geografia de Estrabão forma um ponto de referência na história da ciência, como a primeira tentativa séria de constituir uma completa ciência descritiva concreta de nosso planeta.


AMANHÃ: Os aquedutos de Roma por Frontino.


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