terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

0226 C QUADRO DO MÊS DE ARISTÓTELES- A filosofia antiga


FEVEREIRO  26:  O MÊS DE ARISTÓTELES-3º MÊS  A filosofia antiga

A evolução intelectual da sociedade humana libertada do regime da Teocracia oriental, iniciando a criação da ciência pura abstrata.

Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga homens do povo como pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o conhecimento do homem e do mundo, a filosofia. Isto é, fora da casta sacerdotal fechada puderam questionar em liberdade os fatos gerais e princípios que governam tudo que nos envolve, desenvolvendo o saber filosófico acumulado herdado do passado. Formaram a Filosofia, a visão da vida, a visão do mundo.
Para agir na vida é sempre necessário traçar antes um plano de ação. O que é feito com a visão do mundo, a filosofia e os dados que se possui. Portanto, para agir, para viver, os homens sempre filosofaram.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvu a ciência separada da filosofia. O estudo da filosofia se enfraqueceu.
A ciência abstrata iniciada pelos gregos estuda somente as aparências, os fenômenos, os acontecimentos que ocorrem nos objetos concretos, nas coisas físicas. A pesquisa se torna muito mais simples. Por exemplo, o estudo da forma dos objetos é feito na Geometria, abandonando os demais acontecimentos, propriedades ou fenômenos que existem nas coisas.
A separação do estudo do fenômeno do estudo dos objetos ou seres também fica muito mais geral, porque o mesmo fenômeno abstrato ocorre em muitos objetos concretos diferentes.
O fenômeno de quantidade é comum a tudo que existe, a todo ser. A quantidade define se existe ou não. Define a existência, define o fato de ser, o fato de existir. Seu estudo é feito na Matemática: o único fenômeno pesquisado no Calculo é a quantidade. Ele permite encontrar as relações, tendências fixas, que são as leis abstratas constantes entre o fenômeno de quantidade em qualquer objeto.
O objetivo que define a Matemática é
O CÁLCULO INDIRETO DAS QUANTIDADES

As leis abstratas são infalíveis. A lei da gravitação de Newton não falha, não muda, há séculos.
O modo de pesquisa do raciocínio abstrato é a pesquisa das relações entre os fenômenos abstratos. Fenômenos são os acontecimentos, as propriedades que os objetos concretos apresentam à percepção do nosso entendimento. O raciocínio abstrato é mais complexo do que o raciocínio concreto. Não é apenas descritivo. Deve identificar que propriedades, que fenômenos devem ser estudados, quais sejam suas caracteristicas. Pesquisa a relação entre os fenômenos, suas ligações, suas proporções numéricas ou qualitativas, suas relações dinâmicas ao longo do tempo.
No caso da Sociologia abstrata é necessário identificar o que é fenômeno social abstrato. Fatos particulares não tem a generalidade fenomênica. As leis abstratas da Sociologia é que podem dar a previsão infalível dos acontecimentos sociais. Na Psicologia abstrata os fenômenos cerebrais devem ser identificados e ordenados por sua complexidade e generalidade.
No pensar de modo concreto a razão humana cria a descrição de cada objeto e de suas propriedades particulares, específicas. Por exemplo, na Geografia, é feita a descrição da terra, seu território, sua população, suas atividades, registrando seu conhecimento. Esse conhecimento é a representação da imagem obtida pela razão concreta descritiva do planeta terra. Para que a mente humana consiga fazer a abstração dos detalhes é necessário o conhecimento, a observação de muitos objetos concretos para que seja feita a identificação das propriedades, dos fenômenos, que possam ser comuns a seres concretos. As relações descobertas entre os fenômenos são, nesse caso, gerais, tendo validade na generalidade dos seres concretos. O que resulta na infalibilidade dessas relações entre fenômenos, que são as leis naturais abstratas infalíveis.
A experiência e a memória dos casos particulares concretos é exigência para realizar a identificação e a seleção da propriedade ou fenômeno a estudar. Essa é a complexidade da razão abstrata.
O modo de raciocinar abstrato na história só é observado nas populações mais evoluídas que chegaram a desenvolver o politeísmo, podendo formar a imagem dos deuses para reconhece-los. Antes o homem não conseguia fazer a imagem, ou seja, imaginar as propriedades abstratas dos seres concretos. As populações antes de alcançar as crenças politeicas  não conseguem realizar a abstração necessária para a ter a idéia dos deuses poderosos com suas fortes capacidades, seus superiores fenômenos. Só com a experiência evolução social torna-se possível a concepção da força, da inteligência e de outras qualidades abstratas das divindades. Sem poder pensar em notáveis características abstratas não se pode conhecer os deuses que protegem os homens por milencios na historia.
Na infância a criança não consegue pensar a abstração antes de cerca dos cinco a sete anos de idade. A capacidade de realizar a abstração marca o fim da primeira infância, definida como a idade pré-escolar. Antes da escola que ensine aritmética, a base de todo o estudo da matemática.

