04 DE SETEMBRO. Guglielmini: a formação e evolução dos cursos de água
GUGLIELMINI
Domenico
Guglielmini
(nasceu em Bologna, em
1655; morreu em 1710 em Pádua, Italia)
MÉDICO SÁBIO E
FÍSICO FUNDADOR DA ESCOLA HIDRÁULICA MODERNA
A INDÚSTRIA MODERNA
Nos últimos anos da idade média
foram libertados os servos da gleba, trabalhadores rurais ligados à agricultura
do feudo e a seu barão.
FORMAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO DO CAPITALISMO
A atividade nos burgos pelos
artesãos libertados do trabalho agrícola no feudo produzia o que era de
necessidade imediata. Desse modo foi iniciada a organização inicial da
indústria e do comercio.
A partir do século XI, a partir do
ano 1001, na Europa católica já foi
reconhecida a indústria moderna, instituída no sistema econômico do
capitalismo. Que a seguir foi empregado com sucesso em todo mundo
ocidental. Desde antiguidade no comércio a troca era feita em liberdade pelos proprietários das mercadorias que ficavam com os
lucros e as perdas do negócio. Tentar a eliminação do capitalismo é um atraso
de mais de mil anos. É um erro bárbaro totalitário que empobrece a sociedade em
todos os países.
Nesta
quarta semana do mês o chefe é Montgolfier, com biografia no domingo que
encerra a semana. Aqui são lembradas as descobertas industriais que nos tempos
modernos se desenvolveram com fecundidade. A partir desses trabalhos o homem
aprendeu a voar, os rios passaram a ser usados para muitas tarefas, as plantas
e os animais foram sistematicamente estudados e modificados e as técnicas foram
muito aperfeiçoadas. A tecnologia progrediu pelo desenvolver da ciência e com
sua aplicação permitindo a submissão às leis naturais. Resultou da aplicação
das leis abstratas, das regras e das normas sucessivamente estabelecidas pela
leitura do livro da natureza, isto é, pelas lições da experiência obtida pelos
sentidos.
O aparente domínio da natureza foi na realidade uma submissão
às leis abstratas infalíveis que governam cada categoria de fenômeno observado nos seres concretos. A submissão é sempre a base do aperfeiçoamento. O
progresso permanente não resulta do conflito, da luta ou da guerra. Resulta da
cooperação entre as gerações e da solidariedade entre os vivos, movida pelo
sentimento social, sentimento gregário, que Augusto Comte batizou de altruísmo.
Ver em
0813 01 C Quadro do Mês de Gutenberg, A Indústria
Moderna, com os grandes tipos representantes do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
DOMENICO
GUGLIELMINI (1655-1710)
nasceu em família abastada. Estudou ciência com Montanari de Módena e
medicina com Malpighi.
A
aparição de um meteoro, seguida do cometa de 1680-1681, sugeriu seu primeiro
livro, um tratado sobre os cometas, escrito de acordo com os princípios de
Descartes.
Guglielmini
tornou-se professor de matemática na Universidade de Bologna, e, em 1686 obteve
o lugar de superintendente de águas. Essa função era importante numa cidade da
planície da Lombardia muito sujeita a inundações destrutivas. Ele tinha alguns
anos antes recebido o diploma de medicina, mas sua nova função absorveu toda
sua atenção e aptidões científicas.
Em
1690-1691 ele produziu o seu tratado de hidrostática intitulado NOVO MÉTODO DE
MEDIR A CORRENTE DE ÁGUA. Ele estabeleceu a regra para calcular a velocidade da
água que sai de um vaso por uma abertura ao lado ou no fundo. Descobriu que a
velocidade é proporcional à altura da água no vaso. Com essa descoberta, ele
fez uma tabela que indicava a velocidade para cada altura do nível dágua. Com
esse cálculo, ele podia calcular quanta água o rio Danúbio joga no mar cada
minuto.
O
seu livro chamou a atenção da Academia de ciências de Leipzig e uma polêmica se
criou entre Papin e Guglielmini.
Guglielmini
teve sua fama conhecida por toda a Itália. Ele era escolhido como um dos mais
desejados árbitros nas disputas que ocorriam em relação às águas. No conflito
entre Bologna e Ferrari ele foi convidado pelos cardeais que governavam essa
parte dos Estados da Igreja Católica a fazer os planos para prevenir as
inundações locais.
A
Universidade criou para ele numa nova cadeira, a de HIDROMETRIA. Em 1697 ele
publicou a mais importante de suas obras, DELLA NATURA DE FIUMI, da Natureza
dos Rios. Esse tratado é um monumento no progresso da especialidade, resultante
da combinação da teoria matemática com a observação prática.
Ali
ele explica como as correntes, descendo das montanhas, obedecem às leis de
Galileu para a queda dos corpos. Explica como, quando as águas chegam à
planície, o atrito com o leito neutraliza a força que acelera as águas. O rio é
controlado, então, pela altura da fonte de onde elas vieram. Ele mostra como
atua o atrito das bordas do rio e do leito e indica que não é a camada mais
baixa da água que corre mais depressa. Ao contrário do que a teoria pode supor,
é a camada média que corre com maior velocidade.
Em
seu tratado sobre os rios, Guglielmini passa a estudar a formação do leito dos
cursos d’água. Um rio forma seu leito com os materiais que carrega desde seu
nível mais alto. Quando a inclinação é elevada, o fundo é arrastado pela
corrente de água. Quando a queda é menor, a resistência do fundo fica em
equilíbrio com a força da corrente, o leito do rio fica sem alteração por
vários anos.
Da
mesma forma, a corrente arrasta as bordas do rio até que o aumento da largura
faz a redução da corrente e o equilíbrio se restabelece. Ocorre também uma
tendência de crescimento das bordas, ocasionado pela deposição dos materiais
trazidos das regiões mais altas. Ele recomenda levar em conta essas forças
opostas quando se trata de modificar o curso de um rio.
Guglielmini
em seu grande tratado passa, então, ao que ele chama de arquitetura dos rios.
Ou seja, a construção de obras técnicas que as circunstâncias tornam
necessárias, como um cais ou eclusa.
Ele
também ensinou e escreveu sobre química e medicina, tendo deixado várias obras
a respeito. Guglielmini morreu em 1710, em Pádua.
Guglielmini
deu uma grande contribuição ao conhecimento das leis naturais do escoamento em
rios e canais, sendo o primeiro a relacionar a variação da velocidade de
escoamento com a declividade de fundo do leito no escoamento livre.
AMANHÃ: Grande botânico e agrônomo, um dos
mais instruídos homens de seu tempo: Duhamel de
Monceau.
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