sábado, 8 de outubro de 2011

1008 2 DESCARTES a revolução da filosofia moderna

1008 2 DESCARTES   a revolução da filosofia moderna

08 DE OUTUBRO: DESCARTES, o pensamento, o maior dissolvente dos dogmas absolutos.

DESCARTES
René Descartes, Renatius Cartesius em latim
(nasceu em La Haye, Touraine, França; morreu em 1650, em Estocolmo, Suécia)

MATEMÁTICO, CIENTISTA E PENSADOR FRANCÊS FUNDADOR DA FILOSOFIA MODERNA

Maiores figuras humanas na faculdade criadora para o melhoramento da vida humana, depois do fim do feudalismo e do fim
do poder político do papa e da fé medieval, devido ao conhecimento científico que prepara a nova civilização industrial moderna.
Os pensadores na formação do conhecimento firme comprovado, positivo, sobre o próprio homem e sobre o mundo e de seus princípios gerais.
A criação da RAZÃO EXPERIMENTAL é a maior revolução já feita no saber humano, na filosofia, em todos os tempos. Afastando o domínio completo das lendas, da imaginação absuda, obscura. Coloca a observação clara e distinta no controle da imaginação criativa da ciência e da técnica.


A REVOLUÇÃO CONTRA A FILOSOFIA ANTIGA

Descartes nasceu em La Haye, em Touraine, na França, em 1596. Ele estudou com os padres jesuítas, com quem manteve permanente correspondência.
No seu famoso Discurso do Método, René Descartes explica que, embora ele apreciasse o alto valor da cultura literária que ele havia recebido dos jesuítas, ele havia sentido desde criança que ali faltavam as bases necessárias para sustentar as suas convicções.
Na filosofia escolástica que os jesuítas ensinavam, qualquer opinião podia ser num debate atacada ou defendida com a mesma probabilidade, já que não havia uma referência confiável, uma base firme para verificação.
A pesquisa científica estava cheia de magia arbitrária ou viciada pela sutileza incompreensível da imaginação, da metafísica. A matemática, a matéria que mais o atraía por ser mais simples e certa, não era empregada como base dos outros estudos.
Por essa razão, ao sair da escola dos jesuítas, fora do ensino da escolástica, ele se comprometeu a estudar, por si próprio, no grande livro do mundo. Nesse estudo, o julgamento dos homens não pode ter por base fantasias pedantes da pura imaginação, mas deve ter o sentimento da responsabilidade no caso de um erro de julgamento.
Descartes ficou por quatro anos em Paris. Passou ao serviço do príncipe Maurício de Nassau em 1617. Em 1619, com o início da guerra dos trinta anos na Alemanha, ele entrou para as forças do duque da Baviera e assistiu, no ano seguinte, à batalha de Praga. Deixou o exército em 1621, passando a viajar sem interrupção pela França, Suíça e Itália até 1628.
Finalmente foi para Amsterdam na Holanda, aproveitando as vantagens da civilização local. Mas a maior vantagem para Descartes foi a proteção que tinha contra uma controvérsia irritante e das tentativas da perigosa perseguição religiosa na França. Na Holanda, ele tinha plena liberdade, todos em seu redor estando ocupados com seus negócios comerciais.
Periodicamente, Descartes viajava a Paris e mantinha comunicação constante, por meio de assídua correspondência, com os amigos que se interessavam por sua pesquisa em ciência e em filosofia.
Em 1649 ele cedeu ás intensas solicitações da rainha Cristina da Suécia para visitar Estocolmo. Mas o inverno escandinavo foi muito rigoroso e ele não resistiu, morrendo de pneumonia em fevereiro de 1650, aos 54 anos de idade. Seu corpo foi enterrado em Paris, na igreja de Saint-Germain-des-Prés.
Na obra de ciência e de filosofia de Descartes são encontrados os dois movimentos da história moderna, um movimento de CONSTRUÇÃO de novos conhecimentos e outro movimento de DESTRUIÇÃO dos preconceitos religiosos e metafísicos do passado. Seu objetivo era formar uma síntese, resumo ou sistema de conhecimento com base nas verdades da matemática, no movimento. O fundamento matemático são os conhecimentos mais simples e mais claros de todo o saber na filosofia.
Na filosofia de Descartes, com base matemática na mecânica teórica, no estudo do movimento, não cabiam os fatos da vida mental e moral. Esses fatos ele explicou com outro método. Ele empregou a análise metafísica da consciência, criando o lema
PENSO, LOGO EXISTO, Cogito ergo sum.
Esse método, pelas mãos de seus sucessores, desde Espinosa até Hume, foi um possante dissolvente dos dogmas religiosos.
Com o método do COGITO, Descartes deduziu uma demonstração da existência de Deus. Mas o método não é conclusivo, sendo refutado pelos outros pensadores e teólogos. O jesuíta Leonel Franca viu, nessa demonstração sem base, uma fina ironia de Descartes, levando dessa forma a uma polêmica que mostrou a impossibilidade dessa demonstração. Ao mesmo tempo em que se livrava da assustadora perseguição da Santa Inquisição, que desapropriava, torturava e matava o acusado de heresia.
Por tal razão, para evitar a tortura e a expropriação de sua fortuna pela Inquisição, escreveu o tratado com o nome de MEDITAÇÕES METAFÍSICAS, para enganar os padres e dominicanos inquisidores. Esse texto, que Descartes recomendava que NÃO fosse lido, dá a enganadora imagem dele como filósofo RACIONALISTA, mas do racionalismo da RAZÃO METAFÍSICA, do pensar escolástico confuso, fora da observação, da experimentação. Exatamente o modo oposto ao que postulava. Ele então se considerava o filósofo no uso de máscara, le philosophe en masque. Era O FILÓSOFO MASCARADO.
Descartes é, de fato, o filósofo da ciência e da experimentação, sendo o pioneiro da filosofia do racionalismo da RAZÃO EXPERIMENTAL. Criou a Geometria Analítica, pesquisou por meio da experimentação científica a Ótica, a Acústica e a Biologia, com originais descobertas, mostrando a evolução como resultado do movimento universal na natureza.
Por sua volumosa e inovadora contribuição para a construção da nova filosofia dos tempos modernos, Descartes é, com muita razão, o modelo do pensador da nova civilização da ciência, da técnica, da civilização industrial da paz e da fraternidade. Porque a luta, a guerra não constrói, mas impede a pesquisa e a produção econômica para o progresso social.

AMANHÃ: Rogério Bacon precursor do espírito científico no calendário.

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