terça-feira, 5 de julho de 2011

0705 SUGER ABADE ESTADISTA

05 DE JULHO: Suger, abade: O foro de liberdade às cidades e aos servos da gleba.

SUGER
Abade Suger, Suger Abbot
(nasceu no ano 1081 da nossa era, em Paris; morreu em 1151)
ABADE DE ST. DENIS ECLESIÁSTICO HÁBIL ESTADISTA MINISTRO REGENTE DA FRANÇA

Quais foram as grandes contribuições da Civilização Feudal para o progresso da sociedade humana?
Duas forças coordenadas caracterizam a história da Idade Média: uma católica ou religiosa e a outra feudal ou cavalheiresca. De sua atuação resultou:
1. Purificar e disciplinar as mais fortes paixões do homem, sobretudo a desumanidade, o orgulho e os apetites sensuais.
2. Teve como conseqüência elevar a condição da mulher.
3. Fez a proteção do fraco, honrar a nobreza do caráter, elevar a natureza humana.
4. Suprimiu a guerra universal e transformou a guerra de conquista em guerra defensiva.
5. Estabeleceu os governos verdadeiramente locais com o acordo do dever recíproco, em vez da submissão a um império centralizado.
6. Suprimiu a escravidão geral na população e fundou o trabalho livre.
Os três primeiros resultados foram principalmente tarefa da Igreja Católica, com a Cavalaria participando na elevação das mulheres.
Os três últimos progressos foram principalmente obra do feudalismo junto com a religião.
Foram nove séculos de avanços, desde cerca dos anos 400 até 1300. Com muita confusão, crueldade e crimes; mas também com um heroísmo e uma dedicação admiráveis.

As duas últimas semanas estão representadas por religiosos. Mostram o apogeu do Catolicismo e seu declínio. Nesta terceira semana vemos o apogeu da religião.
Na semana o tipo principal é Inocêncio III, que se colocou entre os mais nobres e enérgicos papas. Sua biografia está no domingo que termina a semana.

Ver em 0618 1 O QUADRO DO MÊS CARLOS MAGNO, A CIVILIZAÇÃO FEUDAL com todos os grandes tipos humanos do mês.


O abade Suger, famoso regente da França, foi ministro do rei Luis VII de 1137 a 1151. Ele nasceu perto de Saint-Omer, em Artois, França, em 1081 de uma família de camponeses.
Suger foi educado na abadia de Saint-Denis, perto de Paris. Na idade de 14 anos, teve como colega de estudo e companheiro o príncipe real que viria a ser o rei Luis VI le Gros. Durante vinte anos, Suger trabalhou nos interesses da abadia, cuidando de suas possessões ou aumentando o patrimônio por meios legais ou por sua habilidade militar. Ele esteve continuadamente empregado em missões para o abade Adam ou para seu amigo o rei Luis VI. Em 1122, Suger, contando então 41 anos, tornou-se o abade de Saint-Denis, mas, na realidade, ministro e principal apoio da monarquia.
Com as normas que Suger colocou por trinta anos, a abadia triplicou suas rendas e se tornou o centro da civilização e o maior baronato do reino. Ele conseguiu elevar ao mais alto grau os recursos materiais e morais da abadia. O mesmo resultado obteve para o reino, fortificando em conjunto um e outro. Ele reconstruiu a igreja de Saint-Denis com uma perseverança extraordinária e lhe deu um grande esplendor. Ela foi consagrada em 1140. A fachada do lado oeste e as torres foram feitas com sua própria mão, e são das primeiras que eram em estilo romano e passaram a ser em estilo gótico.
Suger estabeleceu uma disciplina rigorosa em sua abadia e praticava, ele mesmo, uma severa austeridade. A última das numerosas missões que o rei Luis VI confiou a seu fiel ministro foi realizar o casamento de seu filho com Eleonora de Guienne, que resultou em mais do que dobrar os domínios do reino francês.
Logo depois Luis VI morreu e o príncipe, agora um jovem de 18 anos, passou a reinar com o nome de Luis VII, em 1137. A partir de então, Suger tornou-se efetivamente o vice-rei de França, até sua morte, quatorze anos mais tarde, em 1151.
Em 1146, São Bernardo pregou a realização da segunda cruzada, apesar da viva oposição de Suger, que aconselhava ao rei que se limitasse aos negócios da França. Mas o rei se lançou nessa campanha desastrosa. Pela recomendação de São Bernardo e com o acordo dos prelados e dos barões, Suger foi nomeado o regente do reino.
Por cinco anos Suger se mostrou um dos maiores administradores que a França já teve. Ele manteve a paz e a ordem em todo o país, estimulou o crescimento das cidades, dispensou uma rigorosa justiça e restabeleceu a prosperidade material, usando as riquezas de sua abadia e conseguindo ainda bastante recurso para remeter ao rei na terra santa.
Antes de Suger, o centro da França era um deserto. Ele introduziu a agricultura, a prosperidade se desenvolveu de forma durável e a população do país cresceu. Quando o rei se decidiu voltar à França em 1149, Suger se propôs a chefiar uma nova cruzada. Mas com malária, a morte não permitiu a realização desse projeto. Ele morreu em 1151 aos 70 anos de idade.
Suger foi o primeiro e um dos melhores da longa sucessão de estadistas que fizeram o progresso dos países na Idade Média. Sua idéia mestre foi a criação de uma monarquia central como garantia da paz e do progresso. Seu grande instrumento para isso foi o desenvolvimento das Comunas, povoações de atividade comercial dentro de cada feudo, para com elas obter a supressão da guerra particular entre os barões dentro do país e para evitar a opressão feudal. A Comuna inicialmente estava localizada em terras do senhor feudal, a ele devendo obediência e pagamento.
Para manter essa política, Suger colaborou muitas vezes com a monarquia colocando-se, ele mesmo, em armas, no comando de sua abadia. Dizia ele que
     “A glória da Igreja consiste na união da realeza com o clero”. Para chegar a esse fim, a política de Suger e dos dois reis de que ele dirigiu a conduta, foi oficializar o foro de liberdade às comunas e cidades e de dar a liberdade aos servos da gleba, aos camponeses medievais, sujeitos à semi-escravidão por seus barões, os senhores donos do território do feudo. “Não se pode abandonar sua tropa à fúria dos lobos”, era a recomendação que fazia ao rei.
Ele era um erudito, apaixonado pelos poetas latinos e, ele mesmo, era um escritor, deixando uma “Vida de Luiz VI” e outras obras. Suger encorajou as ciências, formou uma biblioteca e deu início à famosa “Crônica de Saint-Denis”.
Suger deixou uma profunda impressão no reconhecimento do povo de seu país.


AMANHÃ: O projeto de liberdade da Igreja Católica livre do comando dos reis pelo papa Alexandre III.


Nenhum comentário:

Postar um comentário