03 DE SETEMBRO. Bernard Palissy: fosseis marinhos como carcaças animais
petrificadas
BERNARD PALISSY
(nasceu em 1510, no
Perigord, França; morreu em 1589, em Paris)
SÁBIO E ARTISTA
FRANCÊS FAMOSO POR ARTE E EXTENSA CULTURA TEÓRICA E PRÁTICA
A INDÚSTRIA MODERNA
Nos últimos anos da idade média
foram libertados os servos da gleba, trabalhadores rurais ligados à agricultura
do feudo e a seu barão.
FORMAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO DO CAPITALISMO
A atividade nos burgos pelos
artesãos libertados do trabalho agrícola no feudo produzia o que era de
necessidade imediata. Desse modo foi iniciada a organização inicial da
indústria e do comercio.
A partir do século XI, a partir do
ano 1001, na Europa católica já foi
reconhecida a indústria moderna, instituída no sistema econômico do
capitalismo. Que a seguir foi empregado com sucesso em todo mundo
ocidental. Desde antiguidade no comércio a troca era feita em liberdade pelos proprietários das mercadorias que ficavam com os
lucros e as perdas do negócio. Tentar a eliminação do capitalismo é um atraso
de mais de mil anos. É um erro bárbaro totalitário que empobrece a sociedade em
todos os países.
Nesta
quarta semana do mês o chefe é Montgolfier, com biografia no domingo que
encerra a semana. Aqui são lembradas as descobertas industriais que nos tempos
modernos se desenvolveram com fecundidade. A partir desses trabalhos o homem
aprendeu a voar, os rios passaram a ser usados para muitas tarefas, as plantas
e os animais foram sistematicamente estudados e modificados e as técnicas foram
muito aperfeiçoadas. A tecnologia progrediu pelo desenvolver da ciência e com
sua aplicação permitindo a submissão às leis naturais. Resultou da aplicação
das leis abstratas, das regras e das normas sucessivamente estabelecidas pela
leitura do livro da natureza, isto é, pelas lições da experiência obtida pelos
sentidos.
O aparente domínio da natureza foi na realidade uma submissão
às leis abstratas infalíveis que governam cada categoria de fenômeno observado nos seres concretos. A submissão é sempre a base do aperfeiçoamento. O
progresso permanente não resulta do conflito, da luta ou da guerra. Resulta da
cooperação entre as gerações e da solidariedade entre os vivos, movida pelo
sentimento social, sentimento gregário, que Augusto Comte batizou de altruísmo.
Ver em
0813 01 C Quadro do Mês de Gutenberg, A Indústria
Moderna, com os grandes tipos representantes do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
PALISSY (1510-1589) nasceu
no Perigord, província central da França. Aprendeu com seu pai a pintar sobre
vidro. Aos 18 anos viajou vários anos pela maior parte da França. Visitou
também os Países Baixos e Alemanha.
Palissy
fez da pintura em vidro seu principal meio de sobrevivência. Mas seu
conhecimento de geometria, que aprendera para aplicar na pintura e que
cultivara por conta própria, lhe serviu para trabalhar também na medição de
terras, como agrimensor, em Saintes, perto de La Rochelle. Lá manteve contato
com os humanistas.
Uma
bela cuba esmaltada, de fabricação italiana ou alemã fez com que ele se
interessasse em descobrir o segredo da fabricação da louça esmaltada. Sempre
perseguido pelas necessidades da família, ao ponto de quase perder a coragem,
ele estudou o problema por 16 anos. Enfrentou grandes dificuldades, a ponto de
usar os próprios móveis como lenha para o seu forno.
Seu
sucesso e renome vieram pouco a pouco. Mas suas desgraças tomaram outra forma.
Ele
era protestante huguenote e foi perseguido por sua fala corajosa e foi
considerado como perigoso. Em 1562 foi detido e posto em prisão em Bordeaux. Mas seu
grande gênio artístico era muito apreciado para ser perdido dessa maneira. Um
decreto do rei lhe valeu a liberdade e ele foi para Paris, sob a proteção de
Catarina de Médicis, onde produziu suas obras principais. Em 1565 foi designado
artista do rei e da rainha mãe.
Em
1570 ajudado por seus filhos, construiu uma gruta de louça para Catarina de
Médicis no jardim das Tulherias.
Palissy
tirava sua inspiração da mãe natureza, nossa mãe comum. Tirava seus modelos da
vivacidade do lagarto, de seu amor pelas árvores e de suas viagens nos lugares
rochosos. Desde a infância mostrou-se um observador incansável da natureza.
Ele
moldava suas peças de louça em relevo, quase do mesmo modo que seu predecessor
Luca Della Robbia. Ele adornava seus pratos, suas cubas, por ele chamados de
RUSTIQUES FIGULINES, mostrando peixes, serpentes, rãs, conchas, folhas, frutos
e plantas copiados dos fósseis da bacia pluvial de Paris. A reprodução era
feita com tal fidelidade que se podia facilmente identificar as suas espécies.
Mesmo
aos olhos dos sábios da época essas petrificações fossilizadas pareciam simples
caprichos da natureza. Fontenele (Bernard de Fontenele 1657-1757) disse, de
Palissy:
“estava reservado a um oleiro, sem saber latim nem
grego, ter a coragem de declarar em Paris e na face dos
doutores,
que as conchas fósseis eram carcaças animais reais depositadas ali pelo mar, no
lugar onde estavam.
E que os animais tinham dado à pedra suas
diferentes formas, desafiando toda a escola de Aristóteles a atacar
suas provas.”
Mas
a superioridade de Palissy como artista não pode esconder seus talentos outros.
A arte é apenas um dos ramos a que se dedicou em sua longa e operosa carreira.
Ele escreveu e lecionou História Natural e Física, Jardinagem e Agricultura,
sobre terremotos e suas causas; sobre fortificações, água e as fontes; e até
sobre fontes medicinais.
A
sua obra Discursos Admiráveis da Natureza
contém uma grande parte de seus escritos. São diálogos, nos quais a teoria ou o
método A PRIORI, sem experimentação, é mostrado como oposto ao método
científico ou prático, com demonstração.
A
partir de 1575, em paris, Palissy fazia palestras públicas de História Natural.
Seus escritos tornaram-se muito populares, revelando-o como um escritor e
cientista. Ele é um dos criadores da agronomia moderna e um pioneiro do método
experimental.
Palissy
já era idoso quando uma nova crise de fanatismo religioso na França motivou a
sua prisão, novamente. Encarcerado na fortaleza da Bastilha, ele morreu em
1589, com 79 anos de idade, em Paris.
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