sábado, 30 de julho de 2011

0731 CAMÕES E A POESIA HERÓICA

0731 CAMÕES E A POESIA HERÓICA

31 DE JULHO. Luís de Camões: A poesia cavalheiresca, heróica, guerreira e patriótica.

CAMÕES
Luiz Vaz de Camões, Camoëns ou Camoens
(nasceu em 1524, em Lisboa, Portugal; morreu em 1580, em Lisboa)
GRANDE AUTOR PORTUGUÊS DE POESIA HERÓICA E SENTIMENTAL
POETA DE “OS LUSÍADAS”, ÉPICO DA NAÇÃO PORTUGUESA

A Estética, as artes da linguagem, da emoção e da expressão.
É parte da Filosofia. O sentimento é o motor da atividade e da inteligência.

O Calendário Filosófico consagra dois meses do ano à Estética moderna. O mês de Dante com o nome de Epopéia Moderna coloca também os nomes de representantes da poesia romântica. O outro mês é o de Shakespeare, dedicado ao drama moderno.
A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do povo, da indústria e do comércio. Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização pacífica, científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, de conflitos e alterações incessantes da vida estimula a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
As semanas deste oitavo mês do calendário mostram os representantes de todos os países desde o século XII até o século XIX. Dos quarenta e nove nomes, um terço são autores que escreveram em verso.
Nesta terceira semana o tipo destacado como chefe de semana é Tasso. Ele tem seu dia no domingo, último dia da semana. Aqui é relembrada a criação da poesia do espírito cavalheiresco medieval, à idealização das virtudes da cavalaria e aos romances de aventura.
Ver em 0716 1 O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com os grandes tipos humanos do mês.


O poeta nacional de Portugal nasceu em Lisboa em 1524, de família nobre. Da parte de sua mãe Camões era parente de Vasco da Gama, o herói da epopéia de “OS LUSÍADAS”. Vasco da Gama morreu no ano em que o poeta nasceu.
O jovem Camões foi educado na Universidade de Coimbra, onde adquiriu um vasto conhecimento da cultura antiga greco-romana junto com a cultura e filosofia de seu tempo. Em seguida tornou-se professor e tutor na corte do rei João III de Portugal.
Em 1546 ele foi banido da corte devido a um caso de amor com Catarina de Ataíde, uma das damas de companhia da rainha. Essa paixão foi, talvez, a inspiração para sua poesia de amor. O jovem ambicioso foi servir ao rei na guerra contra os mouros no Marrocos, África, onde, em luta, ficou cego do olho direito. Em seguida, aos 29 anos de idade, foi para as Índias.
Durante 17 anos Camões viveu na Índia, servindo a guerra no mar e na terra, em meio das tempestades do oceano e aos combates com os mouros, árabes e com as tribos indígenas da costa da Ásia. Depois de muitas dificuldades e decepções em que sua firme e generosa natureza estava constantemente em ação, Camões retornou a Lisboa em 1570, levando os originais de seu poema OS LUSÍADAS, a epopéia da nação lusitana.
Publicado seu poema em 1572, quando Camões tinha 48 anos, a obra foi rapidamente saudada como o maior poema dessa época. Mas seu autor mesmo foi esquecido. Ele morreu em 1580, na idade de 55 anos, pobre e obscuro.
A epopéia de OS LUSÍADAS é o mais antigo tipo de um poema épico moderno, heróico, regular no modelo clássico da ENEIDA de Virgílio e da FARSÁLIA de Lucano. O nome LUSÍADAS vem do nome romano dado a Portugal, de origem nas antigas tribos da região, os lusos.
O poema faz o elogio dos feitos gloriosos dos portugueses e de suas vitórias contra os inimigos da cristandade. Vitória não só sobre os adversários, mas também sobre as forças da natureza, que a poesia diz serem forças motivadas pelos deuses inimigos, da mitologia grega clássica. A descrição conta a história da descoberta do caminho para a Índia por Vasco da Gama, feita em 10 Cantos e mais de mil versos, 1.102 versos.
O poema começa com os navios de Vasco da Gama já a caminho no oceano índico, quando os deuses gregos do Olimpo se reúnem para discutir o que fariam com a campanha, a ser favorecida por Vênus, e a ser atacada por Baco. Os Cantos 3, 4 e 5 contam a história toda de Portugal desde sua origem até a grande viagem. Ali conta a morte de Inês de Castro, a batalha de Aljubarrota, o gigante Adamastor, que promete destruir a frota de Vasco quando voltasse para Lisboa.
No Canto 6 ele conta a história dos Doze da Inglaterra. E a deusa Vênus evita que Baco provoque o naufrágio da frota portuguesa, que afinal chega a Calcutá, hoje Kozhikode, na Índia, no fim de sua viagem. No Canto 7 e 8, o rei local é recebido a bordo do navio de Vasco da Gama e, então, é feita a explicação das figuras que estão nas bandeiras que adornam o barco do capitão da frota.
Na viagem de volta, os Cantos 9 e 10 contam como os marinheiros foram recompensados de suas lutas, pelas ninfas, na ilha que Vênus criou para eles. Uma das ninfas fala das futuras vitórias dos portugueses. Então Thetis e Vasco da Gama fazem a descrição do universo e os viajantes começam a viagem de volta acompanhados pelas belas ninfas.
Camões conseguiu, em seu poema, realizar uma preciosa harmonia entre a cultura clássica e a ação prática, com delicada percepção e com habilidade artística, para expressar os grandes perigos e as mais calorosas e sérias emoções humanas.
Ele mostra a admiração pela mitologia dos gregos, deixando a mostra o enfraquecimento espontâneo das crenças medievais, confirmando a evolução do pensamento na passagem de uma era de consenso religioso cristão para a etapa de revolução cultural moderna com o humanismo. Camões tem um lugar de alta relevância na poesia cavalheiresca do fim da Idade Média, com seu ímpeto heróico, marcial e patriótico.
A produção artística de Camões compreende a poesia épica, mas também a poesia lírica e as obras para teatro. O principal tema de seus versos é o conflito entre o amor apaixonado, sensual e o amor ideal, platônico, espiritual. Mas seu mérito é a sua perfeição formal do sentimento profundo, mostrado com simplicidade.


AMANHÃ: As baladas como a forma preferida para a poesia do povo: Romanceiros Espanhóis.


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