segunda-feira, 15 de agosto de 2011

0814 JACQUES COEUR EMPRESÁRIO

0814 JACQUES COEUR EMPRESÁRIO

14 DE AGOSTO: Jacques Coeur: Empresário bem sucedido realiza o progresso do trabalhador.
JACQUES COEUR
Diogo Coeur
(nasceu cerca 1395, em Bourges, França; morreu em 1456, na ilha de Khios, Grécia)

RICO EMPRESÁRIO E ESTADISTA DEDICADO À JUSTIÇA E À PROTEÇÃO DO TRABALHADOR

O progresso realizado na Europa do ocidente durante a Idade Média decorreu do Feudalismo na política associado ao Catolicismo na formação da opinião, pelo ensino e pela consagração. Não ocorreu no resto da Europa, que não era católico romano. Desse modo o escravo passou a ser servo da gleba. O escravo adquiriu os direitos de servo, acabando com a escravidão que havia em toda antiguidade. O servo da gleba trabalhava livremente embora obrigado a ficar no território de seu Senhor, de seu Barão, devendo a ele servir com serviços e pagamento em troca de sua proteção. Foi no primeiro terço do período medieval, entre os anos de 400 e 700 da nossa era. Na Europa oriental essa fase ocorreu com muito atraso, por vezes somente nos anos 1900, no século XX.
Em seguida, com a passagem dos servos da gleba a trabalhadores livres, a produção industrial artesanal se desenvolveu com a libertação gradual dos servos de suas obrigações devidas ao seu Barão feudal. O que ocorreu entre os anos 700 e 1000.
No terço seguinte, do ano 1000 até 1300 a produção industrial e o comércio se desenvolveram, as profissões se organizaram em corporações e o capital se acumulou. A invenção da bússola permitiu a realização das grandes navegações. O emprego das armas de fogo reduziu o tempo e o esforço físico no treinamento militar. O desenvolvimento das ciências e do conhecimento das leis naturais orientou o aperfeiçoamento das ferramentas e das máquinas. A submissão às leis conhecidas permitiu a utilização das forças da natureza em lugar da força humana e animal. E finalmente a grande invenção da imprensa assegurou a expansão rápida e permanente do pensamento através do mundo.
Este calendário registra os grandes representantes da preparação humana até a Revolução Francesa de 1789. Essa foi a base para a positivação da Sociologia e da Psicologia ocorrida nos anos 1800, do século XIX.
O progresso geral se acelerou nos séculos seguintes, cujo julgamento deve ser feito mais tarde, avaliando os significativos resultados obtidos.

Ver em 0813 1 O Quadro do Mês de Gutenberg, A Indústria Moderna, com os grandes tipos representantes do mês.


JACQUES COEUR nasceu em 1395 em Bourges, uma cidade dedicada ao comércio e à fabricação de tecidos. Era filho de um comerciante de couro.
Coeur fez fortuna no comércio com os árabes, um negócio em que os concorrentes do mar Mediterrâneo tinham, então, monopólio. Seus lucros foram tão elevados que se supõe terem sido maiores do que os lucros de todos os demais comerciantes somados.
O rei Carlos VII de França reconheceu sua habilidade financeira e o nomeou como seu ministro da moeda. No ano seguinte ele tornou-se o tesoureiro do rei e dirigiu desde então por 15 anos as finanças do reino de França.
Durante a ocupação inglesa a moeda francesa foi muito alterada e ficou sujeita a flutuações súbitas e freqüentes que perturbavam a administração pública e também os negócios dos particulares. A propriedade não era mais uma garantia contra a violência. Os impostos e as funções públicas serviam de meios fraudulentos para enriquecer os particulares e para prejudicar o Estado.
Jacques Coeur, com o consentimento do rei, fez nascer a ordem a partir do caos. A partir de então, qualquer um poderia percorrer o país com as mãos cheias de ouro sem correr nenhum perigo. Ele restabeleceu a regularidade da moeda e fez justiça nas finanças. Ele sustentava que o melhor meio de enriquecer, tanto para os reis como para o povo, é pagar suas dívidas.
Jacques Coeur foi coberto de honrarias. Recebeu títulos de nobreza, embaixadas importantes. Seu filho tornou-se arcebispo da cidade de Bourges. No governo ele teve a habilidade de servir ao rei e também aos seus próprios interesses comerciais. Tinha acesso direto ao rei e à corte, e à informação sobre todos os negócios e mercadorias. Seus armazéns estocavam tecido, seda, jóias, armaduras e especiarias do oriente. Comerciava sal, trigo e lã da Escócia. Tinha em Montpelier uma bolsa para comerciantes. Em Florença obteve o registro na corporação comercial da seda, a Arte della Seta e montou uma manufatura de seda. Possuía um corpo de vendedores, de carros e até navios no Mediterrâneo. Ele tinha o apoio político do rei Alfonso V, de Aragão e do governo das cidades de Gênova, Florença e Barcelona. Tinha ainda o suporte dos papas, que autorizaram seu comércio com os mouros de Alexandria.
Ele foi capaz de emprestar ao rei uma grande soma de seu próprio dinheiro para sustentar a guerra contra a Inglaterra. Todos os nobres em dificuldades lhe deviam dinheiro. Ele comprou vastos terrenos e, na sua cidade natal Bourges comprou um hotel admirável por seu esplendor.
O seu luxuoso estilo de vida, sua riqueza, seus títulos, sua influência eram impressionantes. Coeur dessa forma tornou-se o alvo da inveja e do ciúme.
No pico de sua prosperidade ele rapidamente caiu. Foi preso com a acusação de ter envenenado Agnes Sorel, a amante do rei. A acusação era falsa e foi abandonada, mas os magistrados, invejosos de sua fortuna, tramaram outras acusações. Teria vendido armas aos árabes; teria entregado aos infiéis um escravo cristão que se refugiara a bordo de um de seus navios; seria culpado de mau uso do dinheiro do governo em vários negócios.
Depois de um processo como esse, ele foi condenado à prisão e ao confisco de seus bens. Em 1455 ele fugiu para Roma, onde o papa Nicolau V o recebeu com cordialidade. Tomou parte numa expedição contra os turcos e morreu em 1456 na ilha de Khio, no mar Egeu.
Era o período de recuperação da França depois da guerra dos Cem Anos. Jacques Coeur deixa um exemplo importante da ação de um empresário bem sucedido que realiza o progresso social do trabalhador na atividade comercial.


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