DEZEMBRO 12. Clairaut: grande progresso no conhecimento do sistema solar
CLAIRAUT
Alexis-Claude Clairaut
(nasceu em 1713 em Paris, França; morreu em 1765, em Paris)
CIENTISTA FRANCÊS PRINCIPAL CONSTRUTOR NA MECÂNICA CELESTE
FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
Este Calendário Filosófico tornou-se ser um CURSO DE FILOSOFIA DA HISTÓRIA, por meio da pesquisa inteligente da evolução social pela análise dos anais da história. Observações específicas completam o conhecimento da Filosofia geral, na arte, na tecnologia e na teoria política aplicada.
O Calendário Histórico mostra a espontânea, oscilante, irregular, mas contínua evolução cultural em todos os aspectos da sociedade, no aspecto afetivo, intelectual e prático. O que é feito por meio pelo estudo das maiores figuras humanas. Assim os princípios científicos são demonstrados e comprovados por sua observação e fundamentação empírica nos registros históricos.
Indica o calendário a maravilhosa faculdade criadora da sociedade para o melhoramento da vida humana. Tanto antes como depois do fim do feudalismo da guerra de defesa e do fim do poder político do papa e da fé medieval. É devido ao desenvolvimento enciclopédico do conhecimento que prepara a nova civilização pacífica e industrial moderna. São os cientistas da nova civilização, pensadores que antes eram teólogos e metafísicos e passam ao saber firme comprovado, isto é, ao saber positivo teórico puro e aplicado sobre o mundo e sobre o próprio homem.
Deve-se notar que os maiores progressos da ciência feitos na modernidade foram nas teorias abstratas puras, isto é, relativas aos fenômenos e não descritivas dos seres concretos. Foi a descoberta das LEIS ABSTRATAS imutáveis no meio da permanente mudança da variável realidade concreta.
Nesta semana se mostra principalmente a complementação da Mecânica Celeste pelo cálculo infinitesimal. Aqui encontramos Viète, Fermat e Wallis que prepararam esse cálculo; Clairaut, Euler, d’Alembert e Fourier que o aplicaram aos problemas da física; Lagrange que o assimilou ao cálculo ordinário. Newton, cujo gênio matemático transformou a vaga hipótese da gravitação planetária numa certeza científica, tem aqui o lugar principal como chefe da semana que ele encerra. Ele mesmo falou, aliás, de Descartes e de Leibnitz, cuja iniciativa matemática se igualou àquela do cálculo de Newton.
CLAIRAUT [diga “cle-rroô’] nasceu em Paris em 1713, filho de um professor de matemática. Ele se tornou um dos mais precoces matemáticos e dos mais célebres da história. Com apenas 13 anos de idade apresentou seu primeiro texto científico, e aos 17 anos o segundo trabalho à Academia de Ciência de Paris. Aos 18 anos foi aceito como membro da Academia, por autorização especial por sua baixa idade. Nesse mesmo ano publicou o célebre tratado matemático sobre as curvas no espaço, Recherches sur les courbes à double courbure, Pesquisas sobre as curvas de dupla curvatura, que é um marco inicial no estudo da geometria analítica no espaço. Com apenas 18 anos, Clairaut tornou-se o mais novo membro já eleito pela Academia.
Ele tornou-se amigo de Maupertuis, de Voltaire e de du Châtelet. Colaborou com o Marquês du Châtelet na tradução do Principia de Isaac Newton para o francês, um projeto de mais de 11 anos. Muitas das teorias originais de Clairaut foram acrescentadas ao livro.
Entre 1733 e 1743 ele publicou importantes trabalhos. Entre eles um estudo Sur quelques questions de maximis et minimis, Sobre algumas questões de máximo e mínimo. Em 1734 ele publicou seu estudo das equações diferenciais conhecidas hoje como “Equações diferenciais de Clairaut” e forneceu uma nova solução para o problema da integral geral das equações. Mais tarde fez um texto sobre o cálculo integral, provando a existência de fatores de integração para a solução da equações diferenciais de primeira ordem. Publicou também um importante trabalho sobre a dinâmica dos astros.
Em 1736 tomou parte com Maupertuis na expedição organizada pela Academia de Ciências de Paris à Lapônia para medição da longitude. Destinava-se a verificar a teoria de Newton sobre a forma da terra. As diversas memórias escritas por Clairaut sobre a “Teoria da Lua” foram de grande importância, tratando do famoso problema dos 3 corpos e corrigiu o que havia de errado na maneira por que Newton havia aplicado sua própria lei aos movimentos lunares.
Clairaut fez a primeira aplicação da teoria de Newton sobre a perturbação dos movimentos dos cometas produzida pela atração dos planetas e anunciou em 1757, com trabalhosa aplicação da análise matemática, a ação de Júpiter sobre o cometa de Halley.
Os importantes estudos e os resultados obtidos colocam Clairaut como o principal construtor da mecânica celeste. Um resumo da sua obra não pode dar uma idéia suficiente de seu alto valor. Na verdade, seus trabalhos completaram o que faltou a Isaac Newton para o conhecimento da complexidade do sistema solar.
Clairaut morreu com 52 anos de idade, depois de breve doença. Ele estava no alto de suas forças, tendo sido honrado com a eleição para as melhores academias científicas da Europa, como Londres, Berlim, S.Petersburgo e Bolonha.
Não pode faltar o registro de duas obras-primas de Clairaut na exposição luminosa, feita pelo grande geômetra, dos princípios básicos da álgebra e da geometria, de forma fácil para todas as inteligências. Deve-se indicar que, em cada caso, ele começa por colocar o leitor em frente ao problema central da ciência a estudar, da maneira mais viva e mais impressionante. Em álgebra, o problema central é a formação das equações; em geometria, o problema é a medição indireta do espaço. A Álgebra e a Geometria de Clairaut têm sua leitura recomendada até os nossos dias.
Clairaut apresentou as duas ciências do modo como elas se apresentaram aos primeiros investigadores, já que elas são cheias do encanto que há no ensino científico mais abstrato quando se mostra que essa beleza tem origem na história da humanidade.
AMANHÃ: Ele desenvolveu a teoria do cálculo integral e provou a importância da abstração nas ciências e nas suas aplicações: Leonhard Euler.
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