quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

1223 LAVOISIER preparou o estudo científico da vida, da respiração, do calor animal

DEZEMBRO 23. LAVOISIER:  a teoria da combustão como sendo uma oxidação

LAVOISIER
Antoine-Laurent Lavoisier
(nasceu em 1743, em Paris; morreu em 1794, em Paris, França)
DESTACADO CIENTISTA FRANCÊS FUNDADOR DA QUÍMICA MODERNA


Este Calendário Filosófico tornou-se um  CURSO DE FILOSOFIA DA HISTÓRIA, por meio da pesquisa inteligente da evolução social pela análise dos anais da história. Observações específicas completam o conhecimento da Filosofia geral, na arte, na tecnologia e na teoria política aplicada.
O Calendário Histórico mostra a espontânea, oscilante, irregular, mas contínua evolução cultural em todos os aspectos da sociedade, no aspecto afetivo, intelectual e prático. O que é feito por meio pelo estudo das maiores figuras humanas. Assim os princípios científicos são demonstrados e comprovados por sua observação e fundamentação empírica nos registros históricos.
Indica o calendário a maravilhosa faculdade criadora da sociedade para o melhoramento da vida humana. Tanto antes como depois do fim do feudalismo da guerra de defesa e do fim do poder político do papa e da religião medieval. É devido ao desenvolvimento enciclopédico do conhecimento laico que prepara a nova civilização pacífica e industrial moderna. São os cientistas da nova civilização, pensadores que antes eram teólogos e metafísicos e passam ao saber firme comprovado, isto é, ao saber positivo teórico puro e aplicado sobre o mundo e sobre o próprio homem. A sabedoria passou a ter como referência o bem da sociedade, um ponto de vista humanista. A referência passou a ser a lei dos homens e não mais a lei dos deuses, dos livros sagrados.
Deve-se notar que os maiores progressos da ciência feitos na modernidade foram nas teorias abstratas puras, isto é, relativas aos fenômenos e não aos seres. Foi a descoberta das leis imutáveis no meio da permanente mudança da variável realidade concreta.

Esta semana mostra os grandes cientistas do desenvolvimento da Química abstrata como ciência experimental positiva nos anos 1700 e 1800, nos séculos XVIII e XIX. A Química científica abstrata das leis de composição e decomposição, mais complexa do que a Física, só poderia se desenvolver após a criação nos anos anteriores dessa ciência das leis abstratas dos fenômenos da natureza. O patrono da semana é LAVOISIER, por suas pesquisas da oxidação e da combustão e ainda pela destruição da hipótese do flogístico, um fluido metafísico. Ele era mágico transcendente intangível, i.e, inverificável como ficção que era, explicaria a ocorrência da combustão (do grego phloks, phlogos= chama, flama). LAVOISIER está no domingo que termina a semana.


LAVOISIER nasceu numa família nobre e rica, recebendo uma boa educação. Seu pai lhe deu uma sólida base em linguagem, filosofia e em ciências, como em matemática, astronomia, química e botânica. Estudou Direito, diplomou-se em 1764, mas sempre seu pensamento crítico o dirigia para a pesquisa científica. Na idade de 21 anos ganhou o prêmio em concurso oferecido pelo governo da França por seu ensaio sobre os melhores métodos para a iluminação das ruas de uma cidade.
Lavoisier consagrou-se à pesquisa química, tendo entre seus estudos iniciais pesquisas sobre a composição do gesso, das rochas e minerais. Em 1768 ele foi admitido na Academia de Ciências de Paris. Ocupou funções no governo, tendo sido membro da Fazenda, na coleta de impostos, sendo da comissão que levou à adoção do Sistema Métrico de Medidas. Por ter sido do governo monárquico da França e ter títulos de nobreza, na Revolução Francesa ele foi julgado e decapitado na guilhotina, na metade de sua vida criativa de cientista, no ponto mais alto e brilhante de seu gênio, em 1794, com 51 anos de idade. Um lamentável crime de cruéis revolucionários ambiciosos que se repetiria sempre no futuro, na ruptura das instituições sociais.
A química encontrada por Lavoisier estava dominada pela hipótese do FLOGÍSTICO, uma entidade metafísica não comprovada, que explicava fenômenos como a ferrugem do ferro, a combustão e o calor. A metafísica, é bem exemplificada nesse caso, ao substituir a ação dos deuses pela atividade de entidades não humanas, para a explicação do mundo. Dessa forma, o modo metafísico de filosofar liberta e incentiva a pesquisa científica ao retirar o tema da área do poder divino, absoluto e eterno, portanto imutável.
O médico e químico alemão Becher formulou essa hipótese, mantida por Stahl. Explicava-se que o carvão, rico em flogístico, juntando-se à ferrugem e ao minério de ferro, se tornava em ferrugem flogisticada, que era o ferro metálico. Essa explicação serviu de base para a partida da pesquisa de Lavoisier na fundação da química moderna.
Ele estudou o relato de Boyle sobre a calcinação do estanho, que sofria um aumento de peso. Por meio de longa série de engenhosas experiências, com o uso da balança, verificou que havia o aumento de peso e a diminuição correspondente do ar em contato. A descoberta do oxigênio por Priestley, a análise do ar atmosférico por Scheele e a determinação da composição da água por Cavendish, Watt e por ele mesmo, permitiram a Lavoisier explicar a calcinação e a combustão como uma simples oxigenação e levou a atacar com sucesso a hipótese do flogístico.
Essa hipótese metafísica indicava um flúido, não físico, não verificável, transcendente, como o fator produtor da combustão. O nome vem do grego phlogistós, inflamado. Seria uma hipotética substância inodora, incolor e sem peso que se acreditava ser a parte combustível de todas as substâncias inflamáveis.
Lavoisier descobriu que as mudanças no peso eram devidas à absorção ou perdas de “ar”, uma substância que ele chamou de “ar deflogisticado” identificado por Joseph Priestley em 1774. Numa memória apresentada em 1777, Lavoisier propôs o nome de oxigênio, que dizer “produtor de ácido” para o ar deflogisticado. O seu Traité élémentaire de chimie de 1789 apresentou as novas doutrinas químicas, marcando o fim da teoria do flogístico para a combustão.
Então, em 1785, Berthollet, Fourcroy e Morveau, com Black, aceitaram as conclusões de Lavoisier, abandonando a hipótese metafísica do flogístico de Becher e Stahl. Sobre a base colocada por Lavoisier a estrutura da química moderna foi construída por Davy, com Liebig e Dumas.
Lavoisier elaborou muitos trabalhos importantes, fazendo a queima de substâncias orgânicas no oxigênio e de acordo com qualidade e quantidade dos produtos obtidos, ele calculou a composição da substância queimada, assim colocando as bases da análise orgânica realizada mais tarde por Liebig.
Com a colaboração de Laplace, inventou um calorímetro com o qual eles fizeram as primeiras determinações precisas do calor específico das substâncias. O calor específico é a quantidade de calor em calorias necessária para elevar de um grau a temperatura da massa de um quilograma de uma substância.
A obra principal de Lavoisier foi a preparação feita para o estudo científico do fenômeno da VIDA, ao estabelecer a verdadeira teoria da combustão como sendo o resultado da oxidação, com o consumo de oxigênio. A função da respiração e a produção do calor animal passaram, a partir desse momento, a serem compreendidas cientificamente, pela primeira vez.

AMANHÃ: É dele o grande aforismo OMNE VIVUM EX OVO, todo ser vivo vem do ovo: William Harvey

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