quarta-feira, 19 de outubro de 2011

1019 DIDEROT criação da enciclopédia do iluminismo

19 DE OUTUBRO. Denis Diderot: Tenacidade na destruição e renovação do saber por meio do pensamento crítico.

DIDEROT
Denis Diderot
(nasceu em 1713, em Langres, Champagne, França; morreu em 1784, em Paris)

GENIAL FILÓSOFO FRANCÊS CRIADOR DA ENCICLOPÉDIA NO ILUMINISMO

A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da religião e do feudalismo.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII passou a ter duas correntes. Um movimento foi de destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente, contra as crenças recebidas, a assaltos ainda mais poderosos do que os feitos pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A segunda semana representa o desenvolvimento da pesquisa científica dos séculos XVII e XVIII dirigida à natureza individual do homem físico e moral, em grande parte de maneira preparatória e indutiva. Hobbes, Locke, Vauvenargues, Diderot et Cabanis aqui são comemorados. Bacon é o chefe de semana ao colocar a filosofia ao serviço do homem.

Ver em 1008 1 em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês.

DIDEROT nasceu em 1713 na Champagne, onde seu pai e seus ancestrais estiveram estabelecidos como fabricantes de cutelaria por duzentos anos.
Estudou nas escolas dos jesuítas e depois foi para Paris, onde sua vocação filosófica logo se manifestou. No meio de um mundo letrado e vivendo como podia da literatura, tornou-se o chefe de um grupo de pensadores e de escritores.
Esse grupo, depois chamado de Enciclopedistas, dedicou-se à obra de destruição e de renovação do pensamento com uma tenacidade que não tem igual na história do mundo. Voltaire foi o chefe reconhecido do exército de críticos e de demolidores.
Mas o gênio de Diderot era essencialmente pela construção, pela organização, embora o tempo da elaboração de um sistema doutrinário durável não fosse ainda possível. Com um feliz instinto, ele imaginou o expediente de elaborar uma Enciclopédia, para registro de todo o saber conhecido na época, tanto teórico como prático. Nela os homens de diferentes especialidades e de diversos temperamentos pudessem participar.
A Enciclopédia se destinava a divulgar o conhecimento científico e técnico positivo de todo tipo e assim procurava contornar habilmente a proibição da censura religiosa ainda existente.
Nos primeiros anos, ele teve como associado d’Alembert, que escreveu a Introdução da obra. No grupo de colaboradores estiveram nomes importantes como Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Marmontel, Quesnay, d’Holbach, des Brosses, Haller, Turgot e Condorcet.
O primeiro volume foi publicado em 1751. A obra foi proibida por algum tempo depois do segundo volume. A publicação foi continuada em meio da forte condenação dos padres católicos até que em 1759, depois do artigo sobre Genebra de d’Alembert houve uma segunda proibição da impressão da obra. Então d’Alembert abandonou a Enciclopédia, que Diderot dirigiu até sua completa publicação.
Diderot é considerado como o pensador com o saber mais enciclopédico que a filosofia já teve depois do grande Aristóteles. Nesses filósofos todos os departamentos do conhecimento foram estudados. A filosofia para eles era definida como a representação do mundo e do homem, em todos os aspectos.
Recomenda-se até hoje a leitura de quatro das numerosas obras de Diderot: a Carta sobre os cegos, a Carta sobre os surdos-mudos, os Pensamentos sobre a interpretação da natureza e a Teoria do Belo.
O estudo das deficiências dos sentidos foi uma análise brilhante sobre a organização do físico do homem. Na interpretação da natureza ele mostra claramente que o progresso da ciência exigiria a pesquisa direta dos fenômenos do mundo e da vida humana, além da pura dedução de dados algébricos. De fato, sua previsão, dentro de cem anos se confirmou, com a formação da química com Lavoisier, da biologia com Bichat e com a sociologia com Augusto Comte após apenas duas gerações.
A grande escola dos Enciclopedistas reuniu os melhores pensadores, todos livres das crenças sobrenaturais e afastados das ambições políticas, ao mesmo tempo em que respeitavam o poder sem se tornarem servis ao governo. Esse grupo de elite dos anos 1700, século 18, se ligava ao século anterior com Fontenelle e chegava até o século 19 com o grande Condorcet.
Diderot conseguiu, com sua sabedoria e energia, fazer da elaboração da Enciclopédia uma forma de oficina filosófica e política para o progresso do conhecimento comprovado, positivo. Com grande habilidade, conseguiu reunir revolucionários na tarefa de construção de um sistema de conhecimento mais seguro e verificável. Dessa forma, fez com que destruidores progressistas contribuíssem para a construção da nova civilização industrial, científica e pacífica. Muitos dos destruidores se tornaram parte da ação orgânica construtiva, a reorganização intelectual, emocional e política da sociedade.


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