quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

1202 CROMWELL o fim dos privilégios medievais e católicos com a proteção do povo

DEZEMBRO 02. Oliver Cromwell: Na revolução inglesa defendeu a moralidade e a liberdade de consciência.

CROMWELL
Oliver Cromwell
(nasceu em 1599, em Huntingdonshire, Inglaterra; morreu em 1658, em Londres)

ESTADISTA E GENERAL INGLÊS REVOLUCIONÁRIO REPUBLICANO

No mês da Política Moderna pós-medieval são colocados os maiores nomes representativos dos séculos em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1                                  a destruição das antigas crenças medievais e de sua organização militar para a guerra de defesa;
2                                  a preparação da nova civilização científica e pacífica com a atividade industrial-comercial, de paz e de ordem mantida pelos diversos governos.
A ação de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou extinção do poder e dos privilégios da nobreza e das autoridades religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou barões feudais.
Na política moderna são básicas duas condições: a unidade de comando e a liberdade consciência e de opinião. O poder deve ser concentrado num só chefe responsável, como nos exércitos, no império romano e no catolicismo medieval. Deve haver liberdade para que a produção e comercialização sejam feitas com paz e ordem já que a guerra impede a indústria. O poder do capital também deve ser concentrado. A divisão do poder leva ao desgoverno, à quebra da hierarquia social, a anarquia, com a dissolução da sociedade. O sucesso depende do difícil equilíbrio entre a unidade governo e a ampla liberdade. 
O governo de comando único concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo regional descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a governar sem a integral unanimidade cultural religiosa da Idade Média, como se fossem ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois modos de governo.
Nessa fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram o governo central monárquico concentrado reunindo no rei os antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento do cristianismo os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Nesta quarta semana do Calendário estão consagrados os estadistas dos anos 1600 e 1700, séculos XVII e XVIII que participaram de revoluções. Não foram propriamente revolucionários destruidores por natureza, mas foram levados pelas circunstâncias. Colocados em outras condições políticas teriam sido ardentes conservadores. Nenhum dos participantes da Revolução Francesa constam aqui por serem puros destruidores. Nem mesmo o admirável Danton. A semana tem como destaque o republicano Cromwell no domingo que a encerra.

Ver em 1105 1  em novembro 05 o QUADRO DO MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social política do mês.

CROMWELL nasceu em Huntingdon, na Inglaterra, em 1599. Era o filho único de Robert Cromwell, que tinha sido membro do Parlamento, era proprietário e juiz de paz. Cromwell estudou no Sussex College em Cambridge e depois no Lincoln’s Inn em Londres.
Ele pertencia à aristocracia sem títulos. Participou no terceiro e no quarto parlamento do rei Charles I. Notabilizou-se no Long Parlement, então com a idade de 41 anos, em 1640. Cromwell fazia parte de uma rede de descontentes com o governo de Charles I, que reinava com arbitrariedade e não procurava reprimir os adeptos do catolicismo romano.
Charles I durante 11 anos governou sem convocar o Parlamento. Quando teve que obter dinheiro para combater a rebelião na Escócia, o rei foi forçado a fazer a convocação do Parlamento. Esse congresso foi chamado de Long Parlement.
A partir de novembro de 1741, Cromwell propôs que o Parlamento fizesse uma “ordonnance” para que fosse formada uma milícia do parlamento com cidadãos comuns, não nobres. Foi a primeira vez que uma decisão parlamentar, sem aprovação do rei, proporia a preparação para a guerra. A figura de Cromwell se destacou quando a luta começou e a atenção foi chamada por sua energia e por suas vitórias militares.
Embora entrando tarde na carreira da guerra, Cromwell provou ter todas as qualidades de um grande capitão: sua prudência, a capacidade de previsão e de organização, a habilidade estratégica, do que fazer e a habilidade tática, de como fazer, tudo junto a uma coragem que nada podia abater.
A Primeira Guerra Civil começou em 1642, Cromwell tomando as armas contra o rei junto com outros membros do Parlamento. No ano seguinte foi feito coronel de um regimento de cavalaria, que ele conduziu a vitórias sucessivas. Após muitos combates, ele tornou-se general de cavalaria e teve papel principal na derrota do rei na Batalha de Naseby em 1645, que terminou a Primeira Guerra Civil.
O rei Charles I em 1647 se negou a obedecer às ordens do Parlamento e do exército e fugiu. Fez uma aliança com os escoceses para invadir a Inglaterra, dando início à Segunda Guerra Civil. Cromwell reuniu novamente o exército, vencendo dos escoceses na sangrenta Batalha de Preston em 1648. O rei demonstrara não ser confiável, o que fez o Parlamento realizar o julgamento, a condenação e a execução do rei por decapitação. Mais importante foi o golpe dado na aristocracia e no clero pela abolição da HOUSE OF LORDS, a Câmara dos Lordes, que reunia os nobres com títulos de privilégio e os bispos anglicanos.
Com a execução do rei, foi formada a Commonwealth of England, o que tornou o país na República da Inglaterra, como diz Ian Roy, do King’s College, da Universidade de Londres.
Oliver Cromwell representou bem a sua época na evolução da sociedade, com o processo de realização do PRINCÍPIO DE IGUALDADE, o esforço de rebaixamento político da aristocracia inglesa e do fim da monarquia.  Ao mesmo tempo, ele defendeu a mais estrita moralidade e a maior liberdade de consciência, com a valorização do cidadão comum. Foi o mais avançado estadista que o protestantismo apresentou, embora sua revolução tenha falhado por falta de preparação mental da direção. A morte o surpreendeu prematuramente, em 1658, com 59 anos de idade.
A grande revolução inglesa é a segunda revolução protestante na Europa, na evolução da sociedade depois do fim do feudalismo. A revolução da Holanda foi a primeira, uma heróica luta para libertar o pequeno país do retrógrado e poderoso domínio católico espanhol. Esses dois eventos correspondem á aplicação dos dois princípios de destruição das instituições medievais e católicas: a afirmação da soberania do povo e o lema da igualdade. São esses preceitos conseqüências do espírito de crítica, que nos assegura a moderna e sagrada liberdade de consciência, de opinião.


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