Calendário HISTÓRICO FILOSÓFICO
 para um ano qualquer OU
quadro concreto da preparação humana

LUNEDIA=segnda-feira; MARTEDIA=terça; MERCURIDIA=quarta;
JOVEDIA=quinta; VENERDIA=sexta-feira.
Os nomes à esquerda são para o ano  C comum; à direita, anos B bissextos.


QUADRO DO 3º mês    Aristóteles
A filosofia antiga
                                   Ano C Comum                                 Ano B Bissexto       no Ano C
Lunedia
1
Anaximandro

26.fev.
Martedia
2
Anaxímenes

27
Mercuridia
3
Heráclito

28
Jovedia
4
Anaxágoras

1.mar.
Venerdia
5
Demócrito
Leucipo
2
Sábado
6
Heródoto

3
Domingo
7
Tales

4
Lunedia
8
Sólon

5
Martedia
9
Xenófanes

6
Mercuridia
10
Empédocles

7
Jovedia
11
Tucídides

8
Venerdia
12
Arquitas
Filolau
9
Sábado
13
Apolônio de Tiana

10
Domingo
14
Pitágoras

11
Lunedia
15
Aristipo

12
Martedia
16
Antístenes

13
Mercuridia
17
Zeno

14
Jovedia
18
Cícero
Plínio, o Jovem
15
Venerdia
19
Epiteto
Arriano
16
Sábado
20
Tácito

17
Domingo
21
Sócrates

18
Lunedia
22
Xenócrates

19
Martedia
23
Filon de Alexandria

20
Mercuridia
24
S. João Evangelista

21
Jovedia
25
S. Justino
Sto. Irineu
22
Venerdia
26
S. Clemente de Alexandria

23
Sábado
27
Orígenes
Tertuliano
24
Domingo
28
PLATÃO

25
Todos os meses são iguais, de 28 dias e todos começam numa segunda-feira, terminando num domingo dedicado ao chefe da semana.




0226 02 C ARISTÓTELES  o maior filósofo da antiguidade

26 DE FEVEREIRO: Aristóteles e a Filosofia Antiga.

ARISTÓTELES
Aristoteles em grego; Aristotle em inglês
(nasceu no ano 384 antes da nossa era, em Estagira, Chalcidice, Macedônia;
morreu no ano 322, em Chalkis, Euboea, Grécia)

