19 DE ABRIL. Estrabão:
descrição física dos países e das condições políticas e etnicas
ESTRABÃO
Strabo, Strabon
(nasceu cerca do ano
60 antes da nossa era, em Amasya, Pontus, na Ásia Menor; morreu em 25 dC)
HISTORIADOR
GREGO E MAIOR GEÓGRAFO DA ANTIGUIDADE
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
ESTRABÃO (60 aC-25 dC) viveu durante todo o governo do imperador
Augusto, que foi do ano 27 antes da nossa era até o ano 14 da nossa era e
durante a primeira parte do governo do imperador Tibério.
Ele nasceu na Ásia Menor, sendo grego e de uma família que, por
sua mãe, teve cargos elevados na casa do rei Mitriadate. Ele quando jovem
viajou muito e recebeu uma educação distinta. Visitou a Grécia no ano 29 e
passou alguns anos em Roma.
Foi ao Egito, à Itália central, à costa da África e da Ásia
Menor. Retornando à sua cidade natal, escreveu ali sua grande obra de Geografia.
Por um século seu tratado ficou desconhecido, sendo depois apreciado com
justiça já no século III da nossa era.
A obra colossal de Estrabão foi bem descrita por Humboldt. Embora
Estrabão não tenha, diz Humboldt, a precisão de Hiparco ou o saber de Ptolomeu,
sua obra ultrapassa todas as da antiguidade como amplitude de plano e com a
abundância e variedade de matérias. Em todos os ramos da ciência geográfica
nenhum escritor antigo pode ser comparado a Estrabão. Nos seus 17 livros de sua
Geografia, ele fornece a descrição completa do mundo habitado, em todos os
aspectos, matemáticos, físicos, políticos e históricos.
Ele não teve a intenção de fazer um livro popular, nem uma
filosofia natural, nem um manual, um índice ou uma revista periódica. Sua obra
era destinada aos homens de Estado, mais do que aos filósofos ou aos sábios,
achando-se nela uma descrição geral das condições físicas, sociais e históricas
de cada país.
A parte histórica e descritiva de Estrabão é muito bem feita. Na
parte científica ele se apóia sobre os trabalhos de Hiparco e de Eratóstenes e
sobre os grandes pensadores da escola de Alexandria. Ele chega a exagerar muito
um grande número de distâncias, mas o mundo era descrito com sendo muito
pequeno. Para Estrabão a Irlanda seria o ponto mais ao norte do continente, o
mar Vermelho o ponto mais ao sul e a foz do rio Ganges o limite da terra no
oriente. O seu mundo seria uma imensa ilha cercada pelo oceano, sendo o mar
Cáspio e o golfo pérsico os braços desse oceano. O mundo teria somente 100
graus de longitude e pouco mais de 50 graus de latitude.
A descrição física dos países, em especial aqueles que ele já
visitara, é muito bem feita e é de grande valor o cuidado que ele tomou para
recolher os dados sobre suas condições políticas e étnicas. Estrabão não é
demasiado crítico em relação às fontes de informação que usa; para ele Homero
está acima de tudo, não confia em Heródoto e cita mais os livros gregos do que
os viajantes romanos. Mas as suas informações sobre as raças dos países distantes,
como os da Ásia Menor e do Egito, que ele conhecia bem, são, para o
historiador, do mais alto valor.
Com todas as suas imperfeições inevitáveis, a geografia de
Estrabão forma um ponto de referência na história da ciência, como a primeira
tentativa séria de constituir uma completa ciência descritiva concreta de nosso
planeta.
AMANHÃ: Os aquedutos de Roma por Frontino.
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