20 DE ABRIL: Os aquedutos de Roma por Frontino no calendário.
20 DE ABRIL Neste dia, no calendário humanista secular histórico de Auguste Comte, no mês de
Arquimedes, da CIÊNCIA ANTIGA, o tipo humano homenageado é:
FRONTINO
Sextus Julius Frontinus
(nasceu no ano 35 de nossa era, morreu cerca do ano 105)
POLÍTICO ROMANO HISTORIADOR DOS AQUEDUTOS DE ROMA
O início do estudo ABSTRATO nas ciências foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos que existam na natureza ou coisas que se possam fabricar: são abstrações.
Os romanos conservaram as descobertas dos gregos e aplicaram-nas à ação prática. Estavam empenhados na construção de uma grande pátria, que usou sua força e extraordinária habilidade para pacificar as diversas tribos brancas selvagens da Europa. O Império Romano tornou o continente europeu homogêneo e pacífico. As obras de engenharia de notável complexidade foram realizadas com o uso do saber teórico desenvolvido pelos gregos.
A quarta semana do mês de Arquimedes apresenta a comemoração dos tipos humanos, principalmente romanos, que, sem fazer descobertas científicas, aplicaram as ciências às artes da vida e preparado os materiais para os pensadores do futuro. Plínio o Velho é o representante principal desses homens, entre os quais se vêem autores de tratados sobre agricultura, arquitetura e geografia. Plínio é o chefe de semana, no domingo que a termina.
FRONTINO foi soldado, governador e alto funcionário nos governos dos Flavius, de Nerva e de Trajano. Ele ficou famoso como governador da Bretanha por sua conquista da tribo dos Silures no país de Gales, na antiga Inglaterra. Foi elevado à alta função de curador das águas no ano 97 e à grande dignidade de augure na qual teve como sucessor Plínio o Jovem. Os augures eram membros de um corpo sacerdotal romano para interpretação religiosa do sacrifício dos animais para conselho aos governantes. Frontino morreu cerca do ano 105.
Frontino escreveu 4 livros sobre os ESTRATAGEMAS DE GUERRA, mas seus dois livros AQUEDUTOS DE ROMA, escritos perto do ano 100, constituem sua principal obra. Esse é um tratado cuidadoso e exato sobre o sistema de aquedutos, que é parte da organização da cidade de Roma levada a um muito alto grau de perfeição. Os gregos haviam negligenciado esse assunto, que foi bem tratado pelos romanos e muito aperfeiçoado por eles.
Plínio o Jovem declarou que não havia nada mais maravilhoso no mundo do que o aqueduto Claudiano, completado no governo do imperador Cláudio no ano 50. As cidades gregas eram de extensão média, o país montanhoso e a organização municipal pouco complicada, encontrando seu abastecimento de água nos poços e nas fontes naturais. Mesmo nas grandes cidades gregas, como Alexandria e Siracusa eram fornecidas de água por meio de fontes ou de canais que se abasteciam dos rios vizinhos.
O aqueduto propriamente dito é um canal muito elevado e ligeiramente inclinado que leva a água pura a uma grande distância. É uma invenção que foi criada pelos romanos, muito antiga e aplicada de forma geral em todo o império criado por Roma. O enorme volume de água que a higiene exigia entre os romanos tornou indispensável construir o aqueduto para conduzir a água a grandes distâncias, como se fosse um rio artificial.
No tempo em que Frontini escreveu, no ano 100 da nossa era, Roma recebia a água de que necessitava por meio de nove aquedutos, num volume que somado, equivaleria a um enorme rio correndo em direção à cidade. O mais antigo aqueduto era o AQUA APPIA, construído pelo famoso censor Appius Claudius no ano 313 antes da nossa era, mais de 400 anos antes de Frontini. Alguns dos aquedutos tinham mais de 60 e até 80 quilômetros de comprimento.
Frontini diz com um justo orgulho que essas gigantescas obras de necessidade do povo ultrapassam de muito por sua utilidade as pirâmides do Egito e os famosos, mas vãos monumentos da Grécia. Os romanos tinham muito cuidado com a conservação de seus aquedutos. O diretor principal era um empregado de alto nível e era um administrador capaz. Um corpo formado com 460 escravos era empregado constantemente na reparação dos aquedutos.
É um fato profundamente característico que os romanos fossem o único povo da antiguidade que levou ao mais alto ponto essa instituição da vida civil: o constante abastecimento de água de fonte a mais pura, em quantidade ilimitada e inesgotável.
É ainda mais impressionante que a mesma perfeição numa das condições essenciais da civilização não fosse conseguida por nenhum outro povo antigo.
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