05 DE OUTUBRO. Rossini: As delícias da vivacidade, da invenção, da graça da música da ópera.
ROSSINI
Gioacchino Antonio Rossini
(nasceu em 1792, em Pesaro, Marches, Itália; morreu em 1868, Passy, Paris)
NOTÁVEL COMPOSITOR ITALIANO DE ÓPERAS: BARBEIRO DE SEVILHA, GUILHERME TELL
A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do servo da gleba do feudo, liberdade do trabalhador, do povo, com o desenvolvimento da indústria e do comércio.
Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Resultou na criação do conhecimento secular inovador que preparou a nova civilização pacífica e industrial moderna em que vivemos hoje.
O domínio das artes de linguagem, da Estética, teve na modernidade um grande desenvolvimento, gerando um número maior de grandes artistas do que na antiguidade.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, os conflitos e alterações incessantes da vida estimulam a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente. É o sinal da potente capacidade da natureza humana para criar e produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de obras artísticas
Nesta quarta semana estão também lembrados os autores que fizeram a ligação da música com o teatro, bem como os grandes mestres desde Palestrina até Rossini. São, assim, mostrados nomes de Palestrina, Hendel e Beethoven. A semana é chefiada por Mozart, no domingo que a encerra.
Ver em 0910 1 O Quadro do Mês de Shakespeare, O Drama Moderno, com os grandes tipos representantes da evolução social do mês.
ROSSINI nasceu em 1792 em Pesaro na borda do Mar Adriático, de família humilde. Seu pai, Giuseppe Rossini, era um trompetista pobre, tocando em diversas bandas e orquestras. Sua mãe, Anna Guidarini era cantora e intérprete teatral.
O jovem Rossini recebeu uma educação rudimentar, cantou nos coros de igreja e estudou música no Conservatório de Bolonha. Aos 16 anos ele produziu em público peças orquestradas e aos 18 anos, escreveu sua primeira ópera.
Em seguida ele compôs uma sucessão constante de óperas que tiveram um grande sucesso na Itália. Mas somente em 1822 é que sua reputação foi reconhecida em toda a Europa.
Foi em 1822, aos 30 anos, que ele se casou e foi para Viena. Lá ele publicou o Cendrillon e Semiramis. O seu Barbeiro de Sevilha, composto em 1816, não teve sucesso inicial, mas tornou-se logo sua ópera mais popular.
Rossini visitou Londres e Paris, sendo recebido com grande entusiasmo. Ele recebeu grande número de encomendas. Em 1824 estabeleceu-se em Paris como o diretor da Companhia dos Italianos.
Ele trabalhou cinco anos em Paris, onde ficou reconhecido como o chefe dos músicos da capital e onde compôs uma série de óperas marcadas pela facilidade de encenação, do humor e animação.
Em 1829 ele compôs o Guilherme Tell, sua obra-prima. Nessa obra ele modificou profundamente seu estilo. O estudo da obra de Beethoven o levou a uma concepção mais ampla e mais séria da harmonia teatral e ele se apresenta então com o novo gosto pelas orquestrações complexas.
Depois dessa ópera, Rossini manteve-se perto de 40 anos em plena atividade. Ele possuía a fortuna, a influência, a fama. Viveu longo período de sua vida num mundo luxuoso, culto e artístico, amigo magnífico da música e dos artistas. Ele morreu em 1868, aos 76 anos, em Paris, onde havia fixado residência durante o resto de seus dias.
A música de Rossini foi admirada em seu tempo, com muito aplauso e hoje ela revive com entusiasmo renovado. Rossini é talvez o único, depois de Mozart, que escreveu uma música deliciosa, espiritual e que dá à expressão uma doce expressão e uma completa comicidade.
Nada há igual ao seu brilho e vivacidade, tanto na voz dos personagens, como nos instrumentos musicais. Seu estonteante brilho musical e sua cintilante agilidade de movimento fizeram dele o favorito dos artistas, homens e mulheres, que se esforçavam para encontrar maneiras de mostrar o que podiam realizar com sua própria voz.
O brilhante dramaturgo italiano criou uma nova escola de teatro, com originais pirouettes musicais. Em tempo recente, a partir de 1940, suas óperas são freqüentemente apresentadas, todas com grande aceitação pelo público e pela crítica.
A vivacidade, a invenção, a graça de Rossini continuam a fazer as delícias dos amantes da ópera em todas as partes do mundo.
AMANHÃ: O drama como expressão sincera da emoção humana junto com a melodia pura: Vicenzo Bellini.
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