FAMOSO MAIOR FILÓSOFO GREGO O MAIS INFLUENTE NA HISTÓRIA



ARISTÓTELES (384 aC-322 aC) era filho de Nicômaco, médico do rei da Macedônia. Nasceu em Estagira, na Macedônia, no norte da Grécia. Aos 18 anos ele foi para Atenas e se tornou aluno de Platão. Mais tarde foi para a corte do rei Felipe da Macedônia, onde foi encarregado da educação do seu filho Alexandre até a morte de Felipe no ano 336.
Aristóteles voltou para Atenas como professor, instalando sua escola, chamada de Liceu. Com a morte de Alexandre o Grande, deixou Atenas, morrendo no ano seguinte em Chalkis, na Grécia.
O maior pensador da história deu ênfase na pesquisa do conhecimento por meio da observação e da experiência, abandonado o espiritualismo de seu mestre, Platão. A filosofia de Aristóteles estudou com notável originalidade todos os campos do saber, como a física, a biologia, a sociologia, a psicologia, a política. Contribuiu para o estudo da lógica, da zoologia, com um gênio criador apoiado na organização do conhecimento obtido na observação direta e no estudo histórico de cada assunto. É assombroso que essa grande obra do pensamento tenha sido feita trezentos anos antes de nossa era, quando poucos conhecimentos científicos básicos ainda não tinham sidos descobertos. As suas obras, a Política e a Moral têm sua leitura recomendada até nossos dias. A lei da divisão dos ofícios e a lei dos materiais que formam a imaginação são exemplos da filosofia aristotélica.
Aristóteles desenvolveu o estudo da estrutura, da composição da sociedade, ao reconhecer a especialização sempre existente em todo o agrupamento humano. E em conjunto com a divisão dos ofícios, Aristóteles mostra que é necessário fazer com que os diferentes operadores tenham o mesmo objetivo, por meio do governo, que faz acontecer a mesma direção para a obtenção do resultado desejado pela coletividade. Esse princípio da cooperação é expresso da seguinte forma: “O caráter essencial de toda organização coletiva reside na separação dos ofícios e na convergência dos esforços”. Essa é uma lei da sociologia abstrata estática, que vale para qualquer sociedade. É estática porque não depende do tempo, da sucessão, valendo para qualquer época em qualquer sociedade, sendo uma lei de semelhança.
A conseqüência desse princípio é que não é possível eliminar as classes sociais, já que cada atividade ou ofício pertence a uma classe da sociedade. Também torna completamente impossível a igualdade social, uniformizando todas as profissões, como num comunismo ou socialismo pela força do Estado coercitivo, violento. Temos visto que quanto mais desenvolvida a sociedade, com a liberdade, maior é o número de especialidades diferentes, sendo maior a diferença entre as classes, em posição na hierarquia e em remuneração. O grande e justo objetivo da política moderna é a fraternidade, que não deve ser confundida com a igualdade impossível.
Outro exemplo da genialidade de Aristóteles é o princípio da subordinação contínua das construções mentais, subjetivas, do sujeito observador, aos dados do exterior, dos materiais objetivos. O gênio do filósofo descobriu a seguinte lei: “Nada há no entendimento que não provenha primeiro dos sentidos”. Ou seja, podemos inventar qualquer mito, qualquer sonho, qualquer ficção, mas os materiais que compõem o mito, todos, foram tirados das sensações, da informação dos sentidos. Não há saber inato, sem que tenha sido obtido pela sensação. Essa é também uma lei estática, que independe do tempo, uma lei de semelhança. As leis de evolução são leis dinâmicas, leis de sucessão.
O grande filósofo fez a conciliação de um deus com as leis científicas que dirigem os fenômenos. Engenhosamente colocou seu deus como um “Motor Primeiro”, que fez a unidade e as leis científicas da natureza e nada mais. Aristóteles com habilidade evitou negar os deuses, mas cortou os poderes divinos efetivos e permanentes conforme a ciência necessitava. Essa é a metafísica de Aristóteles. É um caso em que a filosofia passa a usar uma ENTIDADE no lugar dos DEUSES antropomórficos, com barba e bigode, o modo de explicação da realidade definida como metafísica. Essa forma de pensar não permite premiar e punir o crente como no modo teísta, acabando com a disciplina divina.
Aristóteles mostra-se em sua obra muito superior ao seu tempo, depois que a arte grega preparou a filosofia e depois dos grandes pensadores da ciência como Tales e Pitágoras.





0226 03 C ANAXIMANDRO  a explicação natural do mundo e dos corpos

FEVEREIRO 26: Anaximandro relógio de sol e a inclinação da eclítica

ANAXIMANDRO
Anaximander
(nasceu no ano 610 antes da nossa era, em Mileto, hoje na Turquia; morreu no ano 546)

FILÓSOFO GREGO INVENTOR DA CARTOGRAFIA E DA COSMOLOGIA

NOSSOS
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.

Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência abstrata como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o estudo da ciência particular se fortaleceu.
A primeira semana do mês representa o nascimento do pensamento grego, durante o qual se tentou explicar o universo pela pesquisa da natureza. Ao mesmo tempo a ciência positiva, segura, comprovada, da Geometria se desenvolveu gradualmente. Tales é o principal representante da época. A semana termina no domingo, com Tales como seu chefe.
Ver em 0226 C Quadro do Mês de Aristóteles, a Filosofia Antiga, Antiga, com os grandes tipos representantes do mês.
Veja em 0101 00 (código para JANEIRO 01) a apresentação e a fonte do Calendário Filosófico.

ANAXIMANDRO (610 aC-546 aC) nasceu em Mileto, na Ásia Menor. Ele é um dos pensadores que continuaram a obra de Tales, também nascido em Mileto. A escola filosófica Jônica ou Milesiana, fundada por Tales nos anos 500 antes de Cristo, foi a primeira escola da filosofia grega, com pensadores emancipados das crenças religiosas.
O nome de Tales lembra o período em que o pensamento dos gregos, rompendo com a religião dos deuses, colocou as bases da ciência ao procurar a explicação natural do mundo e dos fenômenos dos corpos. Na velhice de Tales sua influência pessoal chegou a Anaximandro, que sem dúvida ficou devendo a ele o exemplo vivo do novo pensamento científico.
Mas a solução do problema do universo que Tales deu não satisfazia a Anaximandro. Constatando que o mundo é uma cena de mudanças continuadas, de desenvolvimento de uma parte, de dissolução de outra parte, ele foi levado a pensar que a matéria existe em certo estado simples de onde procedem todas as coisas e ao qual estado elas retornam. Mas, com uma sábia hesitação ele evitou de explicar em termos precisos qual seria esse estado original.
Anaximandro sentiu que nem a água, nem o ar, nem o fogo, nem alguma outra coisa conhecida poderia ser a matéria única do princípio do universo. Tudo que há é limitado e complexo, existe apenas um tempo e morre, ao passo que a matéria do princípio deve ser infinita, sem forma e eterna.
Não nos seria suficiente conceber a natureza em sua forma mais simples. A matéria tem qualidades tais como o frio e o quente, o úmido e o seco, que não parecia a Anaximandro serem passíveis de serem analisadas e que eram então primordiais. A matéria então é inerte, mas sem uma força originária ela não poderia se modificar nem se desenvolver. Enfim, em vista das profundas diferenças das coisas ele sentiu que não havia algum motivo de reduzir tudo a um só elemento, como fez Tales.
Anaximandro concebeu então a substância originária como a soma dos elementos das coisas diferentes existentes numa massa sem forma, possuindo as qualidades primordiais e sobre as quais agiria uma força oculta. Esses elementos, ao se combinarem com a massa ou ao se separarem dela, formam as coisas individuais. Mas a separação é apenas temporária. Numa linguagem que nos lembra como era então estreita a aliança entre a filosofia e a poesia, Anaximandro diz: “disso resulta que todas as coisas chegam a ser, depois se combinam e são ainda dissolvidas para que cada uma por sua vez pague à outra a dor da injustiça”.
A frase indica que nem o quente nem o frio prevalecem permanentemente, sendo que cada um “paga reparações” para que haja um equilíbrio entre eles. Só essa sentença de Anaximandro chegou até nós, de modo que o registro de suas descobertas foi feito por escritores que se seguiram.
A influência da época anterior está ainda presente em Anaximandro. O princípio do universo, infinito e sem forma, lembra o Oceano de Homero e o caos de Hesíodo, mas para Anaximandro é menos um tema de crença fixa do que o estabelecimento do limite imposto pelo saber de sua época à divagação do pensamento. A ciência, ele sentiu, deveria procurar a redução de um por um o número dos diferentes elementos e não começar pela suposição que são todos apenas formas diferentes de um único e mesmo princípio.
Diógenes atribui a Anaximandro a invenção do relógio solar e Plínio diz que ele descobriu a inclinação da eclítica. Assim se mostra que Anaximandro se ocupava tanto da ciência como da filosofia.

AMANHÃ: Anaximenes de Mileto.



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