MARÇO 12. Antístenes: A disciplina da escola ascética
ANTÍSTENES
Antisthenes
(nasceu cerca do ano 440 antes da nossa era; morreu cerca do ano 370)
FILÓSOFO GREGO FUNDADOR DA ESCOLA CÍNICA DE PENSAMENTO DA VIRTUDE
A evolução intelectual livre do cruel regime teocrático de castas. Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o estudo da ciência particular se fortaleceu.
Esta terceira semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga apresenta o ponto de vista da Ética da cultura grega. Esses pensadores é que mais atraíram os filósofos romanos. Eles figuram na semana com três pensadores de Roma.
O tipo principal é Sócrates como chefe da semana no domingo que a encerra.
Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.
ANTÍSTENES de Atenas foi um dos mais constantes associados de Sócrates. Ele foi atraído para seu mestre não pelo prazer da discussão, mas por sua renúncia aos prazeres e sua vida ascética de disciplina pessoal.
Nascido numa família rica, Antístenes desenvolveu uma filosofia própria para corrigir as contradições e as injustiças que ele observava na sociedade em seu redor. Para ele a felicidade dependeria da virtude moral e a virtude poderia ser propagada a todos por meio do ensino. Uma vida muito mais feliz seria obtida por meio de uma filosofia bem direcionada para o bem.
Sócrates havia dito que os deuses não tinham necessidades e por isso aqueles que tivessem menos necessidades se aproximavam mais dos deuses. Essa máxima serviu de guia ao pensamento de Antístenes.
Ele professava o desdém pela especulação filosófica e pelo estudo científico, ensinando que a verdadeira missão de um pensador consiste numa vida de disciplina e recomendava uma inteira indiferença pelo prazer, pela riqueza e pelo poder. A felicidade só seria obtida pela virtude, pelo desprezo da arte e da literatura. O luxo e o conforto eram condenados e recomendada uma vida de árduo trabalho.
Antístenes formou uma controvérsia com Platão em que ele desprezava as altas especulações sobre um mundo imaginário e afirmava que uma vida de vaidade se afastava completamente de seu próprio ideal.
Ele e seu discípulo Diógenes de Sinope foram os fundadores da escola cínica ou ascética. O movimento cínico ficou mais ligado pela tradição ao nome de Diógenes. O nome da escola que em grego significa canino, referente a cão, teve origem no ginásio onde Antístenes reunia seus discípulos, conhecido como Cynosarges, que ficava fora de Atenas. O apelido de cínico ou canino também foi empregado por causa do modo pouco convencional dos cínicos.
A escola de pensamento dos cínicos logo depois formou Zenon, o fundador da escola estôica, que foi igualmente severa quanto à doutrina e sem tanta restrição quanto às belezas da vida.
Os membros da escola cínica de Antístenes já foram tidos como tendo formado a “Ordem Mendicante” da filosofia.
O desdém pela ciência, mostrado por Antístenes e seus seguidores, marca a separação que se estabeleceu entre a ciência e a filosofia na Grécia. Desde então a ciência foi o campo dos especialistas e a filosofia teve a tendência a degenerar para uma retórica de palavras vazias, verbosa e inútil.
AMANHÃ: O estoicismo de Zeno.
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