segunda-feira, 15 de setembro de 2014

0916 C CALDERON DE LA BARCA idealização poética da vida familiar na vida humana

16 DE SETEMBRO. Calderon: visão da ética antiga frente aos ideais da modernidade

CALDERON DE LA BARCA
Don Pedro Calderón de la Barca y Henao
(nasceu em 1600, em Madrid; morreu em 1681, Madrid, Espanha)

DESTACADO POETA E DRAMATURGO DA ERA DE OURO DA LITERATURA ESPANHOLA

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
A primeira semana do mês do Drama Moderno compreende os autores dramáticos puros, os grandes sucessores de Shakespeare, desde Lope de Vega a Goethe. Nessa classe se encontram criadores do drama de imaginação que nos representam um mundo ideal povoado de seres fictícios. O chefe de semana é Calderon.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

CALDERON (1600-1681) é o principal representante do teatro espanhol. Nasceu no último ano do século 16, em 1600 e morreu com a idade de 81 anos em Madrid.
Ele nasceu numa família da aristocracia espanhola. Recebeu a educação habitual em sua época, primeiro numa escola dos jesuítas e depois na Universidade de Salamanca.
Aos 19 anos ele retornou a Madrid e se dedicou à arte dramática. Em 1625 foi para a Itália, onde escreveu várias de suas melhores peças teatrais, entre elas foram La Vida Es Sueño (A Vida É um Sonho) e El Médico de Su Honra (O Médico de Sua Honra).
Quando Lope de Vega morreu em 1635, o rei de Espanha Philippe IV chamou Calderon e o nomeou o poeta da corte. O rei foi um zeloso protetor das artes. Foi o início de 15 anos dedicados à produção de peças dramáticas.
Em 1651 ele tornou-se padre e logo foi nomeado capelão do rei. Desde então passou a escrever dramas religiosos que se chamam Autos Sacramentales, compostos nas principais cidades da Espanha na ocasião da festa de Corpus Christi. Eles representam o mistério mais importante da fé católica, com todos os recursos da alegoria religiosa.
Calderon sempre se mostrou caridoso, sua casa sendo o refúgio para os pobres e os infelizes. Não tinha inimigos e era recebido com simpatia pelo povo.
Do número considerável de suas obras foram conservados 120 dramas e 72 Autos de grande valor artístico. Pelo menos sete obras–primas de Calderon ainda são de leitura recomendada até hoje.
Entre as melhores obras estão cinco peças teatrais:
 A Secreto Agravio, Secreta Venganza  Secreta Vingança para Secreto Insulto
 El Alcalde de Zalamea, O Prefeito de Zalamea
 La Vida Es Sueño, A Vida É Um Sonho
 No siempre lo peor es cierto, Nem Sempre o Pior É Verdade
 Las Mañanas de Mayo, As Manhãs de Maio
Também são recomendados dois Autos:
 La Nave del Mercader, O navio do mercador
 La Viña del Señor, o Vinhedo do Senhor ou Prática da Religião
Em várias de suas peças de teatro, Calderon faz a idealização artística das relações familiares. Na vida social a família está a maior base para a felicidade humana. Ele mostra todas as afeições dos laços domésticos com admirável habilidade, nas condições psicológicas e morais da família.
A mais popular peça de teatro de Calderon, La Vida Es Sueño descreve a vida como um sonho do qual se acorda somente depois  da morte. Ele mostra com habilmente a desilusão da época com a ética da religião em conflito com os ideais da modernidade.
O rei de Espanha fez de Calderon um Cavaleiro da Ordem Militar de Santiago em 1636. A popularidade do artista era grande, sendo aclamado nos teatros públicos como nas apresentações para a corte real. Ele tornou-se então o mestre do teatro espanhol.
O mérito de Calderon está na profundidade de seu pensamento, na sua continuidade. Ele demonstra grande profissionalismo e uma sublime arte, sua visão psicológica, a racionalidade e seu padrão moral fazem dele uma das maiores figuras do teatro em todo o mundo.

AMANHÃ: As mais aplaudidas e melhores tragédias na secularização da arte: Tirso de Molina.


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